Título original: Spiritual Strength or Courage
Extraído de The Christians Reasonable Service
Por Wilhelmus à Brakel (1635-1711)
Traduzido e Editado por Silvio Dutra
Out/2016
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A474
à Brakel, Wilhelmus
Força espiritual ou coragem / Wilhelmus à Brakel, . –
Rio de Janeiro, 2016.
41p.;14,8x21cm
1. Teologia. 2. Fortaleza 2. Graça 3. Fé.
I. Título.
CDD 230
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Sumário
Introdução do Editor............................................
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Introdução do Autor.............................................
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A Essência da Força Espiritual........................
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A Origem da Força Espiritual...........................
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Os efeitos da Coragem Espiritual...................
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Os Não Convertidos: Anulação de Força Espiritual e Coragem............................................
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O Santo Repreendido por Sua Força Deficiente...................................................................
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Exortação para ser Corajoso.............................
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Promessas de Deus Para Guerreiros Corajosos....................................................................
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Direções Finais para esta Guerra...................
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Introdução do Editor
Consideramos apropriado fazer esta breve introdução ao conteúdo deste livro porque ele consiste na apresentação de um único capítulo dos muitos que compõem o extenso tratado escrito por Wilhelmus à Brakel na parte final do século XVII, quando ainda irrompiam grandes perseguições àqueles que haviam aderido à Reforma Protestante, por causa do seu afã de viverem e praticarem o genuíno evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo à luz de tudo o que se encontra de fato contido nas Escrituras Sagradas, tanto do Velho quanto do Novo Testamento.
Não poucos cristãos foram queimados em fogueiras, presos, expatriados, banidos pela sociedade de então, e sem a força e coragem das quais o autor trata neste capítulo de seu livro, seria impossível sustentar um bom testemunho cristão,
Todavia, a par de considerar que permanece sendo verdadeiro tudo o que ele escreveu neste capítulo, não podemos esquecer que trata-se apenas de parte dos muitos assuntos relativos à fé sobre os quais ele discorreu na totalidade do seu tratado intitulado The Christians Reasonable Service, em relação ao qual temos nos entregado à tarefa de traduzir para a língua portuguesa capitulo por capítulo, e nos quais vislumbramos a grande sapiência e
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conhecimento bíblico e prático da vida cristã genuína do autor, e da grande ênfase que ele dá ao amor cristão, conforme este esteve em Jesus Cristo, o qual acolheu inclusive prostitutas, ladrões e assassinos que haviam se arrependido, bem como toda a sorte de pecadores.
Ao cristão é recomendada a pacificação, a mansidão, amar inclusive seus inimigos e estar disposto a sofrer injúrias a ponto de tudo suportar por amor a Cristo e à Sua vontade, inclusive não resistindo aos perversos, senão manter-se numa atitude perdoadora e mansa mesmo quando lhe ferirem a face ou lhe obrigarem a caminhar uma milha.
Entretanto, qualquer pessoa que ame a piedade e que a ela se aplique de fato há de repudiar e sentir aversão a toda forma de violência e corrupção, especialmente quando isto chega à intensidade e volume que temos encontrado em nosso próprio país presentemente.
Isto deve ser combatido pelas armas espirituais da fé, da oração e de se firmar pessoalmente um bom testemunho na prática de tudo o que nos é ordenado na Palavra de Deus, fazendo-o na força e na coragem que o Espírito Santo nos supre mediante a graça de nosso Senhor Jesus Cristo.
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Introdução do Autor
Não somente muito tempo decorre entre a promessa e a posse de tudo aquilo que a esperança seguramente antecipa, mas também deve ser esperada muita oposição dos inimigos. Portanto, a pessoa que exerce esperança precisa ser valente de maneira a tudo suportar e vencer todos os obstáculos. Nós, portanto, adicionamos à esperança, a força espiritual ou coragem.
A força espiritual é uma firmeza inquebrantável de coração, dada por Deus a Seus filhos, por meio da qual, enquanto entretêm uma viva esperança de adquirir os benefícios prometidos, superam o medo de todo o perigo e oposição, sem ceder no seu engajamento na guerra espiritual, e corajosamente perseveram na obediência a Deus.
O que se segue é um verdadeiro provérbio: Ardua pulchra quae, ou, coisas eminentes são difíceis de serem obtidas. Isso é verdade em ambos os assuntos naturais e espirituais. Essas coisas espirituais a serem adquiridas são mais eminentes. Aquele que não está familiarizado com elas, embora nunca se preocupe com elas, no entanto, não haverá qualquer risco e perigo para ele, mas, no caso daquele que está familiarizado, ele vai arriscar tudo por elas e vai fortalecer seu coração com esperança. Esta fortaleza, embora o mundo a classifique como teimosia e força de vontade, é, contudo, uma
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virtude eminente. É um ornamento para o cristão que é agradável a Deus, terrível para o mundo, e pessoalmente benéfico. É uma virtude que Deus requer e para a qual os crentes são frequentemente exortados, ou seja, - Sê forte.
A sede da força espiritual encontra-se na alma, no intelecto, na vontade e afeições do crente. Todos esses estão totalmente engajados em relação aos objetos em questão. Não é uma atividade física (embora isto também seja essencial na execução desta força), mas sim uma atividade da alma. Não é meramente uma atividade do intelecto, observando essa virtude em sua beleza, mas todas as faculdades estão ativas. Isto não é uma atividade que acontece ocasionalmente, mas muito mais do que isso, é uma propensão, uma disposição habitual e uma competência, que inicialmente é infundida por Deus, mas que é exercida pela influência do Espírito Santo, e que por muito exercício melhora e se torna mais forte. – Não temerá maus rumores; o seu coração está firme, confiando no Senhor. O seu coração está bem confirmado, ele não temerá, até que veja o seu desejo sobre os seus inimigos. (Sl 112: 7-8). O coração do não convertido não é o assunto desta força, porque está reprovado para toda boa obra espiritual (Tito 1:16). Eles não têm promessas, nem fé, nem esperança, nem a vida espiritual interna. Que força espiritual e coragem poderiam ter então? Somente os que são nascidos de novo do Espírito Santo
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(regenerados) são os corajosos que temos mencionado, e eles têm o que acabamos de mencionar – algo que os não convertidos não têm. Todos os justos são ousados como um leão (Pv 28: 1). Para aqueles que são chamados a serem santos o apóstolo diz, - portai-vos varonilmente, e fortalecei-vos. (1 Cor 16,13).
