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Testemunho Fiel sob Perseguições – I Tessalonicenses 2
Silvio Dutra

Quando Paulo escreveu I aos Tessalonicenses, ele já havia passado por todas as perseguições e tribulações que são descritas nos capítulos 16 e 17 do livro de Atos, e se referiu a estes padecimentos para lembrar aos tessalonicenses como foi que o evangelho havia chegado a eles, e quais situações havia vivido e estava vivendo para fazer Cristo conhecido.
Mesmo tendo sido maltratado na prisão de Filipos e sendo expulso da cidade (At 16.39), não se intimidou com isto, nem considerou que havia fracassado em seu ministério, porque sabia que teria que sofrer todas estas coisas, para testemunho de que pregava não por interesse, mas porque estava encarregado por Deus de pregar a Palavra do evangelho, da salvação da morte e da condenação, por meio da fé em Cristo.
A morte entrou no mundo por causa do descrédito que Adão e Eva haviam dado à Palavra de Deus no Éden. E agora, a vida eterna em Jesus Cristo estava sendo oferecida pelo caminho de volta, a saber, pelo crédito que se deve dar à Palavra de Deus.
Assim, a vida é decorrente da fé que se tem na Palavra da verdade pregada.
Por isso, Paulo se esforçava sobremaneira para manter a Palavra fiel, que lhe fora revelada por Deus, para que a ouvindo no poder do Espírito, pecadores que se encontravam mortos em seus delitos e pecados pudessem achar a vida eterna, por meio da aceitação em fé da Palavra do evangelho.     
De sorte que a chegada de Paulo em Tessalônica produziu muito fruto, porque manteve a confiança em Deus, apesar de tudo o que estava sofrendo, para lhes anunciar o evangelho, não também sem sofrer perseguições enquanto lhes pregava, de forma que diz que o fez “em meio a grande combate” (v.1,2).
Deus havia honrado e confirmado a fidelidade do apóstolo à Sua Palavra e vontade, fazendo com que houvesse conversões e a fundação da primeira Igreja não somente em Filipos, como também em Tessalônica, e por isso Paulo diz que a sua entrada entre eles não foi vã (v. 1).
O apóstolo havia sido preparado por Deus para pregar o evangelho aos gentios.
Mais de quinze anos haviam se passado desde a sua conversão, até que foi separado juntamente com Barnabé pelo Espírito Santo, quando ambos serviam à Igreja de Antioquia da Síria como mestres da Palavra, para saírem agora como missionários para alcançarem o mundo dos gentios para Cristo, dando início à missão da Igreja de pregar o evangelho em todo o mundo; missão esta, que continuaria e permanece ainda como um desafio para nós em nossos próprios dias.
O segredo do sucesso de Paulo e todos aqueles que foram usados poderosamente por Deus residia nesta verdade de que eles pagaram o preço da transformação de suas vidas por uma inteira consagração ao Senhor, pela prática da Sua Palavra, através de uma intensa vida de serviço e de oração.
Como Paulo havia sido preparado e aprovado por Deus, para que o evangelho lhe fosse confiado, não realizaria o seu ministério, como de fato não realizou, para agradar a homens, mas a Deus, que põe antes à prova os corações dos seus ministros, como havia feito com Abraão e com Moisés no passado, para que possamos saber que realmente estamos fazendo a Sua obra não por interesse próprio ou de outros, mas em estrita obediência ao que Ele nos tem ordenado, e para a Sua exclusiva glória.
Deste modo, a exortação de Paulo aos homens para que se arrependessem e cressem em Cristo, e para que abandonassem o pecado se voltando para Deus, não podia proceder de erro, nem de imundícia, e nem era feita com dolo, isto é, com a intenção de enganar e iludir as pessoas, ao contrário, era para conduzi-las à verdade que está em Cristo Jesus (v. 3,4).   
O apóstolo não estava se justificando com os tessalonicenses, nem mesmo se desculpando ao lhes falar desta maneira, mas estava lhes trazendo à lembrança que não somente a Palavra, que havia pregado, mas o modo de vida na verdade, que demonstrou no seu próprio viver eram completamente fidedignos, segundo a vontade de Deus, e de inteira aceitação, de modo que jamais deveriam se desviar das coisas que haviam aprendido.
Os pregadores do evangelho que desejarem ser como Paulo, devem ser seus imitadores quanto aos seus motivos no ministério, que devem estar corretos, como se encontravam no apóstolo, porque disse aos tessalonicenses que nunca havia usado de palavras lisonjeiras e nem havia agido com intuitos gananciosos, e que Deus era testemunha disto.
Que nunca havia buscado glória de homens, nem dos tessalonicenses ou de quaisquer outros, embora pudesse, na condição de apóstolo de Cristo, exigir que se encarregassem totalmente do seu cuidado, coisa que, no entanto, não fez, porque não desejava ser um peso para eles; ao contrário, estava disposto a se gastar inteiramente por amor a eles, lhes servindo qual ama que cuida dos seus filhos (v. 5 a 7); sendo brando e não áspero e rigoroso.     
