Na semana passada, dois estudos e uma reportagem sobre um artigo da Universidade Federal do Paraná falavam sobre ele. O plástico. Quando o futuro trágico bater à porta dos humanos, o plástico será apontado como um dos vilões responsáveis pela extinção de muitas espécies. Pelo planeta ir se tornando um lugar inabitável.
Os microplásticos estão poluindo nossos oceanos. Poluir nem é o mais grave. As vidas marinhas estão confundindo microplásticos com fontes de alimentos. No artigo, Renata Hanae Nagai explica ao sobrinho Pepê o que são microplásticos. É uma excelente aula de ciências. Começou quando o Pepê confundiu microplásticos com conchas marinhas.
Chegamos aos estudos. Um deles faz um alerta. A possibilidade de a ficção se tornar realidade com a intervenção dos microplásticos. O nascimento de futuros “bebês ciborgues”. Não aqueles com superpoderes dos quais temos inveja. Não é mera teoria. Um estudo publicado pela revista cientifica “Environment International” confirmou a presença de microplásticos dentro de placentas humanas.
O que isto significa? Os sistemas imunitários serão alterados. Os bebês reconhecerão como seus materiais não orgânicos. Somos compostos apenas por células humanas. Nos bebês as células humanas estarão misturadas com entidades não orgânicas. O autor do estudo Antônio Ragusa, nem precisava dizer que as seis mães das placentas estudadas “ficaram chocadas”.
Doze fragmentos de material não orgânicos foram encontrados nessas placentas. Três eram polipropileno usado em garrafas plásticas. Nove eram de material sintético pintado. Os tamanhos se assemelhavam com um glóbulo vermelho ou de uma bactéria. Cinco desses fragmentos foram localizados na parte da placenta presa ao feto. Quatro na parte presa ao útero materno. Três dentro das membranas que envolvem o feto.
O outro estudo publicado pela “Nature” fala sobre massa. Nele a massa do plástico também chama a atenção. Pela primeira vez, a massa de todos os objetos construídos pelos humanos superou a massa de todos os seres vivos do planeta. Em 2020, a massa batizada de “antropogênica” chegou a 1,1 teratoneladas, o equivalente a 1,1 trilhão de toneladas. Essa massa tem dobrado a cada duas décadas.
Alguns dados provocam espanto. A cada semana, a massa antropogênica produzida supera o peso de cada humano vivo no planeta. Onde entra o plástico? A massa de plástico produzida é de 8 gigatoneladas, bilhões em toneladas. É o dobro da massa formada por todos os animais vivos no planeta. Pare um pouco aqui para pensar!
O estudo da “Nature” aproxima mais o já esperado pela ciência. Estamos vivemos no Antropoceno. Uma nova era geológica. O termo cunhado por Eugene F. Stoermer foi popularizado pelo Nobel de Química Paul Crutzen. Significa “A Época dos Humanos”.
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