No Anno Prius Domini 300, Albion, uma das localizações onde mais houve batalhas místicas entre os chamados “velhos deuses”, Conflitos esses pela posse desse arquipélago com uma posição mística estratégica ao norte da Europa.
Inicialmente as ilhas eram governadas pelos nemedianos liderados pelo druida Míde, responsável por ascender à primeira pira sagrada na região na colina de Uinesch. Depois esse povo pacífico foi atacado pelos filhos da bruxa Domnu, os chamados Fomorians, Gigantes saqueadores liderados por Bres que após ondas de ataques acabaram usurpando a ilha dos nemedianos.
Os Fomorians como vencedores impuseram aos povos locais tributos de sangue anuais durante o Samhain, os nemedianos ao tentarem lutar contra a tirania de seus opressores acabaram dizimados e os sobreviventes se espalharam pelo continente europeu.
Algumas gerações depois as ilhas receberam novos visitantes os Fir Bolg, tribo de guerreiros que eram híbridos de humanos e gigantes, apesar da estatura comum, possuíam uma força desproporcional. Liderados por Eochaid Mac Eirc possuiam conhecimentos que possibilitaram a criação de armas mágicas, cujas lâminas eram capazes de ferir os gigantes negros, o que levou ao fim de seu reinado de terror.
E finalmente os últimos seres místicos a colonizarem o arquipélago foram os filhos de Dana, conhecidos como Tuatha de Danann. Liderados por Nuada, eram detentores de quatro relíquias que garantiam-lhes grande poder eram elas: o caldeirão de Dagda, a espada de Nuada, a lança de Lugh e a pedra de Fal. Com essas maravilhosas relíquias eles acabaram com o reinado dos híbridos Fir Bolg.
O reinado dos filhos de Dana foi duradouro até que os povos humanos da região, escravizados desde a chegada dos primeiros invasores, confrontaram seus próprios deuses, a fim de libertarem-se de sua influência.
Esses druidas acumularam conhecimentos por séculos para forjar sua maior arma uma lâmina mágica capaz de absorver o poder dos falsos deuses, essa lâmina continha em sua essência fragmentos das relíquias de todos os povos místicos que passaram pelas ilhas Britânicas inclusive das relíquias dos Tuathe de Danann e com ela triunfaram e finalmente as ilhas estariam em mãos humanas.
Muitos séculos depois durante o reinado de Éremon, uma nova ameaça surgiu com o inicio de uma terrível guerra, surgidos das trevas um exército de mortos levantavam-se todas as noites e atacavam as cidades gaulesas, o pânico estava instaurado mais uma vez naquela região.
Nenhum exército humano era capaz de combater aqueles monstros, eles não sentiam dor ou cansaço, brandiam armas terríveis que eram capazes de partir um homem em duas partes sem nenhum esforço.
O que mais causava temor aos moradores era que aqueles mortos que se esgueiravam toda noite e atacam sem piedade qualquer um que cruzasse seu caminho, tinham a aparência de seus velhos deuses, porém toda disforme e corrompida, porém ainda com poderes consideráveis para congelar de medo o coração de qualquer guerreiro que os enfrentasse.
Muito especulava-se sobre o motivo dos ataques, alguns diziam que era a vingança dos velhos deuses, outros que novos seres teriam surgido a fim de escravizar seu povo novamente. Porém nada era comprovado, além do misterioso fato que ocorreu durante uma noite no castelo do rei.
Sua filha uma noite teve um sonho terrível onde um ser adentrava seu quarto e vagarosamente chegava cada vez mais perto dela, quando este já estava perto, subitamente ele se joga sob a moça. Ela assustada acorda em prantos.
Para a desgraça de Éremon misteriosamente nove meses após o sonho a sua pobre filha da à luz a um menino.
Após o nascimento da criança os ataques sofridos pelos reinos passaram a ser ainda mais constantes, e o povo culpava o nascimento da criança pelo sofrimento que passavam. Eles acreditavam que o garoto era um demônio e que quando atingisse a maioridade destruiria seu próprio povo.
A filha do rei temerosa em relação às atitudes de seus servos fugiu com o menino para a região de ao norte da ilha, buscando refúgio em uma floresta mítica localizada naquela área.
