É sempre igual. Posso dizer que é variável. Meu dia é uma estatística que é finita. Quando olho para esquerda, ou para a direita, frente ou trás. Uma vista a bailar. Quero mesmo é dizer: tanta gente! Feia, pobre, bonita, rica, inteligente, carente, muda, cega, quieta ou pálida.
Um conjunto de faces ou de rostos. Um ângulo vivo de percepções que vi, ou vejo repentinamente. Olhares preguiçosos, olhares felizes. Posso dizer que escutei, ou escuto vozes fadigadas, ou vozes a cantar. Não importa o ângulo eu disse. Se estiver na pracinha, seja lá eu no shopping, em casa. O meu guia de face é fixo, e alucina-me. E mesmo que seja na aurora, ou no crepúsculo. Um cumprimento com aperto, aceno de mão, um sinal de joia, um boa tarde, ou uma boa noite, não importa o ângulo, vi e vejo belíssimas faces.
Mas quando pela estrada, rua, ou quarteirão. Quando simples pego o ônibus, o táxi, ou veículo qualquer. Olho, ou dou uma olhadinha, pelo embaçado retrovisor, vi ou vejo um rosto triste de criança ou velho. Confesso. Transpassado eu fico, era um rostinho humilde, ingênuo ou vivido. E raros olhares soberanos. Uma viva suposição de que se olhardes também o verás. Digo impossível viver inerte neste mundinho veloz, cruel, feliz. Um mundinho resumidamente em uma única palavra “faces” tanto para um rosto amigo vale. Tanto para um rosto inimigo vale, e não necessariamente um amigo ou ente. Vale para o vizinho, para o colega, e conhecido também serve.
Basta olhardes de um ângulo suposto, seu incansável cotidiano de faces a bailar.
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