“12 Falou-lhes, pois, Jesus outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida.
13 Disseram-lhe, pois, os fariseus: Tu testificas de ti mesmo; o teu testemunho não é verdadeiro.
14 Respondeu Jesus, e disse-lhes: Ainda que eu testifico de mim mesmo, o meu testemunho é verdadeiro, porque sei de onde vim, e para onde vou; mas vós não sabeis de onde venho, nem para onde vou.
15 Vós julgais segundo a carne; eu a ninguém julgo.
16 E, se na verdade julgo, o meu juízo é verdadeiro, porque não sou eu só, mas eu e o Pai que me enviou.
17 E na vossa lei está também escrito que o testemunho de dois homens é verdadeiro.
18 Eu sou o que testifico de mim mesmo, e de mim testifica também o Pai que me enviou.
19 Disseram-lhe, pois: Onde está teu Pai? Jesus respondeu: Não me conheceis a mim, nem a meu Pai; se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai.
20 Estas palavras disse Jesus no lugar do tesouro, ensinando no templo, e ninguém o prendeu, porque ainda não era chegada a sua hora.”. (João 8.12-20)
Como o estratagema dos escribas e fariseus havia falhado ao Lhe terem trazido a mulher apanhada em adultério, Jesus continuou ensinando abertamente no templo, e, aproveitou a oportunidade para reafirmar a verdade que não veio a este mundo para julgá-lo, para estabelecer um juízo de morte sobre aqueles que não O conhecem e que se encontram mortos em seus pecados, mas para salvá-los, conforme nós podemos deduzir do modo como Ele tratou com a mulher adúltera.
Assim, Ele lhes declarou mais uma vez que era a luz do mundo, a luz que dá vida a todo aquele que O seguir.
Os fariseus replicaram tentando anular o testemunho do Senhor acerca da verdade, especialmente quanto ao fato de que Deus estaria se tornando longânimo e gracioso com todos os pecadores, na noava dispensação que Ele afirmava ter vindo inaugurar, dizendo que o testemunho dEle não era verdadeiro porque testificava de Si mesmo.
Mas o Senhor não deixou de dar a devida resposta dizendo que podia testificar de Si mesmo porque sabia de onde veio e para onde iria, de maneira que os fariseus não podiam formular qualquer julgamento sobre a Sua pessoa, uma vez que não sabiam de onde Ele viera nem para onde iria.
Eles não podiam fazer tal julgamento, porque não tinham o Espírito para fazer um julgamento verdadeiro sobre Jesus.
Assim o julgamento deles era segundo o homem, segundo a vista, segundo o dizer de Jesus, um julgamento segundo a carne, que jamais poderá discernir as coisas espirituais, porque estas se discernem no Espírito.
Eles não podiam entender, porque Jesus não estava julgando ninguém na dispensação da graça, verdade que somente pode ser entendida em espírito e não na carne.
Nosso Senhor disse que todos os Seus juízos eram verdadeiros já que não julgava segundo a carne, mas segundo Deus, pelo Espírito.
Assim, não era verdade que somente Ele testificava de Si mesmo, porque o Pai também testificava juntamente com Ele, confirmando a Sua Palavra com os sinais e milagres poderosos que nenhum outro havia feito antes dEle.
Neste debate de Jesus com os fariseus Ele deixou de modo bastante claro a importância de se ter o Espírito e de se andar no Espírito para que se possa conhecê-Lo e a Deus Pai, porque este conhecimento é de experiência real em espírito, e é somente em espírito que se pode conhecer a Deus, porque Ele é espírito, e daí se dizer que importa ser adorado em espírito e em verdade.
Os fariseus não conheceram a Jesus em espírito, e como poderiam conhecer também a Deus?
O fato de terem sido chamados por Jesus de ignorantes de quem era Deus, como eram de fato, deve ter acendido ainda mais o ódio dos fariseus e o desejo de matá-lO, no entanto ninguém prendeu o Senhor porque não era ainda chegada a sua hora.
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