Para o Brasil, as Olimpíadas de Londres terminaram como esperado. Um fracasso total. Com minguadas três medalhas de ouro. Foram dezessete no total. Quando se comemora muito a prata e o bronze, o significado é claro. Ainda estamos fora da rota. Com um alerta. Em 2016, não podemos fracassar. E com toda certeza fracassaremos.
À medida que a ficha começa a cair, vão aparecendo coisas. O Ministro dos Esportes fala. Os dirigentes olímpicos falam. Até o dinheiro gasto pelo governo aparece na mídia. Cada medalha ganha custou 50 milhões. Isso sem contar com o dinheiro despejado pela iniciativa privada. Que não foi pouco.
O ministro Aldo Rebelo, que é formado em jornalismo, e o governo tinham a expectativa de vinte medalhas. E quase lembrando o famoso chororô botafoguense, disse que o Brasil não deu sorte em alguns cruzamentos. Citou como exemplos, o basquete e o handebol.
Durante as Olimpíadas, Aldo Rebelo havia dado outra declaração que soou estranha. Disse que em 2016, nossos atletas ganharão um número maior de medalhas por necessidade. Fazer atletas olímpicos disputarem medalhas pela necessidade de ganhar, é uma das piores besteiras que se pode falar.
A ideia de que vamos nos fartar de medalhas de ouro no Rio de Janeiro é falsa. As Olimpíadas do Brasil já tem um simbolismo. Vamos fazer o espetáculo. Disso, talvez, sejamos capazes. O ouro como sempre, irá para o peito do adversário. É impossível formar uma geração vencedora em apenas um clico olímpico.
Para fazer bonito, a Grã-Bretanha se preparou durante três ciclos olímpicos. E conseguiu. Foi à terceira no quadro de medalhas. Então é preciso saber exatamente o que queremos. Se quisermos entrar no grupo das potências olímpicas, este é o momento de começar do zero. E pensar em 2024.
E não estou convencido que nossos meninos e meninas estão preparados para isso. De começo odiamos a disciplina. E sem ela esqueçam medalhas de ouro no peito. São muitas variáveis, com as quais o brasileiro não sabe conviver. Imaginem levar esses meninos e meninas pra centros de treinamentos distantes das famílias. Meses sem se ver. Treinamentos dez horas por dia
O brasileiro ficou boquiaberto com a História da chinesa medalhista de ouro. Que só ficou sabendo da morte da avó, e do câncer da mãe depois de descer do pódio. Essa é a dimensão entre a potência e o coadjuvante. E ainda existe a variável psicológica. Uns sabem que vão ganhar. Outros, como os brasileiros estão sempre tentando ganhar. A diferença que isso faz é enorme. Nessa hora dinheiro investido não significa nada.
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