Ao meu precioso paladar, absolvo o doce do mel e o tempero inigualável de minha mãe. Percebo o gosto imponente do alho e o brilho do azeite nas folhas da alface. Gosto de ir ao fogão e realizar o mais sublime ato de cozinhar, deixar corar o alho no óleo e torrar pacientemente meu arroz. Como apreciador da boa massa, gosto de fazer a minha macarronada, repleta de cebola e ao molho de tomate e para o toque final assar um apetitoso lagarto, recheado de cenoura, batata e pimentões. O amor está presente quando você realiza aquilo que gosta. Como na vida, tudo que realizamos é necessário que haja cumplicidade, para que a perfeição se multiplica. O comportamento humano tem tudo haver com o aquilo que realizamos. A pessoa bem humorada contorna qualquer situação e realiza com mais eficácia aquilo que almeja, além de atrair para si boas perspectivas. É benéfico no ambiente que estamos, conquistar simpatia e ser companheiro de todos, assim no momento de realização, seremos todos vitoriosos. Na vida todos temos altos e baixos e o pensamento positivo é ideal para novas conquistas. Relacionar com o outro é importantíssimo, pois, a ajuda mútua é um passo adiante para esta realidade
Quando citei o ato de cozinhar com amor, é justamente a forma de me relacionar com as pessoas. Não posso ser amargo e ríspido com àqueles que estão em minha volta, cada passo que damos necessitamos da ajuda do outro e um tratamento desumano poderá nos afastar e no momento da queda, não teremos a companhia daquele que poderia nos atender. É tão bom quando recebemos um sorriso, um elogio, parece que flutuamos num jardim florido e agradecemos por aquele dia. Ficamos mal, quando subitamente alguém nos calça e nos leva ao chão, dizem que isto é uma rasteira do destino. Quando isto acontece, o dia se acaba, ficamos arrasados e o que era para ser um dia alegre e radiante, torna-se sem vida e nublado.
Ao paladar do coração, resta-nos o ato de amar sem medida, de respeitar uns aos outros e de unir forças em busca de um objetivo maior, a vida. Viver sem fronteiras. Imagino eu que o paladar absolvido pela nossa língua, é semelhante ao paladar do coração, nem muito doce, nem muito sal. Mas, temperado pelas nossas ações, má ou boas. Se gostarmos demasiadamente de nós mesmos e deixarmos de amar o outro, tornamos egoístas e egocêntricos e se odiarmos uns aos outros, nos definhamos na solidão, morremos só, na angústia e na falta de solidariedade. Vamos ser construtores da paz, do sorriso e do abraço sincero. Que o Senhor nos ajude a ser melhores no dia a dia, sem rancor e sem mágoa no coração.
J. Chaves
|