Tanto objeto e objetivo são idênticos aqui. A força espiritual se relaciona ao bem que deve ser adquirido e ao mal que deve ser vencido. (nota do tradutor: o bem e o mal aqui referidos são aqueles que são definidos pela Palavra de Deus e não propriamente por aquilo que os homens considerem como tal.)
Deus promete muitos benefícios segundo a sua própria vontade ao corpo e à alma, mas, no entanto, o faz nas bases dos meios e ordenanças comandados por Ele.
A pessoa que é valente espiritualmente falando está familiarizada com estes benefícios divinos, os ama, crê nas promessas, e as antecipa na esperança. Com essa perspectiva ela inicia seu esforço, o busca e procura apreendê-lo. Neste trabalho muita resistência será encontrada: perda de honra, posses, e até mesmo a vida. Alguém encontrará vergonha, desprezo, zombaria, ódio, oposição em todas perspectivas, pobreza, doença, e todo tipo de adversidade. Tudo isto tem o potencial de gerar medo, e através do medo, pode ser ocasionado qualquer tipo de interrupção, seja ela total ou parcial do esforço. Mas a coragem espiritual não vai ceder,
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antes, perseverará ainda mais veementemente. Ela não pode ser movida por nada; nem mesmo pelo amor à própria vida (Atos 20:24).
Enquanto assim ocupada, a alma pode sofrer de deserção espiritual e luta. A fé pode ser assaltada, e também a esperança pode ficar abalada ou ser atirada de lá para cá, de modo que a turbação interior é muitas vezes esmagadora. A pessoa corajosa, no entanto, prossegue como se fosse cega, e não sucumbindo, mantém a coragem e batalha como um herói corajoso, defendendo-se e infligindo danos aos inimigos espirituais. No entanto, um mal adicional surge - um mal que tem um efeito mais abrangente do que o mal anterior: o velho Adão. Este lisonjeia, seduz, e faz com que a pessoa se extravie. Aqui ela tropeça, lá ela cai, e então recebe uma ferida dolorosa e depois novamente uma ferida mortal em sua alma. O que é bom é negligenciado, o mal é cometido, e isso é capaz de fazer um soldado espiritual descrer a respeito de seu estado, e levá-lo a se sentir sem esperança e tornar-se desanimado. No entanto, a força espiritual olha para o que é bom. Se o crente não pode permanecer em pé com sua carga, ele irá se rastejar com ela, e se ele sucumbe, ele vai se erguer novamente e renovar a batalha com nova coragem. Se ele não pode ver o seu caminho, ele acredita e confia no Senhor Jesus, encomenda o resultado a Ele, e está determinado a perseverar, independentemente de qual seja o custo.
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Se o inimigo é muito forte e ele é vencido, ele vai, no entanto, fazer o seu melhor e não se renderá - aquele que é colocado para o pior na batalha também está lutando. Assim, tanto o bem e o mal são os objetos da atividade da força espiritual.
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A Essência da Força Espiritual
A essência integrante da força espiritual consiste em uma firmeza valente de coração. Esta, por sua vez consiste, antes de tudo, na existência de uma viva esperança. Os benefícios esperados são tão desejáveis que eles podem suportar tudo o que é desconfortável.
A esperança na fidelidade e veracidade do Deus que faz as promessas torna a aquisição como uma firme e inquestionável verdade, que quanto mais forte o crente é, a este respeito, mais forte a sua coragem será.
Em segundo lugar, isto consiste na vitória sobre o medo. A natureza recua diante do sofrimento e procura evitá-lo. A pessoa corajosa vence o medo, no entanto, porque vê que não há outra maneira de obter os benefícios desejados, enquanto ao mesmo tempo, percebe que tudo o que está em oposição não tem poder para vencê-lo e impedi-lo de atingir seu objetivo, quando a ajuda Onipotente está do seu lado. Assim, o medo desaparece. - O Senhor é a minha luz e a minha salvação; a quem temerei? O Senhor é a força da minha vida; de quem me recearei? (Sl 27: 1); - Embora eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum (Sl 23: 4).
Em terceiro lugar, isto consiste na perseverança no cumprimento do dever. Isto consiste em uma entrada corajosa no caminho que conduz à posse dos benefícios que se esperam, enquanto
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se aguarda todos aqueles que podem ser encontrados. Assim, tal pessoa prossegue, em dependência de Deus e de Cristo, e confia em sua ajuda.
Estas três questões constituem a firmeza valente de coração, ou a coragem espiritual. Observe esta disposição nas passagens seguintes: Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia; somos reputados como ovelhas para o matadouro. Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou. Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, Nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor. (Rm 8:35, 37-39) - Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor. (1Co 15:58).
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A Origem da Força Espiritual
A origem desta força é Deus. - Esforçai-vos, e ele fortalecerá o vosso coração, vós todos que esperais no Senhor. (Sl 31:24); - Dá força ao cansado, e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor. (Is 40:29).
Isto requer uma análise mais aprofundada para verificar como Deus é operativo a este respeito, e como Ele faz com que o homem seja ativo por vários meios - sendo estes meios causas secundárias.
Primeiro, Deus concede uma visão clara da glória do fim a ser alcançado, ou seja, dos benefícios a serem adquiridos. Ele apresenta a aquisição deles como sendo um fato certo e imutável. Quanto mais claramente o intelecto percebe o fim em vista e quanto mais poderosamente o coração é seguro de sua certeza, haverá uma maior força espiritual e será mais fervorosa a sua manifestação. Observe isto no Senhor Jesus, - que em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, desprezando a ignominia (Hb 12: 2). Observe isso também em Moisés, que estimou o opróbrio de Cristo por maiores riquezas do que os tesouros do Egito; porque tinha em vista recompensa (Hb 11,26).
Em segundo lugar, Deus assegura a alma quanto à Sua ajuda e apoio, e imprime no coração a Sua promessa em relação a isso.
