Como já sabemos, o inferno é cheio de boas intenções. Por essas boas intenções decaem muitos anjos, que povoam o inferno. Como diria o nosso querido Zeca Baleiro, o demônio, muito “underground”, recorre aos covers das “canções celestiais” para fazer seus shows. Que o demônio também seja capaz de boas intenções, ninguém duvida. E a galera “pega fogo” quando rolam os festivais. Diria mesmo até que muitos (e muitos!) tendem mais ao inferno que ao céu.
O céu, por sua vez, anda em baixa: músicas próprias atraem menos os sedentos por Rock. E é por isso que os anjos, ainda que criativos e sensíveis, decaem aos montes e se rendem aos covers. Se alguma banda botar as manguinhas pra fora resolver tocar as suas próprias músicas pode se preparar, muitas vezes, para ouvir um “toca Raul!!”.
Não é que os mitos e dinossauros não devam ser lembrados. Mas, se as pessoas abrissem mais as suas portinhas para o novo, veriam que estão perdendo muitas coisas legais. E, veja bem, coisas legais que não implicam no uso de frases repetitivas e riffs de guitarras pegajosos como chicletes – uma das poucas formas como a música autoral faz sucesso.
Mas ainda há esperanças, pois se até “os cães merecem o céu”, quem dirá os bem-intencionados anjos decaídos? Bom, mas enquanto o inferno ainda está lotado, o demônio descrito por Zeca triunfa e arranca suspiros com os suas cópias de Beatles, Led Zepellin’s, Pink Floyd’s e outras maravilhas do rock.
|