Foi por motivo de amor aos tessalonicenses, e do desejo de se dar a eles, que em vez de lhes exigir o sustento que era devido, trabalhava e se afadigava noite e dia, para lhes pregar o evangelho sem exigir nada em troca (v. 9).
Os tessalonicenses eram testemunhas do modo santo e irrepreensível com que Paulo se portou com eles, e sabiam que lhes havia tratado como um pai a seus filhos, especialmente quando lhes exortava e consolava para que andassem de modo digno de Deus, por causa da Sua chamada para serem participantes do Seu reino e glória que são de amor, justiça e santidade (v. 10 a 12).
Paulo se ajustou às capacidades de todos os homens, e se tornou tudo para todos.
Assim, apesar de não usar de palavras lisonjeiras, ele se mostrava condescendente para com todos.   
A prova do grande amor de Paulo para com os seus filhos na fé, se comprovava nas grandes perseguições e aflições que sofria por causa deles, para que fossem confirmados na verdade.
A prontidão do apóstolo em comunicar sua própria alma aos tessalonicenses (v. 8), além do evangelho, era também uma grande prova de amor, porque o espírito humano é o veículo, o canal através do qual flui o poder do Espírito Santo.
Por isso, os tessalonicenses não haviam considerado e nem recebido as palavras de Paulo como sendo algo da sua autoria, ou então inventado pela filosofia dos homens, mas como é de fato, a Palavra de Deus, e relativa à vida, morte e obra de Jesus em favor dos pecadores, para que sejam salvos e transformados em filhos de Deus.
Foi por causa da fé na Palavra e no seu poder, quando aplicada pelo Espírito, que os tessalonicenses se tornaram um grande exemplo de fé e de perseverança e paciência nas perseguições que estavam sofrendo dos seus próprios compatriotas, que estavam sendo instigados pelos judeus, que tentavam a todo o custo impedir a pregação do evangelho entre os gentios, tal como faziam os da Judeia (v. 14).
Os judeus haviam matado aos profetas e ao Senhor Jesus, e estavam não somente resistindo à pregação do evangelho, como também estavam tentando impedir a sua propagação, perseguindo ao apóstolo Paulo.
Os judeus não somente não queriam que o evangelho lhes fosse pregado, como também aos gentios.
Com isto estavam sempre enchendo a medida da ira de Deus contra eles (v. 15, 16), e cerca de vinte anos depois da escrita desta epístola aos tessalonicenses (70 d.C.), seriam duramente assolados pelo Império Romano e espalhados por todo o mundo.
Assim como os judeus haviam perseguido a Jesus, aos apóstolos e a todos os que estavam pregando o evangelho na Igreja Primitiva, de igual modo não são poucos os cristãos que apesar de pertencerem à Igreja de Cristo ainda continuam perseguindo aqueles que desejam viver de modo verdadeiramente consagrado a Deus.
Eles são, por assim dizer, os herdeiros espirituais dos escribas e fariseus dos dias apostólicos.
Eles amam viver na carne e é por isso que detestam a obra do Espírito, porque a carne luta contra o Espírito, e ambos são opostos entre si.
Assim como os fariseus dos dias de Jesus, o principal motivo deles perseguirem os cristãos espirituais não é o que alegam, a saber, que o fazem por amor e zelo pela Palavra de Deus, porque se a amassem de fato, procurariam andar no Espírito, santificando suas vidas, conforme é ordenado na Palavra.
O verdadeiro motivo é que amam viver na carne e os que andam na carne, não podem, obviamente, andar no Espírito.
Esta é a verdadeira razão de procederem deste modo, perseguindo seus irmãos espirituais.
Mas, assim como os judeus que perseguiam o evangelho, estes também não podem agradar a Deus, e Ele lhes manifestará o Seu desagrado (v. 15) em tempo oportuno, tal como havia manifestado àqueles.
Nenhuma perseguição pode ser admitida onde se prega e vive o verdadeiro evangelho.
Isto está totalmente contra a natureza do evangelho, que consiste basicamente no anúncio de boas novas aos pecadores, de que todos os seus pecados podem ser cancelados por meio da fé em Cristo, porque Deus deliberou ser misericordioso para com as nossas iniquidades nesta presente dispensação da graça.
Como poderia, portanto, ser admitida a perseguição de pessoas a que título for?
Aqueles que o fazem pretextando zelo por Deus estão completamente equivocados.
Ao encerrar este segundo capítulo Paulo disse aos tessalonicenses que havia muito desejado estar com eles, mas apesar de estar ausente no corpo, não o estava, contudo no espírito (v. 17).
Ele havia desejado inclusive ir ter com eles pelo menos duas vezes, mas em ambas, Satanás lhe havia impedido (v. 18).
Satanás é um inimigo constante ao trabalho de Deus, e faz tudo o que se encontra ao seu alcance para tentar obstruir este trabalho.
Ele o faz agindo diretamente no mundo espiritual ou por meio dos seus agentes humanos.
Nós sabemos discernir perfeitamente quando e como ele está operando, quando andamos no Espírito.
