A tal saudade é leviana e flor feita já brota,
sem vingar de botão para pegar de surpresa.
É a tocaia da vida que só anda em frota,
atropelando se a falta já habita a cabeça.
E a falta sentida é de quem falta se sente,
quer exista de fato ou indolente persista
na lembrança fixada sem motivo aparente,
gruda em tudo que toca como doce arnica.
Desassossego de vida que no corpo lateja,
como se fosse ferida que remédio não cura.
Maleita, caxumba ou outra dor que apareça,
não alivia o estrago que seus sintomas apura.
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