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- Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a destra da minha justiça. (Is 41:10). Um crente recebe essas promessas, pela fé e se fortalece por meio delas. Como alguém que em uma tempestade se encontra muito fraco para permanecer de pé se agarra a um poste ou uma árvore e permanece de pé devido à sua imobilidade, a pessoa corajosa da mesma forma se apropria da força do Senhor, e, portanto, permanece forte e inabalável. - Ou que se apodere da minha força, e faça paz comigo; sim, que faça paz comigo. (Is 27: 5). Isto é o que Davi fez. - Mas Davi se fortaleceu no Senhor seu Deus (1 Sam 30: 6).
Em terceiro lugar, o Senhor mostra as limitações, a insignificância e a impotência de tudo o que se opõe. Ele mostra que ter a honra do homem, seu amor, os bens deste mundo, e tudo o que parece belo e glorioso nele, são na realidade nada, e que ele pode perder tudo isso e, no entanto, estar alegre (Hab 3: 17-18). O Senhor mostra que Ele é a sua porção todo-suficiente (Lam 3:24), e que tudo o que é belo neste mundo quando comparado a esta porção é como refugo (Fp 3: 8). Ele mostra que todo o ódio, mal, e perseguição dos homens não é nada mais do que um saco de ar, uma vez que eles não podem se mover nem agitar além da Sua vontade, e que pobreza, adversidade, etc., são apenas uma leve tribulação que vai passar muito facilmente (2 Cor 4:17). Assim as almas são
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fortificadas, a tal ponto que até mesmo sentirão prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo, porque quando são fracos, é que são fortes, e portanto, se gloriarão nas suas tribulações, a fim de que o poder de Cristo repouse sobre eles (2 Cor 12: 9-10).
Em quarto lugar, o Senhor mostra-lhes a bondade e a justiça das coisas que eles têm que suportar - mostrando-lhes que Ele ordenou a fazê-lo e que nada do que sucede é a causa, senão Ele próprio. Isto os torna corajosos na batalha. Eles consideram que é a sua honra, que, por causa de Jesus, possam lutar contra os inimigos e que eles sejam feridos nesta batalha. Isto possibilitou que os apóstolos - de maneira surpreendente – falassem com liberdade diante do grande Sinédrio (Atos 4:13), e tendo sido açoitados, partiram se regozijando por terem sido considerados dignos de sofrer afrontas por esse Nome (Atos 5:41).
Em quinto lugar, o Senhor mostra-lhes a impiedade e injustiça dos que os oprimem. Assim como eles reconhecem que o Senhor é justo Juiz, assim também observam que Ele odeia seus perseguidores, a sua causa e seus objetivos malignos. Ele próprio deverá, portanto, esforçar-se contra eles e recompensá-los de acordo com suas iniquidades. Isto engendra a coragem, e ao mesmo tempo triunfam exultando sobre eles, dizendo - O Senhor está comigo; não temerei o que me
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possa fazer o homem. O Senhor está comigo entre aqueles que me ajudam; por isso verei cumprido o meu desejo sobre os que me odeiam. É melhor confiar no Senhor do que confiar no homem. É melhor confiar no Senhor do que confiar nos príncipes. Todas as nações me cercaram, mas no nome do Senhor as despedaçarei. (Sl 118: 6, 10). Isto encorajou Davi na batalha contra Golias, em que ele tinha desafiado o Senhor (1 Sam 17:45).
Em sexto lugar, o Senhor mostra-lhes a ajuda que Ele já lhes oferecia, tanto para o corpo quanto para a alma.
É como se Ele dissesse: - Quando você considerava tudo perdido; quando já havia pronunciado a sentença de morte sobre si mesmo; quando as coisas injustas tinham vantagem sobre você, sua fé sucumbiu, a sua esperança quase chegou ao fim, sua vida espiritual estava em um estado de estupor, e quando você de fato pensou – Isto está feito e isto nunca dará certo comigo de novo - não tenho eu então, frequentemente livrado você? Essa experiência traz muita força. - Disse mais Davi: O Senhor me livrou das garras do leão, e das do urso; ele me livrará da mão deste filisteu. (1 Sam 17:37); O qual nos livrou de tão grande morte, e livra; em quem esperamos que também nos livrará ainda. (2 Cor 1:10).
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Em sétimo lugar, o Senhor conforta a alma engajada em uma guerra por assegurar-lhe a Sua graça no seu interior. É como se Ele dissesse
para ela, - A minha graça é suficiente para ti. Se eu sou o teu Deus, se eu te perdoar de todos os seus pecados, te amar, preservá-lo por meu poder, e finalmente lhe glorificar eternamente, então não está tudo bem? Portanto, eu faço isso e devo fazê-lo. Eu não te deixarei e nem te desampararei.
Sê, portanto, corajoso e eu estarei contigo. O mal que tu temes não pode ou não será capaz de trazer sobre ti o que tu temes. Ou então, vou dar-te resistência suficiente para suportar isso e vou fazer com que isso se transforme para o seu bem. - Quando passares pelas águas estarei contigo, e quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti. (Is 43: 2) - Eu serei contigo. Tenha, portanto, bom ânimo e lute valentemente. Quando a alma é consolada de tal forma, é como se ela recebesse asas para voar como uma águia, para correr e não se cansar; e caminhar e não desfalecer.
Em oitavo lugar, o desespero às vezes também gera força - o que é muito surpreendente. Se, devido ao medo, você não faz nada, senão encolher; se você está numa baixa condição e tem desanimadamente sucumbido à cruz; se em todas as coisas você vai junto com o mundo; se durante as perseguições tem se escondido, foi
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hipócrita, e negou a verdade; se em cada aspecto tem seguido os seus desejos e parece ter sido vencido por eles, eis que, em seguida, a vida que ainda está escondida dentro de você começa a se manifestar e você receberá a força na sua fraqueza. - Apagaram a força do fogo, escaparam do fio da espada, da fraqueza tiraram forças, na batalha se esforçaram, puseram em fuga os exércitos dos estranhos. (Heb 11:34). Assim como o fogo irrompe ainda mais veementemente devido a ser comprimido por frio circundante ou qualquer outra coisa, por isso ocorre o mesmo com o crente. A consciência é despertada, a fé torna-se ativa, e o medo desaparece, pois ele não tem nada a perder – isto não pode ser pior. Ele vai, assim, vir para a frente novamente e manifestar quem ele é. Ele vai se tornar mais forte do que jamais foi antes. As pessoas fracas dirão, - Sou forte (Joel 3:10). Isto nós observamos ocasionalmente naqueles que negaram a verdade, ou seja, que eles se retrataram e suportaram o fogo com muito mais coragem do que alguém que tivesse permanecido firme.
