Entre os ventos cortantes e dilacerantes, sob um céu noturno, escuro e sombrio, um ser humano se encontrava por entre os cometas a cair.
Uma nostalgia lhe penetrava as entranhas, e o desespero da morte segurava seu coração. Uma lágrima, em seguida, um choro repentino.
O céu não mudava de cor, apenas parecia escurecer ainda mais.
As estrelas brilhavam, e com elas a vontade de voar e seguir as constelações, dominava o Ser que se via perdido pelo Universo.
Brilhos, e mais brilhos enchiam-lhe os olhos e as constelações ao longe não perdiam sua beleza, mas aos poucos, afundava o homem que ali chorava perdidamente.
Ele acreditava, sim, acreditava que por entre os céus, que entre as estrelas, mais precisamente, perto da constelação de Órion, o seu Amor, o seu verdadeiro Eu, estava.
Ele queria correr, afundar suas mágoas pelo ar e tocar o céu. Mas sabia que não podia. Estava definitivamente só. Quer dizer, os céus noturnos ainda o acompanhavam.
00:00 12.01.1910
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