“Esforça-te, e tem bom ânimo; porque tu farás a este povo herdar a terra que jurei a seus pais lhes daria.” Josué 1.6
Josué recebeu uma missão de honra: prosseguir, após a morte de Moisés, guiando o povo de Deus à terra prometida. Diante de tão grande incumbência, Josué recebeu do Senhor uma mensagem de perseverança. O novo líder deveria seguir adiante no cumprimento da ordem divina, esforçando-se. O nome de Deus seria grandemente glorificado quando o povo entrasse na terra prometida. Se Deus o mandou se esforçar, Josué provavelmente entendeu que não seria uma missão fácil. E a história mostra como o povo de Israel foi rebelde, teimoso, infiel a Deus e à liderança. A Bíblia é repleta de palavras de perseverança e encorajamento, mas condena a teimosia.
Perseverança não é teimosia. A perseverança não tem um fim em si mesma, pois busca a glória de Deus. Ela objetiva o que é realmente importante, significativo, não o que parece importante. O padrão para se verificar se um objetivo é ou não importante é enxergar se, alcançando-se o que se deseja o nome de Deus será glorificado. Em Provérbios 21.2 lemos: “Todo caminho do homem é reto aos seus olhos, mas o Senhor sonda os corações.” O ser humano não pode buscar nada além de glorificar a Deus como o fim de todos os seus objetivos. Tudo o que é feito para Deus permanece. Ao sondar os corações, é isso que Deus deve encontrar.
Agora, a teimosia é egoísta, visa seus próprios anseios, apenas. Ela objetiva aquilo que não importa, o que é vão, inútil. Todo processo que não tem por finalidade glorificar a Deus é falho. Ainda que o objetivo pessoal seja alcançado, em algum momento se desfará, manifestará sua falha. A teimosia é nociva e perigosa. A história de peregrinação do povo de Israel mostra que Deus resistiu aos teimosos. O povo sofreu por sua insubordinação teimosa em não obedecer aos mandamentos de vida que o Senhor lhe deu. Quando o povo buscou teimosamente seus próprios interesses e prazeres, Deus o entregou aos inimigos.
No Novo Testamento, lemos uma forte mensagem de Paulo em 2 Timóteo 3.1-5: “Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te.” Paulo elenca uma variedade de pessoas de quem Timóteo deveria manter distância, entre elas estão as obstinadas. Por que? Porque a pessoa teimosa, obstinada, deliberadamente recusa-se a ouvir Deus, a fazer a vontade divina e pode influenciar outros com esse comportamento. O teimoso relativiza as ordenanças divinas. O teimoso não é submisso a Deus. Porém não somos chamados para a teimosia, mas para a submissão e perseverança coerente com a vontade divina. A perseverança é pautada pelo amor ao Pai.
A Palavra também registra em 1 Coríntios 6.12: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma.” Anseios puramente pessoais longe da vontade divina e do amor a Deus não podem dominar o coração. Um filho de Deus é guiado pelo Espírito de Deus e suas motivações não são egoístas. Tudo o que os cristãos devem buscar como objetivo final, imprescindível e inegociável é a glória de Deus em todas as coisas.
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