O rei Éremon, por sua vez, buscou os conselhos de seus mais antigos druidas, mestres dos conhecimentos sagrados de sua terra e guardiões do reino. A fim de encontrar uma maneira de enfrentar seus inimigos.
Os druidas então informaram-lhe que a única arma que poderia auxilia-lo nessa batalha terrível seria a lâmina forjada por seus ancestrais, usada para defender seu povo da ameaça dos seres mágicos que outrora escravizaram seu povo.
O rei sem perder tempo enviou os melhores guerreiros que possuía até o Vale Esquecido, onde a lâmina teria sido guardada por gerações até que a paz nas ilhas fosse perturbada novamente, entretanto sem sucesso os homens retornaram a Éremon, dizendo que a espada não poderia ser recuperada.
Os soldados revelaram que a espada estava sendo protegida pelos fantasmas dos filhos de Dana derrotados no passado e que eles não poderiam ser derrotados.
Éremon então se questionou.
-Como poderia os corpos dos deuses levantarem-se contra nós e sua almas protegerem a lâmina sagrada? Isso é impossível!
Desconsolado pelo isolamento de sua filha e pelas derrotas consecutivas que seu exército sofrera, o rei recorreu ao único homem vivo capaz de auxiliá-lo naquele momento o andarilho.
Ele enviou um mensageiro até as longínquas terras do mediterrâneo para que encontrasse esse estranho homem que vaga pela terra sem rumo, buscando algo inalcançável para um mero humano. Alguns o chamam de mendigo, outros de assassino de deuses.
Nenhuma alma humana ousou pronunciar seu nome, dizem que apenas os anciões mais antigos da terra conhecem sua verdadeira identidade e seu propósito sombrio, que o obriga mesmo ,há tantos milênios, caminhar pela terra e lutar em favor das almas humanas contra seres sobrenaturais.
Após três meses de espera o mensageiro retornou com o andarilho, ele era uma figura imponente mesmo usando trajes velhos e um capuz escondendo sua face. Suas mãos encontravam-se na altura de sua cintura e ele caminhava como um monge peregrino.
Ao se apresentar na corte do rei ouviu seu apelo.
-Andarilho nosso povo sofre de uma agonia terrível, monstros noturnos e fantasmas têm perseguido nosso povo sem piedade e nós pouco pudemos fazer. Eu rogo a sua ajuda.
O andarilho sem se curvar ao rei, afinal ele era muito mais velho do que qualquer rei daquela geração, respondeu.
-Soberano desta terra pela honra de seus ancestrais eu trarei a lâmina e a cabeça do monstro que atormenta sua gente, porém quando tudo acabar quero que sejam realizados dois pedidos conforme eu bem entender.
O rei satisfeito responde.
-Que assim seja!
Antes do andarilho se retirar do local um dos guerreiros que falhou na missão de recuperar a lâmina questionou.
-Como apenas um homem pode triunfar onde um exército falhou?
O andarilho sem demora respondeu.
-Por que fui eu que forjei aquela espada junto de seus ancestrais e fui eu que derrotei aqueles que vocês chamam de deuses.
O mendigo partiu para as terras distantes do Vale Esquecido, tendo conhecimento do que enfrentaria, afinal foi ele junto com os antigos anciões que forjara a lâmina e com ela suas defesas.
Ao chegar às margens de um pequeno riacho, onde localizava-se um pequeno altar de madeira coberto por musgos e sob ele a arma mágica. Aproximando-se dele eis que surge a alma do deus Nuada líder dos filhos de Dana. Ele era um homem pálido de longos cabelos brancos e olhos sem vida.
-Quem ousa profanar o túmulo dos Tuatha de Danann?
O andarilho respondeu.
-Eu vim para reclamar o tesouro que aqui deixei, sou o algoz de sua raça, aquele que vaga, já tive muitos nomes, aqui nesse tempo sou apenas “O Andarilho”.
-Filho de Dana cuja alma prendi dentro da espada, junto com teus irmãos e inimigos, aqueles cujos nomes jazem esquecidos, tu que és conhecido por portar a espada mágica Claim Solaris. Exijo que entregue-me a lâmina Caliburn!
O velho deus gargalhou das palavras do mendigo e continuou.
-Outrora você foi capaz de combater-nos, porém agora somos fantasmas. O que um viajante pode fazer contra nosso poder?
