De repente o vento Chegou sem fúria
Balançou e ateou e soprou sem espanto
Vi-me feliz em meu doce e afável canto
Levou o vento a ele a agonia e penúria
De repente o meu eu não mais em mim
Fui levado por aquela forte ventania
Do vento eu não sabia quando seu fim
Do vento eu só sabia a minha alegria
Foi de repente ou digo bem de repente
Fez-se durar o vento tão raro instante
E fiquei assim sozinho em minha mente
Fez-se de mim o vento um ser distante
Fez- se de mim o vento poeta pensante
De repente dovento um poema de presente.
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