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Ranking Nacional de Clubes
Miguel D Avila

Resumo:
A CBF, em dezembro de 2012 oficializou um novo ranking de clubes brasileiros, diferente do anterior que era feito com base nos campeonatos brasileiros disputados desde 1959. Trata-se de um excelente ranking dinâmico, elogiável em todos os aspectos, totalmente diferente do ranking histórico anterior da CBF.

A CBF, em dezembro de 2012, oficializou um novo ranking de clubes brasileiros, diferente do anterior que era feito com base nos campeonatos brasileiros disputados desde 1959, incluindo a Copa do Brasil desde 1989. Trata-se de um excelente ranking dinâmico, elogiável em todos os aspectos, totalmente diferente do ranking histórico anterior da CBF.

Até 2002 a CBF formava um ranking histórico, simplesmente somando os pontos obtidos pelos clubes no Campeonato Brasileiro desde 1971. Esse critério de pontuação produzia um ranking com gritantes deturpações. Entre os fatores de distorções sobressaem as enormes variações na quantidade de clubes, que haviam disputados as diferentes edições do Campeonato Brasileiro, e também a diversidade de quantidade de jogos entre as competições anuais. Havia clubes com menor soma de pontos ganhos, que outros de classificação inferior, pois, devido aos regulamentos específicos de cada ano, os clubes numa mesma competição disputavam diferentes quantidades de jogos. Outro fator, que deve ser ressaltado, é que até 1994 a vitória num jogo valia 2 pontos, e a partir de 1995 passou a valer 3 pontos, bem como de 1975 a 1978 atribuiu-se pontos extras a vitórias por mais de 2 gols de diferença.   

Em 2003, a CBF criou um novo ranking histórico de clubes alicerçado no Campeonato Brasileiro. Esse ranking histórico da CBF também continha graves distorções, as quais foram avultadas quando da inclusão de atribuição de pontuação referente às disputas da Taça Brasil (1959 a 1968) e do Torneio Roberto Gomes Pedrosa (1967 a 1970). Nesse ato, no final do ano 2011, foi simplesmente atribuído 60 pontos aos campeões, 59 pontos aos vice-campeões, e nenhuma pontuação a todos os demais participantes, do 3º colocado em diante, das edições da Taça Brasil de 1959 a 1968 e do Torneio Roberto Gomes Pedrosa de 1967 a 1970. Tratou-se de um casuísmo que colocou em 1º lugar o Santos, tendo o Palmeiras em 2º lugar, sendo que após verificação de erro na contagem feita dos pontos, resultou em o Palmeiras ficar em 1º lugar e em 2º lugar o Santos. Esse critério favoreceu amplamente a clubes de São Paulo e Rio de Janeiro, os quais tanto por desempenho, como por privilégios (entravam nas semifinais da Taça Brasil, bem como ocorreram casos de apito amigo, que prejudicaram clubes que não eram de SP e RJ).

O ranking histórico da CBF, já continha, em sua criação inicial em 2003, distorções profundas, na forma como foi estabelecida a pontuação para os clubes integrantes do Campeonato Brasileiro em suas diferentes divisões (1ª, 2ª, 3ª e 4ª Divisões). Havia uma base lógica e racional na determinação dos critérios de pontuação, em que se atribuía aos clubes da 1ª Divisão 60 pontos ao campeão, 59 pontos ao vice-campeão, 58 pontos ao 3º colocado, e seguia-se reduzindo 1 unidade (1 ponto) até o 20º colocado ao qual se atribuía 41 pontos. Contudo, a partir do 21º colocado todos os clubes, que houvessem integrado uma das disputas de 1ª Divisão do Campeonato Brasileiro de Futebol receberiam, independentemente de suas classificações, 4 pontos de bonificação. Para constatar o grau de deturpação desse critério, bastará verificar a quantidade de participantes que tiveram as disputas anuais da 1ª Divisão.

