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  Texto selecionado
Emylle e John
Edwanya Simplicyo

Resumo:
Depois de longos e difíceis anos, eu via novamente aquele por de sol único do haras.Com certo nervosismo, abri a porteira branca na qual tantas vezes havia sentado com ele há muito tempo atrás. Éramos inocentes, falando sobre coisas que queríamos para o nosso futuro e mesmo que soubéssemos pouco sobre a vida, tínhamos certeza de que estaríamos perto um do outro. Porém, a última lembrança que tinha dele, de nós dois juntos, era a de nossa despedida: Lágrimas doloridas brotando de ambos os olhos e da sua promessa que nunca esqueci um só dia.                         
Ao lado da casa, a escuridão era mais intensa por conta das árvores sombreando a área.
Aproximei-me devagar, identificando várias silhuetas escurecidas, alguns animais estavam deitados, e um rapaz mais próximo a mim, fazia carinho em um cavalo, agachando em seguida ao lado dele.                          
- John!- Gritei emocionada, por fim, correndo com urgência. Ele levantou, olhando em minha direção, parecia sorrir. Tinha visivelmente alguns centímetros a mais que eu. Joguei-me em seus braços prendendo as pernas em suas costas, ele me apertou forte contra si e em nosso silêncio, sabíamos que esse instante fora tudo pelo qual sempre esperamos dia após dia.(...)
               
- Eu sei- Sussurrei enquanto John me devolvia com leveza ao chão, suas mãos firmes em minha cintura.                                             
Ele segurou meu rosto entre as mãos inclinando sua cabeça. Fechou os olhos e seus lábios pousaram quentes sobre os meus. Meu coração acelerou como se precisasse urgentemente de mais oxigênio.                                              
O beijei como jamais havia beijado alguém, porque o amava desde sempre, porque um dia à distância, o amei com a minha inocência, mas agora éramos homem e mulher, nada nos impediria de ficar juntos. E quando terminamos, fiz uma confissão, minha maior e mais importante, de uma forma que não teria feito se fosse qualquer outro cara, mas, era ele ali em minha frente.                                        
- Eu amo você John. - Sussurrei em seu ouvido, ele estremeceu. Horas mais tarde...
          

