— Sabe Rick, eu sempre fiquei pensando se um dia eu chegaria aonde meus pais chegaram, mas parece que eu até mesmo ultrapassei eles, pois olhe para aquilo! — A garota de cabelos castanhos e roupas pesadas e com uma mochila nas costas, aponta para uma enorme estrutura, era similar a um totem e estava na frente de um enorme buraco de caverna. — Meus pais não descreveram nada desse totem pelo que leio aqui. — Ela estava com um caderno de anotações em sua mão. Esse caderno era um diário das viagens que seus pais fizeram quando eram aventureiros.
— Beo marse mi’ea! — Rick diz isso apontando para a caverna. Ele era o companheiro mágico de Isabelly, era um pequeno porco-espinho com asas de morcego que estava apoiado no ombro dela.
— Tem magia ali? Você consegue destruir a barreira? — Rick faz um sim com sua cabecinha, dá um salto e um mortal no ar e cai novamente no ombro dela. Se ouve um barulho intenso de algo metálico sendo arranhado, enquanto o barulho se segue, uma luz branca começa a se desfazer de frente da caverna, Isabelly tira um petisco de sua mochila e dá para Rick, que come rapidamente e todo feliz.
Assim que toda a magia da barreira se desfaz ela vai em direção a caverna e entra. Rick começa a brilhar e isso dá a ela a iluminação necessária para andar sem cair em nada. Era uma caverna comprida e bastante silenciosa, nem mesmo uma pedra se mexeria sem que ela ouvisse o estalar dela.
— Consegue sentir algo Rick? — Isabelly diz isso com uma voz bastante baixa, não queria que seja lá o que estivesse ali dentro a ouvisse.
— Ni Ni! — Após Rick negar estar ouvindo qualquer coisa, eles continuam seguindo seu caminho, com passos lentos e calmos, evitando fazer qualquer tipo de barulho.
Ela chega em uma bifurcação, olha para os dois lados e tenta prestar atenção se conseguiria enxergar algo com sua visão que já estava acostumada com a escuridão, ou, se sentiria o vento saindo de um dos dois caminhos. Eles ficaram cinco minutos esperando pelo nada, já que o silêncio se manifestou por todo esse tempo.
— Vou ter que usar minha magia mesmo. — Isabelly coloca sua mochila no chão e começa a tirar algumas coisas de dentro dela, corda, comida, pergaminhos, etc. Ela acha o que procura, um livro de capa vermelha e com vários símbolos. Ela abre ele e pesquisa rapidamente a página que precisava. — Evero Garloc Rywill! — Uma luz vermelha sai do livro e ambas as páginas estavam constantemente piscando, até que a luz da página esquerda se apaga e apenas a da página direita continua, Isabelly fecha o livro e o guarda na mochila junto com as outras coisas, ela estava bastante ofegante após usar a magia, muito de sua energia foi consumida pois, ela não era uma maga, apenas uma aventureira.
Os dois seguem o caminho pelo lado direito da bifurcação por um longo tempo, ela dava cada passo com extrema cautela, não podia se arriscar e cair em uma armadilha ou algo similar naquele caminho escuro e suspeito. Em certo momento um barulho estalou, ela olhou para frente e para o caminho que passou e não viu nada. O chão se abriu e ela nem mesmo teve tempo de reação, pois, assim que caiu logo já chegou ao chão, ela foi apenas alguns metros abaixo, mas foi o suficiente para cair sentada e sentir uma dor imensa passando por todo o seu corpo. Rick tomou um susto da queda e planou com suas asas apenas, pousando na cabeça dela.
— Como isso foi acontecer? — Isabelly coloca a mão em suas nádegas de maneira a achar que aquilo melhoraria sua dor, ela então levanta e olha para os lados se surpreendendo, estava extasiada com o que via. Uma enorme quantidade de ouro brilhava ali, pedras e mais pedras estavam encravadas na parede, apenas esperando para serem retiradas e utilizadas. — É daqui! É daqui que a tribo Anbando conseguia suas preciosas peças de ouro! Veja Rick a quantidade! — Ela anda lentamente, olhando para os lados e para aquela quantidade enorme de ouro até que chuta alguma coisa, o que ela chutou vai rolando e rolando para a frente. Isabelly vê que tinha chutado uma caveira, que ia rolando e deixando seu longo cabelo morto no caminho, ela olha para o lado e percebe que o esqueleto daquela mulher ainda estava se decompondo e foi neste momento que ela escutou um rugido alto e forte nas suas costas, ele era poderoso e parecia ser de um animal grande e nervoso, por estarem invadido seu território.
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