Hoje muito se fala sobre bioética. Nos noticiários, a palavra é convocada toda vez que se discute questões relacionadas à pesquisas com embriões humanos, alimentos transgênicos ou os limites permitidos para se usar animais em experimentoscientíficos.
Mas afinal, o que é bioética?
Pode se dizer que é o estudo transdisciplinar entre biologia, medicina e filosofia. Surgiu da preocupação com uma administração responsável da vida humana. Tem o objetivo de dirimir questões onde não há um consenso moral no que diz respeito à suas aplicações práticas. Recorre-se à bioética quando se discute, por exemplo, o momento em que começa a vida, se no momento da fecundação ou na ocasião em que o embrião já está em estado adiantado de formação. Também é um problema da bioética a eutanásia, ou seja, determinar se um indivíduo ou a família tem o direito de ceifar uma vida humana, mesmo quando não há mais esperança de cura.
Essa discussões desembocariam num eterno dilema sem um aparato teórico para dar sustentação às opiniões a favor e contra. Isso porque há vários pontos de vista diferentes e dissidentes entre si a respeito dessa natureza de assunto. Os dogmas religiosos não estão dispostos a verem os seus princípios entrarem em contradição por causa do apoio a determinadas causas. A ciência, por sua vez tem um sentido, uma forma de ser mais prática. Há urgência por resultados. A descoberta de novos tratamentos ou conhecimentos técnicos não podem esperar o final da querela. A bioética tem justamente a função de oferecer critérios para o debate, bem como também fornecer uma fundamentação mais elaborada para determinar o que é permitido ou não nesse jogo. Esse jogo é justamente a relação entre o conhecimento biológico e os valores humanos.
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