Fujo! Dessa boca quente com sorriso largo,
rescendendo à canela no hálito embriagante.
Sorvo sedenta o escarro do veneno farto,
quebrando gastas querelas num instante.
Fujo! Da serpente nua que essa boca abriga,
em ferozes ondas de saliva doce,
penetrando afoitas todos os vãos que atiça,
na ponta da língua um afiado açoite.
Fujo-te tanto e tão cegamente ultrajada,
que renego já possuída da infernal sentença,
de curvar-me a tua voraz vontade, humilhada,
servil à dura posse que essa carne ostenta.
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