As distorções contidas no ranking histórico da CBF em relação aos clubes, que se tomaram como disputantes da 1ª Divisão, repetiam-se na atribuição de pontuação aos clubes de 2ª, 3ª e 4ª Divisões. Aos integrantes da Série B atribuía-se 40 pontos ao campeão, 39 pontos ao vice-campeão, 38 pontos ao 3º colocado, e seguia-se com essa redução aritmética até o 20º colocado, ao qual se dava 21 pontos, e a partir do 21º colocado todos os clubes eram relegados igualmente com 2 pontos.   Na Série C, o campeão recebia 20 pontos, o vice-campeão 19 pontos, o 3º lugar 18 pontos, seguindo com 1 ponto a menos a cada posição até o 20º lugar que tinha 1 ponto, e do 21º lugar em diante todos os clubes faziam jus a 1 ponto cada um. E, de 2009 em diante, devido à criação da Série D, estabeleceu-se que, nessa 4ª Divisão, o campeão teria 10 pontos, o vice-campeão 9 pontos, o 3º colocado 8 pontos, indo a redução aritmética de pontuação até o 10º colocado que fazia 1 ponto, sendo que também todos os demais participantes teriam cada um 1 ponto de bonificação.

Convém ressaltar que, às distorções do ranking histórico oficial da CBF de 2003 a 2012, somava-se uma brutal desproporcionalidade na pontuação de clubes da Copa do Brasil. O campeão da Copa do Brasil recebia reduzidos 30 pontos, o que era inferior aos 41 pontos dados ao 20º colocado entre os clubes da 1ª Divisão (Série A), e menos que os 31 pontos atribuídos ao 11º colocado dentre clubes da 2ª Divisão (Série B). A distorção chegava à desproporção de os 20 pontos do 2º colocado, vice-campeão brasileiro, da Copa do Brasil corresponder à pontuação do 1º colocado na 3ª Divisão (Série C) do Campeonato Brasileiro. Na sequência de pontuação dos clubes da Copa do Brasil, em regressão geométrica foi estabelecido 10 pontos, equivalentes à pontuação do 9º colocado da Série C e 1º colocado da Série D, para os semifinalistas (3º e 4º colocados), 5 pontos para os que chegassem só até às quartas-de-finais, 3 pontos para os eliminados nas oitavas-de-finais, 2 pontos para os clubes da 2ª Fase e 1 ponto para os da 1ª Fase.
   
A progressão geométrica na pontuação conferida, no ranking histórico, aos clubes da Copa do Brasil era um aspecto correto, porém se deveria ter atribuído, para ser racional, 50, pontos ao campeão, 40 pontos ao vice-campeão, 30 pontos ao 3º colocado, 20 pontos ao 4º colocado, 10 pontos aos clubes de classificação correspondente às oitavas-de-finais, 5 pontos aos clubes de classificação enquadrada na 2ª Fase (16 avos-de-finais), e 3 ou 1 ponto aos clubes com classificação contida na 1ª Fase (32 avos-de-finais). Veja-se que a Copa do Brasil, desde sua primeira edição em 1989, superava a Taça Brasil por incluir, entre seus participantes, o que seria conjunto de clubes correspondente à 1ª Divisão Brasileira.

Ainda citando aspectos descabidos, que produziram enormes e generalizadas distorções no ranking histórico usado pela CBF, existe o fato de a atribuição de 60 pontos ao campeão e de 59 pontos ao vice-campeão da Taça Brasil (de 1959 a 1968), sugerir de modo incontornável a progressão aritmética na pontuação dos demais clubes semifinalistas e, nas etapas iniciais, dos grupos regionalizados. Não há como ser defensável uma ideia de a Taça Brasil – 1959/1968 equivaler a uma 1ª Divisão Brasileira de Futebol. As características da Taça Brasil eram relativamente similares à da Copa do Brasil, tanto no regulamento de disputa, como nos critérios de seleção dos clubes participantes, porém a Copa do Brasil, em todas as suas edições, englobava, entre os participantes, os clubes da 1ª Divisão Brasileira, enquanto a Taça Brasil foi, de 1959 a 1967, formada por 1 clube representante de cada um de 16 a 21 Estados . Teria sido adequado determinar, para as 10 edições da Taça Brasil, uma pontuação dos clubes no ranking que fosse de 50 pontos para o campeão, 40 pontos para o vice-campeão, 30 pontos para o 3º colocado, 20 pontos para o 4º colocado, e, em face da fórmula de disputa mais usada, 15 pontos para clubes enquadrados do 5º e 6º lugar, 10 pontos para os clubes 7º e 9º colocados, 5 pontos para os clubes contidos do 10º ao 12º colocados, 3 pontos aos situados de 13º a 16º colocados, e 1 ponto a cada um dos que ficaram do 17º a 22º colocado. Já o Torneio Roberto Gomes Pedrosa, de 1967 a 1970, teve competições com 15 a 17 participantes, que efetivamente representavam o que seria 1ª Divisão Brasileira, sendo adequada a mesma pontuação, com graduação aritmética, que se utilizou para a 1ª Divisão Brasileira (Série A) a partir de 1971.