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Os Efeitos da Coragem Espiritual
O efeito de coragem espiritual é uma corajosa prevalência na batalha e perseverança em obediência para com Deus.
Essa competência ou propensão que jamais se traduz em obras é inútil. Deus deu a seus filhos graça para esse propósito, não para que ela permanecesse dormente e escondida dentro deles, mas para que eles trabalhassem com ela. Particularmente, este valor corajoso não pode permanecer escondido, se a oportunidade está lá e sempre há oportunidades. Os inimigos estão sempre envolvidos na batalha contra a graça na vida do crente com a finalidade de erradicá-la, ou para impedir que ela seja exercida. Os crentes estão sempre cercados por injunções do Senhor para fazer ou deixar de fazer alguma coisa. Há, portanto, sempre oportunidade para o exercício de coragem espiritual.
Em primeiro lugar, o crente persevera na batalha. Um cristão deve estar continuamente na armadura, pois ele está na igreja militante. Os inimigos, o diabo, o mundo, e a carne estão continuamente ativos e continuamente assaltam a sua vida. Ele deve, portanto, ser continuamente ativo em resistir-lhes. O comando é: - Esforçai-vos por entrar pela porta estreita (Lucas 13:24); - ...exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos. (Jude 3);
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- Combate o bom combate da fé, toma posse da vida eterna (1 Tm 6:12).
(1) Em uma batalha algo desejável está em jogo, que neste caso é a vida espiritual aqui e a felicidade futura. Os inimigos se levantam contra isso, desejam roubar isso do crente, e impedi-lo de se manifestar nesta vida.
(2) O crente conhece o inimigo - ele sabe quem ele é e o qual é o seu objetivo. Os crentes estão de fato familiarizados com o diabo, o mundo, e sua própria carne, e os inimigos estão, por sua vez familiarizados com eles.
(3) Há inimizade no coração. Assim, não há aqui somente uma contradição total de naturezas, que não podem deixar de buscar expulsar a outra, mas estão também no caminho da outra e mutuamente roubam a sua alegria. Portanto, elas não podem tolerar a presença da outra.
(4) Há sutileza na tentativa de ganhar a vantagem. Os inimigos são espertos em tirar proveito de cada oportunidade e, assim, um cristão, mesmo que ele seja tão inofensivo como uma pomba, também é tão sábio como uma serpente.
(5) Há o uso da violência. Os inimigos têm grande poder que eles exercem ao máximo sem levar em conta corpo ou alma. O crente em si mesmo, tem senão pouca força, mas com a ajuda onipotente de Deus, ele resiste a eles em tudo e não lhes dá vantagem em nada.
(6) Há o resultado final da batalha. Durante a batalha primeiro um e depois o outro têm a
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vantagem, mas os crentes serão finalmente mais do que vencedores.
Uma vez que o cristão tem tais inimigos, ele precisa de força e coragem – ambos os quais ele usa. Devendo vencer o medo, ele os ataca com armas espirituais e luta corajosamente na batalha e os esmaga sob seus pés.
Em segundo lugar, uma pessoa corajosa não está satisfeita em apenas repelir e expulsar seus inimigos; em vez disso, ao mesmo tempo, ela também persevera com coragem a fim de obedecer a Deus. Ele eleva o seu coração nos caminhos do Senhor como Josafá fez (2 Crônicas 17: 6). Secretamente, como um assunto entre Deus e si mesmo, ele faz o que o Senhor quer que ele faça, e externamente manifesta ser um cristão por seus atos. Ele faz o que precisa ser feito e diz o que precisa ser dito. Ele não é perturbado pelos latidos dos cães e permite que eles saibam disso. Ele corajosamente avança e provoca-os a ceder, dizendo com Davi - Apartai-vos de mim, malfeitores, pois guardarei os mandamentos do meu Deus. (Sl 119: 115). Essa é a natureza da coragem espiritual.
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Os Não Convertidos: Anulação de Força Espiritual e Coragem
Tendo assim apresentado a natureza de força espiritual e coragem, este será um espelho satisfatório para mostrar ao não convertido que não a possui, e para convencê-lo santamente quanto à sua deficiência a este respeito.
Em primeiro lugar, os não convertidos não têm, nem participam, nem desejam os benefícios espirituais e eternos do pacto da graça.
Eles estão, sem promessas, sem esperança, e não se exercitam relativamente à aquisição de um deles. Eles, portanto, igualmente não têm inimigos que tentam roubar-lhes estes. A este respeito não há nada além de paz com o diabo, o mundo, e a carne. Se eles têm problemas, estes estão relacionados tanto à aquisição ou preservação das coisas terrenas. Se isso pertence a uma abstenção do pecado, haverá uma batalha entre a consciência e a vontade. Se eles estão preocupados sobre sua salvação, isto se refere ao pronunciamento da sentença de condenação de Deus em seu coração se não se arrependerem, e às vezes isto já é o começo da condenação em si mesma. Seja o que for, não há nenhum processo de valentia para receber a força do Senhor Jesus.
Em segundo lugar, quando eles estão ou estarão envolvidos em alguma religião externa, tudo o que fazem é, senão de uma fraca e morna
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natureza. É somente um calmante da consciência ou para adquirir algo de natureza externa. Se eles podem atingir este objetivo sem a prática externa da religião, mesmo a questão mais insignificante, será capaz de mantê-los longe da prática da religião. Mesmo tudo o que eles fazem a este respeito é, quando considerado em si mesmo, um peso e cansaço para eles, e seu processo não tem mais do que o ritmo de uma tartaruga.
