É noite,
sob meus pés tudo é terra.
"Terra de trigo e cevada,
e de vinhas e figueiras, e romeiras;
terra de oliveiras, de azeite e mel."
Sete mil flores me abraçam.
Veja-me.
À luz do candelabro puro e suas lâmpadas,
lembro o lírio, doce e um pouco mais suave.
Sim. Eu tenho cheiro de flor, meu amor,
e posso viver num jardim,
que fica com o portão aberto quando sonho capturar a apreensão de um instante.
Fixo os olhos nas alturas do céu majestoso,
onde uma estrela se contrai,
e mais e mais se contrai,
e vai-se embora tão ligeira.
Pra onde?
Longe, bem longe,
espalhando cinzas no meio estelar.
Por ela um anjo irá chorar
e com o coral irá cantar.
Você, eu sei, no silêncio que está
irá confiar na eternidade,
fechar os olhos e imaginar
que ela te seguirá eternamente,
eu, repleta de comoção,
ainda que cansada,
haverei de velejar macio
no charmoso barco velho até o alto mar,
para só para ela, jogar pétalas de rosas.
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