A voz dela ficava cada vez mais baixa e fraca quase apenas num mover de lábios, a luz viva dos olhos foi sumindo, as mãos gélidas seguravam com as últimas forças a mão pequena do menino. Ela olhou para porta à frente. Logo depois, Renato virou-se também.
Dois pequeninos contornos moviam-se sob a luz fraca do cômodo. Calados, assustados em meio aquela cena tão injusta.
Não havia mais tempo para a morimbunda e por um instante ela moveu seus olhos para cada um de seus filhos. Numa despedida tão cruel... até que os olhos de oceano se fechassem para sempre, e aí, deu-se. A mão soltou-se de Renato para pousar sobre a cama.
O garoto voltou-se para ela com rapidez, ele sabia; a mãe partira. Mas, ao mesmo tempo ele não queria acreditar que alguém tão amável fosse embora tão cedo. Mas, ela não respondia. Quando todos se reuniram ao cadáver, ouviu-se um pranto de dor tão triste quanto fiel ressoar pela casa.
Os pequeninos abraçaram o mais velho e choraram em coletivo. Enquanto a mãe apenas repousava ignorando tudo. Os órfãos rodearam e observaram o corpo inerte por um longo tempo. Depois, Renato chorou novamente ouvindo a caçula conversar inocentemente com a mãe. Ele não sabia o que dizer a ela pelos próximos anos.
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