Diante de um ranking histórico que era deturpado e incoerente, a CBF em dezembro de 2012 criou um ranking dinâmico, abrangendo o desempenho dos clubes nos 5 anos que forem mais recentes, e com pesos tendo aumento aritmético de 1 a 5 do 5º ao 1º ano em antecedência. Também na composição da distribuição de pontos, conforme a classificação dos clubes, nas 1ª, 2ª, 3ª e 4ª Divisões, o Ranking Nacional de Clubes é extremamente bem proporcionado, mesmo conferindo vantagem na pontuação dada aos clubes campeão, vice-campeão e 3º colocado de cada uma das 4 divisões. Ademais a pontuação feita para a Copa do Brasil, em igual período de 5 anos, é harmônica com a pontuação das 4 divisões do Campeonato Brasileiro. Há, ainda, uma atribuição de pontuação automática, bônus, a clubes impedidos de disputar, por conflito de datas, a Copa do Brasil, em face da Taça Libertadores e da Copa Sul-Americana. Em todos os detalhes o Ranking Nacional de Clubes elaborado pela CBF em fins de 2012, é elogiável, e constitui certa redenção em face das distorções de rankings anteriormente oficializados. Enfim, os brasileiros dispõem agora de um ranking de clubes retratando com aceitável fidelidade o desempenho dos clubes nas diferentes divisões do Campeonato Brasileiro e na Copa do Brasil.

Em geral, quem cria um ranking gera distorções, devido a fazê-lo com mentalidade de torcedor, ou por atender a casuísmos e interesses clubísticos ou regionais. Para o torcedor comum, e nisso se incluem profissionais ligados ao futebol ou de autarquias inclusive esportivas, um ranking histórico assume um aspecto de “título”, com o qual quer seu clube favorito agraciado, em nada importando que se deturpe a realidade histórica, isto é, o fiel retrato do desempenho dos clubes no decorrer dos anos. Também os que criticaram, fazem-no com parcialidades, satisfeitos ou insatisfeitos, conforme tendências clubísticas ou regionais, em que não faltou até acusação de a pontuação da Copa do Brasil, no ranking, ser vantajosa, em que com arrazoados descabidos fez-se inversões da verdade. Além do mais, é impossível ser construído um ranking histórico, de clubes brasileiros com base na Taça Brasil – 1959/1968, Torneio Roberto Gomes Pedrosa – 1967/1970, Campeonato Brasileiro desde 1971, e Copa do Brasil desde 1989, que seja isento de detalhes nos quais apresente distorções. De qualquer forma, acredito que a maioria dos brasileiros, que gostam de futebol, desejaria que se tivesse um ranking histórico abrangendo Taça Brasil, Torneio Roberto Gomes Pedrosa, Campeonatos Brasileiros das 4 Divisões, e Copa do Brasil, que pudesse ser visto como um espelho decente do passado dos clubes nessas competições.

A dificuldade de criação de um ranking histórico dos campeonatos brasileiros é extrema, e é impossível evitar que apareçam distorções, contudo isso não significa que o ranking não precise ser o mais imparcial, lógico e racional possível. Para se ter idéia dos problemas, que se contrapõem a qualquer ranking histórico, bastará conhecer detalhes das competições das 4 divisões do Campeonato Brasileiro em todos os anos.

