Tem um haver que me devolve o amor em amor.
E que traz sentido e fato ao motivo do amor.
Acasalo-me com a vida e redescubro o milagre.
Uma certa instantaneidade do olhar.
Há um suicídio lento nas pétalas que se desfazem todos os dias, nos jardins e nos vasos.
Há um verso incerto
Uma insistência
Um resto de sonho.
Há um testemunho, quase bíblico, na angustia do amor, que outrora iluminado, se desfez.
Há um brilho inesperado, no instante em que debruça o sopro e, vislumbra-se, também indesejada, a face da morte.
Há uma esperança tola e necessária.
Há um mergulhar-se na origem do sonho...
Há o sonho de ter em mãos: o haver do amor!
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