Em terceiro lugar, há aqueles que têm algo mais leve e também alguma inclinação para se arrepender, viver piedosamente, e confessar a verdade do evangelho. Algo remoto ocorre, que poderia lhes trazer algum dano e vergonha; ou é o tempo de perseguição e há a perspectiva de prisão, a participação, da forca, da espada ou de serem enviados para as galés. O medo, então, vem sobre eles e lhes impede de prosseguir mais longe, o que faz com que dissimulem, dizendo: - Chega, chega disso! Onde há evidência de coragem aqui que vença o medo por amor a Deus e para benefícios espirituais?
Em quarto lugar, alguns temem a condenação e deseja estar no céu após a sua morte. Eles também percebem o que o caminho para o céu é, mas não vêm como eles podem percorrer este caminho, e, assim, se entregam ao desespero e desânimo.
Isto suspende toda a sua atividade, e eles não têm nada para deixar, senão um coração ansioso e aterrorizado. Ou eles vão conduzir este
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desânimo afastado por cederem aos seus desejos pecaminosos, e, portanto, a consciência é anestesiada. Ou então eles podem cometer suicídio, e, assim, saltar para o próprio inferno que eles temiam.
Em quinto lugar, há aqueles cuja disposição se assemelha à coragem espiritual em algum grau. Nada está mais longe da verdade, porém. Eles se juntam ao piedoso, têm prazer na sua companhia, e de serem amados e estimados por eles. Eles falam de uma forma altiva, repreendem os outros, envolvem-se em disputas, perseveram, e nem temem danos ou vergonha. Eles não estão, no entanto, motivados pelo amor a benefícios espirituais, por uma segurança de esperança na dependência e recepção da força de Cristo, nem pela obediência para com Deus.
É nada mais do que uma paixão tola que não teme o perigo, seja devido a não estar familiarizado com o perigo espiritual real ou devido a imaginar que ele nem existe, nem virá a experimentá-lo. Isto pode ser a busca da sua própria glória, como se estivesse dizendo: - Veja o meu zelo para com o Senhor!, como fizera Jeú. Ou eles têm uma disposição de bronze, sendo este o princípio que os motiva. Eles estão envolvidos sem ter o próprio objetivo em vista, sem estarem unidos a Cristo e sem estarem ativos em Sua força, e sem a prudência cristã que regula esta valentia. Isto não é, portanto,
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coragem espiritual, senão uma insensatez pecaminosa, e desfaçatez.
Todos os que temos descoberto a respeito de quem você é, ficamos sabendo que você não tem nem vida espiritual, fé, esperança, nem valentia espiritual. Como você será salvo se, em primeiro lugar, os violentos tomam o céu pela força. (E, desde os dias de João o Batista até agora, se faz violência ao reino dos céus, e pela força se apoderam dele. Mt 11:12), se ninguém será coroado, exceto os que têm travado uma luta legítima, e se só aqueles que correm obtêm o prêmio (1 Cor 9:24)? A que virá os que são preguiçosos, temerosos, tolos e imprudentes? Em segundo lugar, imprima em seu coração o que Deus diz a respeito de como você está, - E o servo inútil lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes (Mt 25:30). O que está escrito no Apocalipse virá sobre você: -Então, porque és morno, e nem frio, nem quente, vou vomitar-te da minha boca (Ap 3:16); -Mas os tímidos ... a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre (Ap 21: 8).
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O Santo Repreendido por Sua Força Deficiente
Agora vou me dirigir a vocês, os santo. Eu preferiria consolá-los; no entanto, não posso suportar o pecado e eu devo, portanto, dirigir uma palavra de repreensão para vocês para que possam agir bem. Você tem observado a natureza da valentia espiritual e esta já terá mostrado a sua deficiência a este respeito. Vamos apresenta-la um pouco mais longe para você, para que possa abominar sua nudez e pecaminosidade, e para que se levante de suas deficiências.
Em primeiro lugar, muitos passam, senão pouco tempo refletindo sobre os benefícios que, por assim dizer, têm sido colocados em exposição para a finalidade de obtê-los por meio de bravamente lutar por eles. Devemos viver na reflexão sobre a glória eterna até que isto supere tudo o que é desejável, delicioso, alegre e adorável; de modo que não excitemos nossos desejos para adquiri-los como nossa única salvação. Quão delicioso deveria ser para nós, nesta vida, andar com Deus no amor, temor e obediência, e, portanto, de ver as coisas invisíveis com um coração que é elevado acima de tudo que é visível! Somos muito negligentes a este respeito no entanto, e, assim, o desejo de alcançar isto torna-se mais fraco e o desejo natural para o que é visível torna-se maior. O
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resultado será, então, que o objetivo em vista não será fortemente motivado para a atividade. Uma vez que o coração incide sobre vários assuntos, estará menos preocupado em uma coisa em que deveria concentrar-se, e nós, então não seremos capazes de encontrar satisfação com o que é espiritual, a menos que isso seja complementado com coisas temporais. Esta é a fonte de toda inquietação e fraqueza na atividade.
Em segundo lugar, vamos então nem estar cientes dos inimigos, nem que o diabo vem sobre nós como um leão que ruge, buscando a quem possa tragar. Nós não estaremos cientes de que o mundo irá alternadamente procurar roubar o coração e mantê-lo para si mesmo, quer através de carinho ou por meio de desagrado e, assim, nos trará em armadilhas que não podem ser desembaraçadas. Nós não estaremos cientes de que nossa natureza corrupta está continuamente empenhada em nós impedindo-nos de fazer o que é bom segundo a vontade de Deus, bem como nos seduzindo ao pecado. Isso vai nos tornar mais descuidados, tanto quanto para preservar o que possuímos e na aquisição daquela natureza regenerada que deveríamos nos deleitar em tê-la. Não tememos onde devemos temer, e, assim, as mãos vão pender e os joelhos ficarão fracos.
