Por entre as margens vivas de um lago, perto de palmeiras, e revestido de inúmeras orquídeas, havia uma lindo campo do qual sempre te refugiava
O sol era pacífico e calmo, sentavas pelas imensas pastagens verdes. Sonhava como um anjo, era puro como ar que ali habitava. Era um lindo jardim, e mais lindo ainda, quando na paisagem aparecias.
Todos os dias, via-te correr pelo gramado sorrindo e sentia em mim, as flores passar por entre meus dedos: mas, não as flores que me tocavam, mas a sensação que sentias, também percorria meu corpo, mas como? Éramos dois em um único?
Aquele ar, aquelas nuvens embalsamadas de sonhos e açúcar. Os vales, as árvores, e o horizonte: sempre misterioso.
E tu sempre a contemplar aquela paisagem...
Todos os dias, exatamente a esta mesma hora, apresentava-se aqui. Sempre. Uns dias, sorrindo, outros, alegre. Poucos, chorando, muitos felizes. Mas, nunca deixastes de visitar aqui, e sem saber, de me visitar. Mas, faz tantos anos que não vens a este jardim. Ele não tem mais brilho.
De uma hora para outra, nunca mais te vi: o sol perdeu o brilho, as flores murcharam, as árvores caíram, as nuvens choraram. Onde estás?
Nem se quer soubestes que por detrás daqueles árvores que transpiravam ar puro, me encontrava ali, te observando.
Os jardins clamam a tua volta, e eu choro a tua perda.
Esquecestes os jardins e consequentemente, eu nunca mais te vi.
Ontem estavas aqui, mas hoje não mais. Um dia, ou um século?
Em Algum lugar.
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