Tenho um amigo que não conhecia vacas pessoalmente. Só pela televisão, internet e em fotos de revistas ou jornais. Viu uma vaca em carne e osso aos 23 anos de idade, quando viajou de ônibus do bairro de Botafogo na cidade do Rio de Janeiro para me visitar em Brasília. Foi um encontro fortuito acontecido durante uma das paradas na beira da estrada, mas emocionante, segundo suas próprias palavras. E tenho dois colegas de trabalho que não conheciam outras cidades satélites em Brasília a não ser as cidades onde nasceram: Taguatinga e Guará. Melhor dizendo, até os 18 anos eles não conheciam outras cidades satélites. O que morava em Taguatinga conheceu o Plano Piloto quando entrou na Faculdade Católica da Asa Norte e foi o limite da sua curiosidade, e o do Guará quando foi fazer faculdade em Taguatinga, a mesma Universidade Católica, mas em outro campus. Acho que, nesta nova era internética não é surpresa esse tipo de acontecimento. Em casa a pessoa conhece o mundo. Se isso é bom ou não, eu não sei, mas pelo menos as vacas virtuais não fedem a esterco.
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