Em terceiro lugar, quando cada vez mais perdermos de vista o nosso objetivo e se nos concentrarmos nas coisas terrenas em vez
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disso, o medo vai agarrar o nossa coração. Nós temeremos onde não devemos temer. A perspectiva de injúria, a vergonha, a maledicência de muitos pelo dito enganoso de todo o mal, a pobreza, a perseguição, morte, e tudo aquilo que é contrário à natureza, têm grande poder em nós para produzir medo, apesar de todas as exortações em contrário. - E não temais os que matam o corpo (Mt 10:28); Não temais pequeno rebanho (Lucas 12:32); -Por Que sois temerosos (Mt 8,26); - Não esteja ansioso por cousa alguma (Fp 4: 6). Apesar de tais verdades, nós tememos e trememos para o presente, e principalmente para o futuro. Este medo rouba-nos a coragem, nos impede em nosso dever, e chama-nos para longe por causa daquilo que não está vindo e nem ocorrerá. Sempre que a pessoa espiritualmente corajosa vence o medo, nós que deveríamos ser corajosos, seremos vencidos pelo medo. Nós nos permitimos ser abusados pelo inimigo, e os heróis perecem na batalha. Onde está aquela firmeza de ouro que deveríamos ter?
Em quarto lugar, ficamos fracos em toda atividade espiritual; isto é, em oração, combatendo contra os inimigos (especialmente as corrupções que nos assediam), no exercício da virtude – tudo aquilo que nossas circunstâncias exigem continuamente. Nós devemos nos envolver em alguma atividade, para que a vida espiritual seja existente. Tudo é realizado de uma forma letárgica, no entanto,
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isto é uma tarefa tão pesada. Ela procede de modo intermitente, e o zelo inicial e fervor têm crescido muito frio. Nós não perseveramos na obediência a Deus. Uma cruz temporal nos fará imediatamente desencorajados, e se as situações não ocorrem de acordo com os nossos desejos, nós imediatamente ficamos fracos na fé em relação ao nosso estado espiritual. Nós duvidamos do amor de Deus, de Sua audição das nossas orações, e da Sua providência. Tudo vem a um estado de desordem e procedemos como se meio dormindo ou como se quase em colapso -Se és fraco no dia da angústia, a tua força é pequena (Prov 24:10).
Embora Deus não trará sobre Seus filhos esses julgamentos que virão sobre os não convertidos, devido à sua inutilidade, mornidão, e medo, no entanto, tais pecados precisam ser impedidos -porque por estas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência (Ef 5: 6). Além disso, a falta de coragem rende-lhes nada, senão inquietação e ansiedade espiritual. Isto os embaraça cada vez mais em todo tipo de pecado, e os inimigos tornam-se mais poderosos, segurando-os cativos por um longo período de tempo. Um não vai vencer isto por ceder a uma falta de zelo e seriedade - não sejais vagarosos no cuidado; sejam fervorosos no espírito (Rm 12:11); - Sê pois zeloso, e arrepende-te (Ap 3:19).
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Exortação para ser Corajoso
Portanto, todos os que temeis o Senhor, que se encontram sob o jugo de seus inimigos (a carne, o diabo e o mundanismo), que têm pouca força para oferecer resistência, e que, além disso, usam essa pouca força de forma ineficaz, deem ouvidos e permitam que seus corações tenham disposição para lhes mover para se envolverem na batalha e serem corajosos na mesma.
Em primeiro lugar, ouçam a voz do Senhor e atendam ao Seu convite para elevarem seus corações. Como Lázaro ressurgiu dos mortos ao ouvirem a voz de Cristo, possam, também vocês serem vivificados de sua indolência morna para uma nobre coragem. Esta é a Palavra de Deus para você: - Sejam fortes e tenham bom ânimo, não temam, nem tenham medo deles (Deut 31: 6); - Vigiai, estai firmes na fé; portai-vos varonilmente, e fortalecei-vos.(1 Cor 16,13); - Dizei aos turbados de coração: Sede fortes, não temais; eis que o vosso Deus virá com vingança, com recompensa de Deus; ele virá, e vos salvará. (Is 35: 4); - Portanto, tornai a levantar as mãos cansadas, e os joelhos desconjuntados (Heb 12:12).
Em segundo lugar, você não deve ser corajoso na batalha? Não há outro caminho para o céu, exceto por meio de luta corajosa. Esta é a maneira ordenada por Deus: - E eu vou colocar inimizade (Gn 3:15). Você escolheu este
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caminho quando entrou no reino de Cristo e se colocou sob Sua bandeira. Ou, por outro lado: você deve querer cortar a si mesmo do pacto, como um vilão que deserda desta bandeira, e abandona Deus, o céu, e todo o resto; ou você deve corajosamente se engajar na batalha para que deste modo possa vencer o diabo e seus companheiros, o mundo e tudo que nele há, bem como o pecado e todos os seus desejos. A coroa de glória deveria ter tanto valor para você; assim como a muito preciosa vida espiritual e comunhão com Deus contigo, e tal prazer você deveria encontrar na vontade de Deus, que estaria disposto a lutar valentemente todos os dias da sua vida. Não deixe que isso pese sobre o seu coração, pensando: Devo eu estar armado e me envolver na guerra toda a minha vida? Deve haver um tal esforço da minha força toda a vida? Isso é realmente uma maneira desagradável e não há nenhuma maneira pela qual eu vou perseverar. Sim, o céu deve ser precioso para você; ou então você deve renunciar a ele. Seja conhecido, no entanto, que a batalha com coragem não é uma tarefa pesada, como você se permite acreditar. Porque lutar sempre e sucumbir, ou sempre se empenhar fazendo com que o resultado da batalha esteja em dúvida, é realmente uma tarefa pesada. Isto é uma tarefa jubilosa, no entanto, vencer lutando, conquistando uma cidade após a outra, e humilhar o inimigo batalha após a batalha. Tal será o caso, se você, apenas conduzir-se
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corajosamente, de modo compatível com a sua força – se peleja como uma criança, um jovem ou um homem. Você está com tanto medo da batalha, porque você não procedeu com coragem; em vez disso, devido à sua frouxidão, descuido e falta de seriedade, deu ao inimigo a oportunidade de obter vantagem sobre você.
Isso torna sus inimigos mais corajosos e você se torna mais fraco. Portanto, levante-se nos caminhos do Senhor e corajosamente engaje-se. - Resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.