Nesse momento vários fantasmas rodearam o andarilho figuras antes imponentes agora apenas formas fantasmagóricas dos Tuatha de Danaa, Fomorians e Fir Bolg. Todos presos dentro de Caliburn, seus poderes alimentavam a espada e ela mantinham-nos presos.
O andarilho caminhou lentamente até o fantasma até atingir uma distância curta ergueu seu braço esquerdo e proclamou.
-Quod anima videtur meis invocábo inane! Nimis exaltatus es super dilaceadora animas! Et factus inanis!
De sua mão uma luz surgiu e ela foi dançando pelo ar, revelando aos poucos uma lâmina azul translúcida até formar uma espada longa.
A lâmina da espada parou exatamente em frente ao pescoço de Nuada, o andarilho então disse.
-Esta é a espada do vazio, ela não rasga a carne dos inimigos, mas dilacera sua alma. Causando danos tanto e seres vivos, quanto em monstruosidades como vocês.
-Não importa se você é um fantasma, você ainda tem uma alma. Você tem noção quanto tempo leva para uma alma recuperar-se de um dano desse tipo?
O líder dos filhos de dana sacou sua espada mágica e desferindo um golpe terrível vociferou.
-Veremos se você realmente empunha essa espada lendária!
Para o espanto de Nuada o andarilho parou seu ataque vertical usando apenas uma de suas mãos segurando a espada. O deus usando segurando sua lendária Claim Solaris com as duas mãos e usando toda sua força era incapaz de ameaçar a defesa inabalável de seu adversário.
Lentamente o andarilho foi afastando a lâmina do oponente, sem ao menos hesitar. O terror tomou conta do coração do velho deus que caiu de joelhos e disse.
-Aceito minha derrota, essas habilidades são realmente do notório herói que nos derrotou em tempos remotos. Leve a espada é sua.
O andarilho tomou Caliburn e voltou ao castelo do rei, nenhum dos soldados acreditaram ao ver aquele mendigo carregando tamanha relíquia de seu povo, que nem mesmo um exército foi capaz de recuperar.
Ao entrar no salão principal do castelo onde o rei estava sentado em seu magnífico trono. O andarilho desembainhou a espada e ficou-a no chão e disse.
- Apparent Espíritus turpis! Ego autem te, Inclusi omnes gladio: Cecidit deus!
E do interior da espada surgiram todas as almas que nela residiam, todas prostraram-se perante o andarilho que perguntou.
-Este reino sofre de um terrível mal! Algo usa seus corpos caídos para atacar esse povo indefeso!
-Ordeno que me revelem quem ou o quê tem tamanha capacidade de fazer algo assim!
Nuada o deus caído levantou-se e disse.
-Aquele que engravidou a filha do rei, aquele que é um de nós, porém escapou do terrível destino que você nos confiou, o terrível chamado Arawn.
-Ele é o senhor do submundo poderoso guerreiro, além de possuir habilidades incúbicas,ou seja, ele pode se relacionar com mulheres nos sonhos.
O andarilho então exclamou.
-Então um de vocês escapou? Isso explica o porquê de Caliburn esta incompleta, já que ela foi forjada para manter as almas corruptas de vocês presas.
-Eu devia ter percebido isso milênios atrás, porém isso não importa encontrarei Arawn e ceifarei sua alma assim como fiz com vocês.
O andarilho retirou a espada do chão e retonou-a a bainha. Todos da corte do rei ali presente ficaram assombrados com o que haviam presenciado.
O mendigo então pediu que trouxessem de volta a princesa exilada e protegessem seu filho e para isso o herói confiou Caliburn aos cuidados do rei para que este pudesse usar de seu poder para garantir a paz de seu reino e partiu para o leste de Albion onde acreditavasse ser a localização da porta do submundo governado por Arawn.
O andarilho não imaginava era que essas ações tomadas por ele beneficiariam Arawn, que com a partida do herói atacou ferozmente a capital do reino matando grande parte dos soldados do rei e invadindo sua fortaleza.
O filho de Dana adentrou o salão principal onde o rei, sua filha e seu neto estavam, ao ver o menino ele disse.
-Venho aqui levar meu filho.
A princesa abraçou fortemente o menino e respondeu ao deus.
-Você não pode levá-lo, ele é só uma criança! Seu monstro!
