“Vendo-o, pois, os principais dos sacerdotes e os servos, clamaram, dizendo: Crucifica-o, crucifica-o. Disse-lhes Pilatos: Tomai-o vós, e crucificai-o; porque eu nenhum crime acho nele.” João 19.6
O Filho de Deus, Jesus Cristo, em Seu ministério terreno foi homem de posicionamentos, não de imparcialidade. Não existe imparcialidade quando se trata de bem ou mal, céu ou inferno. Em João 7.24 está escrito: “Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça.” A medida de toda análise, julgamento e decisão é a Bíblia, Palavra de Deus. Em 1 Coríntios 6.12 o apóstolo Paulo deixou registrado: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma.” Para saber o que é conveniente ou não, julgamentos e decisões são imprescindíveis e a medida justa do Reino para isso é a Palavra de Deus.
Na descrição joanina da crucificação, Pilatos reconhece a inocência de Cristo, mas não se opõe aos adversários (dele próprio e de Jesus). Em Mateus 27.24 lemos que Pilatos julgou necessário declarar-se a si mesmo inocente, mas entregou o Justo aos injustos acusadores: “Então Pilatos, vendo que nada aproveitava, antes o tumulto crescia, tomando água, lavou as mãos diante da multidão, dizendo: Estou inocente do sangue deste justo. Considerai isso.” Se toda a cosmovisão cristã é (deve ser) orientada pela Bíblia, esse é um profundo exemplo bíblico de que a imparcialidade não é benéfica de maneira alguma. Como diz Bonhoeffer, “O silêncio diante do mal é em si mesmo um mal. Deus não nos terá por inocentes. Não falar é falar. Não agir é agir.” Cristo agiu por nós em nosso favor. O amor que Ele manifestou entregando-Se à crucificação não foi nada imparcial.
Por gratidão ao Nosso Senhor Jesus Cristo em todo o suplício que por amor voluntariamente sofreu, devemos viver valorizando Sua obra redentora com entendimento, de modo a compartilhá-la e preservá-la em todos os aspectos. Entre esses aspectos, necessário se faz dizer que é contrassenso um cristão ser comunista e/ou socialista, visto que essas doutrinas se opõem as religiões, genericamente falando. Mais apropriadamente, se opõem a Deus, embora Russell ( ateu ou agnóstico?) tenha arrolado o comunismo como religião. A igreja de Cristo não pode serenamente aceitar que agentes malignos deturpem ou impeçam que essa obra seja anunciada, pois a imparcialidade ou inação é o mesmo que agir como Pilatos. Honrar a obra redentora é, não apenas, aceitá-la ou crê-la. Também é agir genuinamente em oposição a tudo que se opõe a ela.
|