Em terceiro lugar, reflitamos sobre se o seu estado espiritual é adequado para lhe despertar para ser corajoso. O Senhor te escolheu para a salvação, atraiu-o para fora do poder de seus inimigos, e lhe chamou como chamou Abraão de Ur dos caldeus, e Israel para fora do Egito. Ele o colocou entre Seus filhos no reino de Seu Filho. Você tem nascido de Deus, e é, portanto, filho de Deus, filho do Rei (Sl 45: 9, 13), e rei (Ap 5:10). Você tem um espírito livre e principesco (Sl 51:12) e o coração de um leão (Pv 28: 1). O Senhor te fez para ser tão formoso quanto – Seu santo cavalo na batalha (Zc 10: 5). E ele diz em relação a você no versículo 5: - E eles serão como valentes que trilham os seus inimigos na lama das ruas na batalha (Zc 10: 5). Estes são os que prosseguem na lama para que a terra trema a cada passo, - porque o Senhor está com eles, e os faz prevalecer sobre os que estão em cavalos para que os inimigos sejam confundidos (Zc 10.5); ou seja, um soldado a pé de infantaria deve
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prevalecer sobre o cavaleiro em seu cavalo. Você, então, permitirá ser vencido pelo diabo, por um cidadão desprezível do mundo, ou por uma corrupção vil em si mesmo? Um rei é nobre demais para permitir ser capturado por um soldado insignificante. Você deve, portanto, também ser corajoso de uma maneira compatível com o seu estado de espírito e não ceder ao inimigo desprezível. Não se esqueça da sua nobreza, para que não traga vergonha para seus ancestrais.
Em quarto lugar, preste atenção tanto na natureza quanto na força dos inimigos, e isso vai fazer-lhe mais valente. Eles são tão maus que não toleram a menor manifestação do que é bom e santo, nem o mínimo de movimento de vida espiritual. Quanto mais espaço você der a eles, mais eles exigem de você e tanto mais eles ganham força. Eles não vão desistir e nem se cansar até que tenham arrastado a alma e o corpo ao inferno. Eles se opõem diretamente ao
majestoso e santo Deus, bem como ao seu amado Senhor Jesus Cristo. Você pode testemunhar e suportar isto em boa consciência?
Além disso, eles são desprezíveis, vis, repugnantes, e abomináveis. Quem pode pensar sobre eles sem ficar indignado? E se você se permite ser dominado por eles? Eles já foram vencidos pelo Senhor Jesus, pois Ele tem ferido a cabeça do diabo (Gn 3:15; Hb 2.14), venceu o mundo (João 16:33), e lhes removeu do seu
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domínio (Rom 6: 2, 14). Eles, portanto, não podem nem prejudicá-lo nem são capazes de puxar um fio de cabelo da sua cabeça. Seria também um grande ato de covardia temer as ações de um inimigo que está quase morto. Portanto, não permita ser vencido por um tal inimigo desprezível e impotente; ao invés, batalhe valentemente e lhe espezinhe como sujeira sob seus pés. Proceda como o escudeiro de Jônatas, que o seguia, e chegando por detrás dele, matou os inimigos. Sigam o Senhor Jesus da mesma forma, pois Ele vai adiante de vocês e mata os inimigos antes que vocês o façam. Vocês podem, em seguida, empurrá-los para ele. Portanto, sejam corajosos na batalha e a vitória sobre tais inimigos será certa.
Em quinto lugar, tome conhecimento de que os olhos de todos estão em cima de você, e dê atenção à forma como você se conduz nesta batalha.
Você entrou na arena em conjunto com o inimigo, e os espectadores estão de pé para testemunhar a batalha.
Por um lado está o seu rei, juntamente com os santos anjos e os crentes. O seu coração é um com você, e eles estão desejosos de que você saia vencedor. A causa de Cristo e dos santos é sua e sua causa é a deles. Eles se alegrarão e se gloriarão se você for vitorioso. Do outro lado estão os demônios e o mundo. Eles rangem os dentes e adorariam causar dano à causa de Cristo por vencerem você. Você será, portanto,
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fraco na batalha? Você poderia permitir-se ser vencido na presença de todos? Você fará com que essa indignidade venha sobre Cristo, que é uma testemunha desta batalha, que convidou a todos para observarem a sua coragem, e inspirá-lo a ser corajoso? Poderão os anjos (se isso fosse possível), bem como os piedosos serem cobertos com vergonha e ficarem entristecidos por causa de você?
Você poderia permitir que o inimigo triunfasse como vencedor? Como você se atreve a vir para o seu Rei e levantar o seu rosto para Ele? Não, não - isso não deveria ser. Você deve ser corajoso como um herói para que Cristo se orgulhe de você como o Senhor se gloriava da constância de Jó (Jó 1 e 2).
Em sexto lugar, reconheça o que a sua própria força é, e olhe para os seus ajudantes e irmãos de armas. É verdade que você não tem força por natureza, e que, tendo nascido de novo, você tem, senão pouca força (Ap 3: 8). Tendo recebido a força de Cristo, no entanto, isto é seu e, assim, você pode fazer todas as coisas em Cristo que lhe fortalece (Fp 4:13). Por isso, faça uso dela; corra com Ele através de uma tropa, e com Ele salte por cima do muro, a fim de tomar posse de seus inimigos em sua força (Sl 18:29) - Deus é o que me cinge de força e aperfeiçoa o meu caminho. Ensina as minhas mãos para a guerra, de sorte que os meus braços quebraram um arco de cobre.(v. 32, 34). Portanto, jubila-te: - O Senhor está comigo entre aqueles que me ajudam; por
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isso verei cumprido o meu desejo sobre os que me odeiam. (Sl 118: 7).
Em sétimo lugar, reflita sobre aqueles que se envolveram na batalha antes de você e considere como o resultado tem sido abençoado para eles.
