Não. Não tenho
uma coisa imaginária
que uma criança imaginária
deveria precisar.
Já sou crescida.
Sobre a riqueza da terra,
tenho uma casa na árvore.
Tenho janela,
do tipo branca e de luz.
O beijo do sol, uma tocha...
nas tuas mãos, quando está aqui.
Tenho montanhas.
Visão bonita de cor dourada castanha.
E diante de um pôr do sol, atravessando por entre a fragilidade
do rendado das folhas das árvores
tenho poesia diante do meu olhar, incríveis danças,
mulheres negras, orientais e brancas, movimento de corpos em câmera lenta,
massa de mandioca caindo em baldes.
Na noite, em luz da lua,
tenho o Negro, e no Negro de canoa,
um cachorro, uma família nativa,
sorrisos tímidos e uma coruja em madeira.
Não. Não tenho um esconderijo.
Tenho um santuário nas alturas.
Mítica é a sua pequena grande subida.
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