Apesar de se dizer inteligente, a raça humana não dispõe de qualquer parâmetro para o significado do que é ser inteligente. Ter apenas teorias e crenças para estarmos aqui não são bons sinônimos de inteligência. Entre tantas coisas ainda tratadas como ficção, a nossa inteligência é uma delas.
Uma das máximas usadas é a de que somos inteligentes porque dominamos o planeta. Os dinossauros dominaram o planeta por milhões de anos. Foram extintos por um evento cósmico. Estudados, concluiu-se que eles não eram inteligentes. O evento da nossa extinção será o causado pela nossa suposta inteligência.
Um dos contrapontos visando provar a inteligência dos humanos é a criação da tecnologia. Ultimamente a ciência tem se vangloriado demais do seu mais recente bichinho de estimação. A Inteligência Artificial tem sido pau para toda obra. Embora muitos ainda estejam em negação é a nova divindade adorada. Então a pergunta seria: Por que uma raça inteligente necessita da ajuda de uma inteligência artificial?
Como sociedade criamos alguns padrões e comportamentos para a inteligência. Ainda crianças na escola, ser inteligente é receber nota dez na prova e no boletim. Depois a inteligência nos distingue com um diploma na mão. No Brasil, subimos um degrau na escada da inteligência com uma nota dez na redação. Jamais uma raça inteligente perderia tempo criando ou resolvendo testes de Q.I.
Matt Haig escreveu o livro de ficção “Os Humanos”. Nele um ET “vonoriano” chega à Terra. Um matemático teria resolvido a “Hipótese de Riemann”, um dos sete Problemas do Milênio. As outras civilizações temem que com os segredos dos números primos, a inteligência humana atinja um status capaz de antecipar sua extinção. A missão do ET é eliminar o matemático. Os humanos vencem usando como armas os sentimentos.
O livro deixa a ficção de lado ao falar de Grigori Perelman. Esse matemático russo solucionou em 2003 a “Conjectura de Poincaré”, diminuindo os Problemas do Milênio para seis. Se é complicado até entender o enunciado da Conjectura de Poincaré formulada por Henri Poincaré em 1900, imagino então solucioná-lo.
O Instituto Clay de Matemática instituiu um prêmio de um milhão de dólares para quem solucionar um desses problemas. Aqui entram os padrões e os comportamentos. Onde dependendo da ótica que se olhe, tentamos criar parâmetros para o que é ser inteligente.
Grigori Perelman recusou o prêmio de um milhão de dólares. Preferiu continuar vivendo na Rússia com uma bolsa de cem dólares por mês. Para os capitalistas essa atitude certamente não foi inteligente. Não cortar as unhas é comportamento de uma pessoa inteligente? Perelman nunca cortava as dele. Possivelmente os humanos jamais encontrarão parâmetros para a inteligência. Até à extinção, viveremos da ficção.
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