Não há como haver consenso, mas uma vez que se priorize uma imparcialidade, penso que a melhor fórmula para criação de um ranking histórico, englobando Taça Brasil, Torneio Roberto Gomes Pedrosa – 1967/1970, Campeonato Brasileiro desde 1971 e Copa do Brasil desde 1989, teria os seguintes critérios:

Taça Brasil

Campeão – 70 pontos, vice-campeão – 50 pontos, 3º lugar e 4º lugar – 30 pontos, 5º lugar e 6º lugar – 20 pontos, 7º ao 9º lugar – 10 pontos, 10º ao 12º lugar – 5 pontos, 13º ao 16º lugar – 3 pontos, e 17º ao 22º lugar – 1 ponto.


Torneio Roberto Gomes Pedrosa – 1967/1970 e Campeonato Brasileiro desde 1971

Em Campeonatos Brasileiros posteriores a 1966, devido à diversificada quantidade de clubes, em diferentes anos, tanto na 1ª Divisão – Série A, como nas 2ª, 3ª e 4ª Divisões, e também às diferenças em relação às quantidades de clubes do Torneio Roberto Gomes Pedrosa – 1967/1970, para fins de pontuação, no ranking histórico, deve-se tomar em sequência contínua as classificações dos clubes das 4 divisões. Isto quer dizer que após o último colocado da 1ª Divisão – Série A, seguir-se, na ordem de classificação, o 1º colocado da 2ª Divisão, e assim por diante fazendo o mesmo com a classificação dos participantes das 3ª e 4ª Divisões. Isto diminuiria muito as distorções de um ranking histórico, que atribuísse, em escala aritmética, 80 pontos para o 1º colocado da 1ª divisão, decrescendo até 1 ponto para a 80ª posição, e dando-se 1 ponto de bonificação para cada um dos participantes a mais que o total de 80 clubes. Note-se que essa forma de pontuação se adéqua com perfeição a uma noção genérica de que os Campeonatos Brasileiros correspondam a 20 clubes em cada uma das 4 divisões, e resguarda de maiores distorções tanto nos casos de anos como 1967 em que 15 clubes disputaram o Campeonato Brasileiro, como nos casos de apenas a 1ª Divisão ter em torno de uma centena de clubes.


Copa do Brasil
Campeão – 70 pontos, vice-campeão – 50 pontos, 3º colocado e 4º colocado – 30 pontos, 5º ao 8º colocados – 20 pontos, 9º ao 16º colocados – 10 pontos, 17º ao 32º colocados – 5 pontos, 32º ao 64º colocados – 3 pontos, e 65º ao 128º colocados – 1 ponto.

Há necessidade de atribuir bônus, na pontuação do ranking, para clubes que não participem da Copa do Brasil devido a conflito de datas, por integrarem a Taça Libertadores ou a Copa Sul-Americana. A bonificação poderia ser de 25 pontos para os casos decorrentes da Taça Libertadores, e 20 pontos para os casos que se devessem à Copa Sul-Americana.

Seguem-se abaixo links para páginas da Wikipédia, na WEB, em que se têm informações a respeito de ranking de clubes criados para os campeonatos brasileiros:

http://www.cbf.com.br/Not%C3%ADcias/2012/12/21/CBF%20divulga%20o%20Ranking%20Nacional%20de%20Clubes

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ranking_da_CBF

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ranking_da_CBF_2003-2012

Segue abaixo links de páginas, na Internet, em que se vêem alguns aspectos da história dos Campeonatos Brasileiros:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Campeonato_Brasileiro_de_Futebol
http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Participa%C3%A7%C3%B5es_dos_clubes_no_Campeonato_Brasileiro
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_do_Campeonato_Brasileiro_de_Futebol
http://www.campeoesdofutebol.com.br/brasileiro_historia.html
http://www.campeoesdofutebol.com.br/brasileiro_historia2.html
http://www.campeoesdofutebol.com.br/hist_brasileiro_serieb.html




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Artigos Hímen, mito sexual? Miguel D Avila
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Artigos Ranking CBF de Clubes 2003-2012 – Fatos relevantes Miguel D Avila
Artigos Ranking Nacional de Clubes Miguel D Avila


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