Olhos ansiosos encharcados de morna lua,
se alongavam à espreita do esperado enlace,
encravados na face onde o sutil disfarce,
era acarinhar a seda sob essa pele nua.
Mãos tépidas desejando o caminho
dos viris traços em suor envolvidos,
arrepiando os pelos do corpo rendido
ao amor temperado à pitada de vinho.
Arranhar-te-ei entre as coxas bem de leve,
antes de te explorar a tensão aparente.
Qual alpinista galgando cada metro de frente,
em batalha de pernas e domínio de pelve.
A ponta da língua há de explorar cada curva
desse másculo corpo tensionado de amor.
Beijar-te-ei longamente absorvendo o calor,
até o encaixe perfeito que a vista faz turva.
Passearei nesse corpo desbravando as trilhas,
com o toque ousado que cada canto pede.
Te agarrando forte no arrepio da pele;
Te soltando apenas para alinhar virilhas.
E o ápice virá numa explosão de prazer,
adocicando o quarto com ar de paixão.
E os corpos fundidos se entregando a exaustão
no abraço molhado vêm o dia nascer.
Eu quero esse sol em eclipse de lua,
possuindo as certezas que o desejo criou,
desde o toque primeiro que a voz profanou
ao encontro perfeito onde eu vou ser sua.
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