A Saúde Coletiva é um movimento que surgiu na década de 70 contestando os atuais paradigmas de saúde existentes na América Latina e buscando uma forma de superar a crise no campo da saúde. Ela surge devido à necessidade de construção de um campo teórico-conceitual em saúde frente ao esgotamento do modelo científico biologicista da saúde pública.
A saúde pública é entendida neste texto como vários movimentos que surgiram tanto na Europa quanto nas Américas como forma de controlar, a priori, as endemias que ameaçavam a ordem econômica vigente e depois como controle social, buscando a erradicação da miséria, desnutrição e analfabetismo. Contudo os vários modelos de saúde pública não conseguiram estabelecer uma política de saúde democrática efetiva e que ultrapassasse os limites interdisciplinares, ou seja, ainda permanecia centrado na figura hegemônica do médico.
Dessa forma, muitos programas de saúde pública, endossados pela Organização Mundial de Saúde, ficaram reduzidos à assistência médica simplificada, isto é, aos serviços básicos de saúde; resumindo: para uma população pobre um serviço pobre.
A arte e a ciência de prevenir a doença e a incapacidade, prolongar a vida e promover a saúde física e mental mediante os enforços organizados da comunidade, não são capazes de dar conta do essencial dos campos científicos e seus respectivos âmbitos de prática. A Saúde Coletiva é um movimento complexo definível apenas em sua configuração mais ampla, pois há várias formas de visualização e nenhuma delas isoladamente define a complexidade teórica desse novo conceito.
Na atualidade a saúde coletiva envolve o ensino teórico como direcionador
das práticas sanitárias em saúde. Também envolve profissionais com formações
diversas para a compreensão do cenário de saúde em nossa cidade e no país. É fato
que essa atribuição, agregada ao conhecimento de graduação inicial de cada um,
fortalece o discurso político e redireciona a prática de trabalho dos que já são
funcionários públicos e que, por sua vez, têm um campo de atuação para programar
o serviço de acordo com o que se absorveu de inovador desse ensino.
Sendo assim, a importância do profissional formado para atuar em vigilância
sanitária e em educação na saúde, passa pelo ensino dos técnicos em saúde ao longo
da história no Brasil. Deste modo, assegura-se a salubridade através do combate às
doenças endêmicas, de forma soberana, pelos resultados apresentados e pela
confiança adquirida por meio dos resultados do controle de endemias, dando
autonomia ao sujeito para atuar no seu processo de saúde com qualidade de vida,
controlando assim, as doenças ambientais.
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