Este ano, o eterno poeta do rock brasileiro, o menino, o curumim, o erê da música (como ele mesmo gostava de citar) faria 55 anos.
Cazuza ou Agenor Miranda de Araújo também é lembrado como o exagerado ou o pierrot retrocesso...
A vida de Cazuza foi um turbilhão e sua carreira teve o ápice rock'nroll com a banda Barão Vermelho e o auge do domínio poético, musical e vocal na sua bem sucedida carreira solo.
Seus últimos discos "Ideologia" e "O tempo não pára" arrebataram multidões e deveria ser a trilha sonora desta geração que está aí e que vive num presente contínuo, sem sintonia alguma com a história e o humanismo.
Os anos 80 resgataram poetas jovens que à frente de uma banda de rock extravasaram as dores, angústias e esperanças de toda uma geração que ficou décadas sem poder falar e que nasceu sob o signo do medo e do silêncio impostos pela ditadura militar.
E os loucos anos 80 viram muita gente boa entrar e sair de cena... Outros vieram e mudaram e migraram...
E outros entraram e continuam brilhando à luz do imenso palco que é o Brasil!
Mas Cazuza foi mais fundo e falou de um país dominado por maus políticos e uma burguesia egoísta. Falou das mazelas de sua geração, das dores de amor e de preconceito. Cazuza se desnudou por quase uma década para todo o Brasil e foi do rock ao tango, do samba a bossa nova.
Cazuza não foi menino em sua arte. Cazuza foi grande e sua obra está aí para provar.
Desde sua morte, a Sociedade Viva Cazuza faz um exemplar trabalho de atendimento a crianças soro positivas e o humanismo de sua poesia é cada vez mais necessário nestes tempos de tecnologia e distanciamento entre as pessoas.
Viva Cazuza!
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