Agora, lá fora,
vida desce do céu sobre a terra,
crescem os arrozes, as aveias, os milhos;
uma mulher com seu filho nas costas recolhe o trigo.
Numa cidade tão rude,
papoulas proibidas, vivem em quase qualquer lugar,
um homem se perde em quase qualquer caminho, se encontra e volta a se perder.
Eu tenho uma tela, na tela há um vaso,
no vaso doze girassóis cá dentro gerando saudade de algo que não sei.
Construo um cálice.
É momento de colheita da uva,
o vinho novo virá,
virão os valores,
virão as virtudes,
virá a sabedoria.
Haverei de florescer e crescer todos os dias.
Esperança é o que eu vou ser.
Não porque será ano novo,
florescer e crescer por um ato de vontade.
E terei combustível de espera
e terei combustível de ação,
e irei para o futuro,
e trarei um pedaço para mim.
Num mundo de brasa e fogo,
pão para os outros
é o que eu vou ser.
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