Eles estão agora coroados como vencedores, como é para ser observado no registro dos heróis da fé, Hb 11. - Tenham, meus irmãos, os profetas, que falaram em nome do Senhor, para um exemplo de aflição e de paciência. ... Ouvistes da paciência de Jó, e vistes o fim que o Senhor lhe deu (Tiago 5: 10-11). Considere Paulo: - Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda. (2 Tim 4: 7-8). Considere outros crentes que vivem com você, como cada um deles batalha de acordo com a sua força. Isto tudo isso não despertaria a sua coragem? Aquele que, portanto, pode contemplar tal Rei, pode estar em um exército tão magnífico, e está rodeado por tantos heróis valentes que estão decididos a dar a própria vida para o Senhor Jesus e para a batalha até a morte – deveria ele não lutar com coragem?
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Promessas de Deus Para Guerreiros Corajosos
Em oitavo lugar, leve a sério as promessas que Deus tem prometido aos guerreiros corajosos. Deus irá sustentar você enquanto estiver envolvido em uma batalha. – Tenha bom ânimo, e Ele fortalecerá o teu coração (Sl 27:14).
(1) O Senhor, então, faz com que os crentes tenham uma visão mais clara dos benefícios prometidos em sua preciosidade, e a ter uma esperança mais viva em relação a eles.
(2) Ele lhes mostra as limitações e fraquezas da oposição, para que assim os crentes possam olhar para além deles e já se considerarem vencedores.
(3) Ele lhes mostra a ajuda que Ele já havia dado a eles anteriormente.
(4) Ele os conforta e encoraja.
(5) Ele remove o medo da oposição.
(6) Ele infunde força e os cinge com força, de modo que mesmo um crente fraco diz: - Eu sou um poderoso. O Senhor promete a coroa de glória. Considere as promessas encontradas em Apocalipse 2 e 3 – Àquele que vencer darei a comer da árvore da vida ... não receberá o dano da segunda morte ... darei a comer do maná escondido, e dar-lhe-ei uma pedra branca ... darei poder sobre as nações ... eu lhe darei a estrela da manhã ... o mesmo será vestido de vestes brancas; e de maneira nenhuma riscarei
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o seu nome do livro da vida, mas confessarei o seu nome diante de meu Pai, e diante dos seus anjos ... eu o farei coluna no templo do meu Deus ... e escreverei sobre ele o nome do meu Deus ... eu lhe concederei que se assente comigo no meu trono (Ap 2: 7, 11, 17, 26, 28; 3: 5, 12, 21). Aquele que deseja todas estas coisas gloriosas deve e vai obtê-las combatendo corajosamente. Portanto, engaje-se com coragem!
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Direções Finais para esta Guerra
Esforce-se para se conduzir bem, e se engaje nesta tarefa corretamente. – E também se um atleta lutar nos jogos públicos, não será coroado se não lutar legitimamente. (2 Tm 2: 5).
Em primeiro lugar, arme-se, portanto, da cabeça aos pés. Paulo nos ensina o que essas armas são. - Portanto tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, permanecer firmes. Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade, e vestida a couraça da justiça, e calçando os pés com a preparação do evangelho da paz, tomando, sobretudo, o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno. Tomai também o capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus; com toda a oração e súplica orando em todo tempo no Espírito e, para o mesmo fim, vigiando com toda a perseverança e súplica, por todos os santos, (Ef 6: 13-18).
Em segundo lugar, nesta guerra não baixe a guarda contra:
(1) O descuido. Não imagine que você já tenha vencido quando você tem uma boa intenção. Tais intenções perdem facilmente seu vigor. Não imagine que o inimigo já desapareceu, pois ele se encontra à sua espera.
Portanto, - Sejam sóbrios e vigilantes (1 Pedro 5: 8).
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(2) O desânimo. Quando os inimigos são fortes demais para você, e a guerra muito pesada, e Deus está distante, não perca a coragem, por que seria como jogar fora suas armas e ceder ao inimigo (de quem nenhuma graça é para se esperar de qualquer forma) suas mãos indefesas. Portanto, na confiança depositada sobre a força e infalíveis promessas de Deus, -Seja forte e tenha coragem (Josué 1: 6).
(3) Orgulhar-se e ostentar a sua própria força. Lembre-se de Pedro, que disse: - eu nunca me escandalizarei (Mt 26:35); - Nunca vou te negar (Mt 26:35). Em seguida, a derrota é iminente. Portanto, - Não te ensoberbeças, mas teme (Rm 11:20).
Em terceiro lugar, nesta guerra:
(1) Tenha cuidado, e não vá além dos limites de sua vocação. Não se envolva em coisas que estão
além de seu alcance e além de sua competência. Não aja apressadamente e com paixão impulsiva. Não imagine que tem sabedoria suficiente, por si mesmo, mas sempre, em primeiro lugar, procure o conselho do Senhor, ainda que em insignificantes assuntos e quanto ao que a circunstância possa ser. Uma empregada foi forte o suficiente para lançar Pedro para baixo. Em casos especiais procure o conselho dos santos. – Aquele que dá ouvidos ao conselho é sábio (Pv 12:15); - Vede, então, que andeis prudentemente, não como néscios, mas como sábios (Ef 5:15).
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(2) Fuja daquelas oportunidades das quais lhe é permitido fugir, e especialmente daquelas em que você tem sido frequentemente aprisionado. Já faz um bom progresso aquele que, a fim de evitar o pecado, evita as oportunidades para pecar, e não se engaja em um esforço específico a menos que seja chamado a fazê-lo.
(3) Oponha-se especialmente ao pecado que você está mais inclinado a cometer, para o qual a sua natureza é mais inclinada, e que está relacionado ao seu chamado. Proteja-se cuidadosamente das manifestações iniciais, porque, então, é mais fácil resistir a ele. Pegue as raposinhas, e retire a mosca morta que pode estragar o unguento.
(4) Sempre busque refúgio em Cristo, pois Ele é um sol e escudo (Sl 84:11). Assim que você permite que o seu coração vagueie longe dEle, a seta do inimigo será imediatamente lançada em você. Imite Davi a este respeito: -Livra-me, ó Senhor, de meus inimigos; fujo para ti, para esconder-me (Sl 143: 9).
(5) Esteja continuamente empenhado na oração, porque toda a sua força deve vir do Senhor - e Deus, quando Ele quer fazer alguma coisa, quer ser interrogado. – Vigiai e orai, para que não entreis em tentação (Mt 26:41).
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