Apenas ela,
desavisada pela vida,
à fumaça de seu incêndio,
fez pose de felina,
coberta de pele animal.
Apenas ela,
um pouco mais pálida,
atravessou a ponte entre mentes,
desenroupando com fineza
a lã de vucana,
o veludo famoso,
a seda real.
Apenas ela
e todos os meus eus,
livres acreditaram,
que os quatro mistérios escondidos
na incriada, mas perceptível
estufa intelectual
estavam prontos para fugir.
E fugiram.
Apenas ela,
elétrica e calma,
já se insinuou e se encontrou com o sol
dentro de um saco de dormir.
Mas somente um dos meus eus,
da pequena janela de sua alma
viu o Sol,
sorriu para ele e disse:
Que bom que és calor e luz!
Amanhã,
a viva florescência
das plantas de linho,
à luz desse Sol,
virá cobrir meu eu verdadeiro.
Quiçá de linho fino retorcido,
de azul, de púrpura e carmesim.
Porque sonho muito
ser
humano de raro valor.
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