O rei empunhando Caliburn gritou.
-Você invade meu reino, ameaça minha filha e a honra de meus ancestrais! Eu arrancarei sua cabeça por isso seu maldito!
Arawn sorrindo maliciosamente olhando para o rei respondeu.
-O quê um velho rei pode fazer contra um deus? Vocês mortais esqueceram o terror de nosso poder? Pois vou lembrá-lo, que perante meu poder essa espada de nada servirá!
O deus caído sacou sua espada e ambos Arawn e Éremon se encararam por alguns segundos. O rei então com um urro terrível e atacou ferozmente seu adversário.
Por alguns momentos pareceu ser possível a vitória do velho rei, que encurralou o inimigo em um dos pilares do castelo com seus golpes aterradores, entretanto em um momento de descuido Arawn conseguiu atingir seu antebraço decepando-o.
O sangue jorrava do ferimento e o rei caiu de joelhos devido a terrível dor que sentia. O filho de Dana colocou a espada em seu pescoço e disse.
-Realmente Caliburn é uma espada magnífica, se ela é tão poderosa empunhada por um velho imagine nas mãos de um deus.
E com um movimento rápido cortou a garganta do pobre velho, ele seguiu até onde mãe e filho estavam. Ele arrancou o menino dos braços da princesa dizendo.
-Pouparei sua vida, afinal você foi o receptáculo da semente que gerou meu filho, porém se procura-lo novamente ceifarei sua vida assim como fiz com a de seu pai.
O monstro deu as costas para a pobre mãe em prantos recolheu a espada mágica do rei e sumiu nas trevas retornando ao seu refúgio ao leste da ilha de Albion.
Para surpresa do filho de Dana ao entrar em seu covil, deparou-se com um estranho sentado em seu trono. Era o Andarilho.
O mendigo inclinou-se um pouco no trono e disse:
-Então é aqui que o deus da morte se esconde? Ridículo.
-De todos os inimigos que enfrentei você foi o único que conseguiu fugir, não sei se posso dizer que foi habilidade da sua parte ou apenas covardia.
Rangendo os dentes de ódio o deus respondeu.
-Você assassinou toda a nossa família e usurpou nossos poderes! Porém agora eu recuperei a lâmina e tenho o poder de todos os deuses caídos, dessa vez nossa batalha terá um resultado diferente.
O Andarilho sorriu e respondeu.
-Família? Agora eu entendo porque você atacou a filha do rei, você não queria que a geração dos velhos deuses acabasse.
-Eu lamento, mas os dias de glória de sua raça chegaram ao fim.
O andarilho então levantou sua mão esquerda e invocou a espada do vazio novamente. Agora o embate entre espadas lendárias ambas construídas pelo próprio andarilho.
O choque entre as duas apagou todas as tochas que iluminavam o lugar e na mais profunda escuridão apenas o som do encontro das duas lâminas era escutado e apenas as faíscas resultantes da batalha entre as lâminas era visto.
Porém algo estranho acontecia. Quanto mais a batalha se estendia mais fraco o deus sentia-se por empunhar Calibur em um momento ele cambaleou e disse.
-O que esta acontecendo? Minhas forças estão esvaindo-se!
O andarilho estalou os dedos e todas as chamas das piras acenderam novamente ele caminhou para perto de Arawn e falou.
-Tolo, acredita realmente que eu forjaria essa espada sem tomar o cuidado de criar mecanismos de defesa contra sua raça?
-Normalmente demoraria muito mais tempo pra você sentir os efeitos nocivos que a espada tem contra seres como você, entretanto você gastou poder demais para manter os corpos de seus companheiros de pé sem suas almas para atacar as vilas de Albion.
-Infelizmente para você eu deixei de propósito Caliburn com o rei e disse para que entregasse a você, contudo creio que o rei não seguiu minhas ordens e tentou enfrenta-lo, é uma pena.
-Agora finalmente finalizarei minha obra prima com sua alma deus caído.
Arawn não tinha forças para se mexer. O andarilho tomou sua espada e colocou-a no pescoço do adversário juntamente com a lâmina do vazio como se ambas formassem uma tesoura.
Antes do golpe fatal o deus da morte fez uma ultima pergunta.
-Por que você criou Caliburn?
-Você poderia ter derrotado todos nós com sua lâmina do vazio. Por que criar outra arma?