Depois de longos e difíceis anos, eu via novamente aquele por de sol único do haras. Eu tinha novamente aquele solo sob os meus pés e o ar puro entrando em meus pulmões. Com certo nervosismo, abri a porteira branca na qual tantas vezes havia sentado com ele há muito tempo atrás. Éramos inocentes, falando sobre coisas que queríamos para o nosso futuro e mesmo que soubéssemos pouco sobre a vida, tínhamos certeza de que estaríamos perto um do outro. Porém, a última lembrança que tinha dele, de nós dois juntos, era a de nossa despedida: Lágrimas doloridas brotando de ambos os olhos e da sua promessa que nunca esqueci um só dia.                              
Caminhei em direção a sua casa, nada havia mudado: Cadeiras na varanda; plantas verdes se estendendo pelas paredes, flores beirando a pequena escadaria da entrada; até mesmo seu velho violão depositado na última cadeira do canto, onde ele tocava para eu cantar e me fazia rir da sua desafinação ao tentar me acompanhar nos refrões. Ouvi uma voz rouca, vindo da lateral da casa, e ela me causou sensações impossíveis de se descrever. Meu coração disparou dentro do peito, por alguma razão muito especial sabia de qual boca vinham àquelas palavras. Trêmula, desci quatro degraus para encontra-la. Ao lado da casa, a escuridão era mais intensa por conta das árvores sombreando a área. Aproximei-me devagar, identificando várias silhuetas escurecidas, alguns animais estavam deitados, e um rapaz mais próximo a mim, fazia carinho em um cavalo, agachando em seguida ao lado dele.                          
Examinou a pata do bicho e depois lhe passou uma bronca, questionando o porquê de ele não escutar suas recomendações. O cavalo baixou a cabeça como se de fato compreendesse o dono. Fiquei observando-os por um tempo, até minha ansiedade atingir o ponto máximo.                                                  
- John!- Gritei emocionada, por fim, correndo com urgência. Ele levantou, olhando em minha direção, parecia sorrir. Tinha visivelmente alguns centímetros a mais que eu. Joguei-me em seus braços prendendo as pernas em suas costas, ele me apertou forte contra si e em nosso silêncio, sabíamos que esse instante fora tudo pelo qual sempre esperamos dia após dia.                                             
-Emylle. – Sussurrou ele com uma voz rouca.                         
Desprendi minhas pernas, mas, ele continuou me segurando, toda a extensão de meu corpo apertado contra o seu, mantendo-me fora do chão. Encarei seus olhos rasos de água, as minhas lágrimas já haviam vazado para o rosto.                              
-Te esperei todos os dias- Disse ele com o olhar passeando impaciente por meus traços, como tentando reconhecê-los da infância.                              
- Eu sei- Sussurrei enquanto John me devolvia com leveza ao chão, suas mãos firmes em minha cintura.                                             
- Como sabia que era eu?                                             
- Por acaso você não soube desde o primeiro instante quem eu era? Como é capaz de corresponder um abraço desses de uma louca qualquer?- Perguntei falsamente magoada. Ele sorriu brevemente e depois, declarou com ar exausto:                    
- É porque isso é tão corriqueiro para mim, nos últimos três anos, sabe?                
Dei-lhe um pequeno empurrão e mantive minha mão na sua camisa de algodão fino, sentindo os músculos bem definidos de seu peito e em seguida pretensiosamente deslizei os dedos até o cós de sua calça jeans. Quando olhei para ele, seus olhos brilhavam, queimavam numa forma de súplica. A respiração alta, quase ofegante.               
- Senti tanto a sua falta- Confessei em voz baixa. John me puxou devagar para mais perto de si. Nunca o havia beijado, mas, havia fantasiado tanto com esse momento que agora nem podia acreditar que a distância entre nossos lábios era mínima o bastante para ser facilmente vencida por mim.                                        
Ele segurou meu rosto entre as mãos inclinando sua cabeça. Fechou os olhos e seus lábios pousaram quentes sobre os meus. Meu coração acelerou como se precisasse urgentemente de mais oxigênio.                                              
O beijei como jamais havia beijado alguém, porque o amava desde sempre, porque um dia à distância, o amei com a minha inocência, mas agora éramos homem e mulher, nada nos impediria de ficar juntos. E quando terminamos, fiz uma confissão, minha maior e mais importante, de uma forma que não teria feito se fosse qualquer outro cara, mas, era ele ali em minha frente.                                        
- Eu também meu amor. - John declarou olhando em meus olhos. Sabia que não estava mentindo para tentar tirar qualquer proveito da situação, talvez seja comum para muitos homens fingir que nunca estiveram com uma mulher antes, mas, não para ele, eu sabia. Senti tanta felicidade. Tive um pouco de medo também, de tudo aquilo não passar de um sonho e de repente como tantas outras vezes, eu acordar, frustrada.               
John me tomou em seus braços me erguendo a centímetros do chão, minhas mãos em seus ombros, olhava-me de baixo e sorria largamente. Ele era tão perfeito para mim. Era tão puro e lindo. Rodopiamos algumas vezes pelo pasto, alguns animais estranharam o movimento, mas, John explicou o que estava acontecendo e eles compreenderam ficando novamente quietos.                              
- Eu amo você Emylle. - Ele confessou.                     
- Então me beije!- Disse eu, sorrindo. Meu corpo deslizou sobre o dele até eu encontrar o chão, nos beijamos mais intensamente do que antes e mais sintonizados também.                                                        
- Eu amo você John. - Sussurrei em seu ouvido, ele estremeceu. Horas mais tarde, pude vê-lo sem que o contorno da noite o envolvesse, inalei o aroma suave que vinha de seus negros cabelos, recém-lavados, beijei demoradamente seu rosto, sua barba agradavelmente rala. Ele ficou imóvel e toquei todos os centímetros de seu corpo, e ele do meu, memorizamos cada detalhe um do outro.                               
Reencontrei nele uma cicatriz antiga, localizada anteriormente em sua coxa, agora havia subido para outro ponto dele, completamente oculta por suas roupas. Era tão interessante e também gostoso descobrir o meu novo John.                     

Tudo foi muito natural entre nós, não houve espaço para de fato pensar em como aconteceria, simplesmente aconteceu e nunca esquecerei nenhum detalhe, nenhuma sensação, nunca esquecerei John. Tenho dezessete anos e John dezoito, sei que somente a morte é capaz de nos separar.                                                                                     Abril 2013.



Biografia:
Edwanya Simplicyo
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