Algumas vezes ele poderá ter uma vantagem temporária sobre nós, tal como fizera com Paulo, mas não poderá de modo algum deter a obra que Deus tiver designado fazer através de nós, quando nos aplicamos à mesma com diligência e debaixo do temor do Senhor.
Ele pode vencer algumas batalhas, mas não a guerra, porque a sua causa já se encontra perdida e a vitória pertence a Jesus e à Sua Igreja, que pisam a cabeça da velha Serpente.    
Ainda que estejamos ausentes daqueles que foram colocados por Deus debaixo do nosso cuidado, especialmente aqueles que têm sido fiéis a Cristo, eles continuam sendo a nossa esperança, alegria e coroa de glória diante do Senhor no dia da Sua vinda, porque dar-nos-ão motivo de alegria no dia da nossa prestação de contas como mordomos de Deus em relação a eles, tal como os tessalonicenses foram para Paulo (v. 19, 20).


“1 Porque vós mesmos sabeis, irmãos, que a nossa entrada entre vós não foi vã;
2 mas, havendo anteriormente padecido e sido maltratados em Filipos, como sabeis, tivemos a confiança em nosso Deus para vos falar o evangelho de Deus em meio de grande combate.
3 Porque a nossa exortação não procede de erro, nem de imundícia, nem é feita com dolo;
4 mas, assim como fomos aprovados por Deus para que o evangelho nos fosse confiado, assim falamos, não para agradar aos homens, mas a Deus, que prova os nossos corações.
5 Pois, nunca usamos de palavras lisonjeiras, como sabeis, nem agimos com intuitos gananciosos. Deus é testemunha,
6 nem buscamos glória de homens, quer de vós, quer de outros, embora pudéssemos, como apóstolos de Cristo, ser-vos pesados;
7 antes nos apresentamos brandos entre vós, qual ama que acaricia seus próprios filhos.
8 Assim nós, sendo-vos tão afeiçoados, de boa vontade desejávamos comunicar-vos não somente o evangelho de Deus, mas ainda as nossas próprias almas; porquanto vos tornastes muito amados de nós.
9 Porque vos lembrais, irmãos, do nosso labor e fadiga; pois, trabalhando noite e dia, para não sermos pesados a nenhum de vós, vos pregamos o evangelho de Deus.
10 Vós e Deus sois testemunhas de quão santa e irrepreensivelmente nos portamos para convosco que credes;
11 assim como sabeis de que modo vos tratávamos a cada um de vós, como um pai a seus filhos,
12 exortando-vos e consolando-vos, e instando que andásseis de um modo digno de Deus, o qual vos chama ao seu reino e glória.
13 Por isso nós também, sem cessar, damos graças a Deus, porquanto vós, havendo recebido a palavra de Deus que de nós ouvistes, a recebestes, não como palavra de homens, mas (segundo ela é na verdade) como palavra de Deus, a qual também opera em vós que credes.
14 Pois vós, irmãos, vos haveis feito imitadores das Igrejas de Deus em Cristo Jesus que estão na Judeia; porque também padecestes de vossos próprios concidadãos o mesmo que elas padeceram dos judeus;
15 os quais mataram ao Senhor Jesus, bem como aos profetas, e a nós nos perseguiram, e não agradam a Deus, e são contrários a todos os homens,
16 e nos impedem de falar aos gentios para que sejam salvos; de modo que enchem sempre a medida de seus pecados; mas a ira caiu sobre eles afinal.
17 Nós, porém, irmãos, sendo privados de vós por algum tempo, de vista, mas não de coração, tanto mais procuramos com grande desejo ver o vosso rosto;
18 pelo que quisemos ir ter convosco, pelo menos eu, Paulo, não somente uma vez, mas duas, e Satanás nos impediu.
19 Porque, qual é a nossa esperança, ou alegria, ou coroa de glória, diante de nosso Senhor Jesus na sua vinda? Porventura não o sois vós?
20 Na verdade vós sois a nossa glória e a nossa alegria.”. (I Tessalonicenses 2.1-20)


Biografia:
Servo de Deus, que tendo sido curado, pela graça de Jesus, de um infarto do miocárdio e de um câncer intestinal, tem se dedicado também a divulgar todo o material que produziu ao longo dos 43 anos do seu ministério, que sempre realizou para a exclusiva glória de Deus, sem qualquer interesse comercial ou financeiro. Há alguns anos atrás, falou-me o Senhor numa visão que eu fosse ter com os puritanos e com Martyn LLoyd Jones. Exatamente com estas palavras. Por incrível que possa parecer, até então, nunca havia ouvido falar sobre os puritanos e LLoyd Jones. Mais tarde, fui impelido pelo Senhor a divulgar todo o material que havia produzido como fruto do referido estudo. Você pode ler e baixar estas mensagens nos meus seguintes blogs e site: http://livrosbiblia.blogspot.com.br/ Comentário dos livros do Velho Testamento https://www.legadopuritano.com/ https://spurgeonepuritanos.net/ https://jenyffercarrandier.wixsite.com
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