O andarilho sorriu e respondeu.
- Nessa existência tudo deve manter-se em equilíbrio, você mesmo deveria saber disso.
-Todas as vezes que um atemporal derrota um inimigo ele absorve seus poderes.
- Se eu absorvesse o poder de todos que derroto ficaria extremamente poderoso, muito além do que qualquer um possa imaginar.
-Entretanto mesmo eu não sou imune à corrupção deste mundo. Então para garantir que eu possa ser derrotado mantenho meus poderes sempre num mesmo patamar.
-Tudo é uma questão de equilíbrio.
Após responder a pergunta de Arawn com um movimento rápido decepou-lhe a cabeça. Uma luz surgiu, mas ao invés de envolver o andarilho ela envolveu a espada. Caliburn estava finalmente completa.
Quando a batalha terminou o andarilho ouviu o choro de um bebê e em umas das salas do lugar encontrou a criança, por um momento o mendigo pensou.
-Pelas regras do equilíbrio eu deveria acabar com essa criança, afinal ela é o ultimo descendente da raça dos velhos deuses. Porém tenho planos maiores.
Ele sorriu pegou a criança no colo e retornou ao castelo.
Ao chegar ao quartel general do reino ele percebeu que todo o povo de Albion se reunia as portas do castelo, quando a multidão percebeu que o andarilho carregava o menino filho do deus morto tentaram ataca-lo, contudo ao verem no empunhar a espada mágica afastaram-se.
A princesa ao ver seu filho correu ao encontro do mendigo tomando a criança em seus braços. Nesse momento o andarilho dirigiu-se ao povo e gritou apontando para um pequeno monte onde localizava-se uma enorme pedra.
-Que todos me sigam até aquele monte, pois exigirei meus dois pedidos conforme o combinado com o rei.
Todos os presentes seguiram em procissão até o monte onde o andarilho se posicionou bem em cima da grande pedra e proclamou.
-Conforme a vontade de seu rei morto vocês devem honrar nosso acordo e garantir meus dois pedidos.
- Primeiramente vocês não deverão tocar no menino filho da princesa. A criança não tem culpa dos pecados cometidos antes de seu nascimento, o verdadeiro monstro que atacou seu povo está morto.
A multidão aceitou de bom grado o primeiro pedido.
O Andarilho então em um movimento poderoso fixou a lâmina ancestral de Albion na pedra e continuou.
-A espada agora com a alma de Arawn está completa com isso ela deixa de ser Caliburn, para se tornar um poder ainda mais supremo.
-Ela será Ex... Calibur!
Todos maravilhados observaram Excalibur apresentar um brilho tão forte que parecia até mesmo os raios do sol.
O mendigo terminou seu pedido dizendo.
-E como minha ultima vontade eu nomearei a criança como o responsável pela proteção da espada que só será retirada desta pedra por uma alma digna o suficiente para guiar o povo de Albion!
O herói apontou para a princesa e perguntou.
-Mulher qual o nome de seu filho?
A Princesa respondeu orgulhosa.
-Seu nome é Merlin!
O viajante desceu do monte retirou algo de estava amarrado em suas costas e disse.
-Entregarei a você a bainha da espada Excalibur, saiba que esta bainha também possui poderes mágicos.
-Ela é capaz de curar qualquer enfermidade, e enquanto o escolhido carregar ambas: bainha e espada ele será invencível.
-Eduque Merlin, faça-o justo e integro para que entregue as relíquias ao seu verdadeiro dono.
-Saiba que por ele ser híbrido possuindo sangue humano e o sangue dos filhos de Dana, ele envelhecerá lentamente, possibilitando que adquira a sabedoria necessária para o momento decisivo quando eu retornarei a este lugar.
O andarilho tomou seu caminho sem dizer mais nada. O povo e a nova rainha assumiram seus compromissos honrando a vontade do mendigo.
A criança cresceu forte e sábia sendo educada pelos maiores sábios de seu povo, herdando as relíquias mais preciosas de seu povo e sempre garantindo a proteção da bainha de Excalibur até o momento que o escolhido apareça. Mais essa é outra história.
O andarilho continuou sua peregrinação, porque ele não possui um lar, porque ele está aqui e ali, porque ele sempre esteve aqui.
Isso é o fim... ou talvez não...
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