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A Porta da Fé e o testemunho de nossa própria caridade
Pedro Melo

Resumo:
Este texto, foi escrito para aula de Espiritualidade Católica do Seminário São José na Diocese de Franca. Mostra o que é e qual é a intenção do Papa Bento XVI com a proclamação do Ano da Fé e a publicação da "Carta Apostólica Sob Forma de Matu Próprio Porta Fidei".

Através da Carta Apostólica Porta Fidei (Porta da Fé), o Santo Padre o Papa Bento XVI proclama o Ano da Fé. Este teve seu início no dia 11 de outubro, data em que a Igreja comemorou o Jubileu de Abertura do Concílio Vaticano II e os vinte anos da publicação do Catecismo da Igreja Católica.
“A PORTA DA FÉ, que introduz na vida de comunhão com Deus e permite a entrada na sua Igreja, está sempre aberta para nós”. Somos convidados, através do anúncio da Palavra, a uma caminhada de fé que atravessa toda nossa vida, do Batismo até nossa morte.
O Santo Padre nos lembra que a Igreja tem a missão de conduzir o homem para Deus, onde há “vida em plenitude”. Enquanto uma crise de fé assola vários campos da sociedade, a Igreja, em torno de seus pastores, é chamada a assumir sua função de ser sal e luz no mundo, iluminando e conduzindo o povo a Cristo. Nele se faz a experiência da samaritana junto à fonte de água viva, que resgata o sabor do Deus que dá sentido as nossas vidas através da FÉ em Jesus Cristo, nossa salvação. O Papa pede que seja um tempo de profunda reflexão sobre nossa doutrina, e de intensa e profunda oração.
Celebrar a abertura do Ano da Fé no dia da comemoração do jubileu do Vaticano II aguça nossa sensibilidade para o fato de que este é um vigente instrumento de orientação e renovação da Igreja. No entanto, a Igreja também se renova pelo testemunho daqueles que creem. Pelo testemunho da Fé, cada cristão é convidado a ser testemunha do Evangelho de Jesus. O Ano da Fé é, dessa forma, um convite a nos voltarmos para o Senhor que nos salva por amor, chamando-nos à conversão, a uma vida nova, segundo São Paulo. Vida pautada em Cristo, pela Fé, por meio da ação do Espírito Santo que, no amor de Jesus nos impele a evangelização. Nesse amor assumimos um compromisso missionário porque cremos e aumentamos nossa fé vivendo-a, exercitando-a.
Assim, o Santo Padre Bento XVI nos convida a vivenciarmos “este ano de forma digna e fecunda”. Ele nos pede uma reflexão intensa sobre a fé para que aqueles que creem em Jesus tenham consciência e novo ânimo na “adesão ao Evangelho”, a fim de propagar com credibilidade uma Fé “professada, celebrada, vivida e rezada”. Porém podemos ter plena certeza de que o Ano da Fé será inútil se não produzir em nós conversão. É fundamental não perder isso de vista. O Ano da Fé não quer simplesmente contribuir para que tenhamos um renovado conhecimento da doutrina da fé – embora isso seja muito importante. Nas palavras do próprio Santo Padre Bento XVI, “o Ano da Fé é convite para uma autêntica e renovada conversão ao Senhor, único Salvador do mundo”
Nesse contexto o Papa nos oferece um caminho para compreendermos melhor “os conteúdos da fé” e o ato pelo qual nos entregamos inteiramente a Deus. Cremos com o coração e professamos nossa fé com palavras e ações. Por isso, a fé não é um fato puramente particular, trata-se também de assumir uma “responsabilidade social daquilo que se acredita”. É um “ato pessoal e comunitário”. Portanto, é na Igreja, “primeiro sujeito da fé”, que assumimos e vivemos a fé, através do Batismo.
O Catecismo da Igreja Católica é um instrumento fundamental “para chegar a um conhecimento sistemático da fé”. A partir desse pensamento, o Ano da Fé deverá suscitar um grande esforço “em prol da redescoberta e do estudo dos conteúdos fundamentais da fé, que tem no Catecismo da Igreja Católica a sua síntese sistemática e orgânica”. O Catecismo traz a história da Fé da Igreja. Nele encontramos a vivência da fé em Jesus Cristo expressas também na liturgia e nos sacramentos.
Quando hoje, mais intensamente do que em outros momentos da história, a fé é questionada por um pensamento que reduz as certezas racionais a “conquistas científicas e tecnológicas”, a Igreja não se intimida e mostra que fé e ciência, ambas, apontam para a verdade, seguindo “caminhos diferentes”. Será fundamental, neste Ano da Fé, resgatar a “história da nossa fé” que entrelaça santidade e pecado. Ao longo dessa história encontramos tantos crentes que viveram um profundo testemunho de Fé, arraigada no próprio Cristo. Maria, os Apóstolos, os discípulos (primeira comunidade cristã), os mártires, os santos, consagrados e consagradas pela Vida religiosa, cristãos comprometidos e testemunhas presentes nas diversas esferas sociais, até chegarmos a nós.
Em suma vemos que a Igreja Católica vive um profundo período de crise em todo o mundo. Este é um período onde se vive “afrouxando” realidades dentro de um relativismo extremamente perigoso para a sociedade, causando a crise na família e consequentemente, nas escolas e na política. Preocupado com essa realidade e com a deturpação da mensagem de Cristo, o Papa estabeleceu o Ano da Fé. O Papa, com a Porta da Fé, exorta a todos os fiéis a interpretarem o Vaticano II como uma continuidade dos outros vinte concílios que o precederam, complementando-se, assim como o Antigo e o Novo Testamento, cuja atualidade da mensagem não muda através dos tempos, e que mesmo sendo imutável, não se torna obsoleta ou antiquada, é uma mensagem sempre nova. Também somos chamados no Ano da Fé a intensificar “o testemunho da caridade”, que se dá concomitantemente à Fé. Esta, “sem a caridade não dá fruto, e a caridade sem a fé seria um sentimento constantemente a mercê da dúvida”. Pela fé estreitamos nossa relação com Jesus e, atentos aos sinais dos tempos, somos chamados a nos tornarmos, no mundo, sinais e testemunhas do Cristo Ressuscitado.


Biografia:
Graduado em Filosofia pelo Instituto Agostiniano de Filosofia - IAF, Formado em Técnico de Administração pela Escola Doutor Júlio Cardoso, e Técnico em Publicidade e Propaganda - Uni Facef.
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