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25 de julho é uma data muito especial: Dia Nacional do Escritor. Relembramos grandes nomes de épocas diferentes: de Machado de Assis a Guimarães Rosa, de escritas que seguem fielmente uma tendência de época a uma fase onde só a liberdade poética é “regra”. É o momento de retomar aqueles que criam ou criaram mundos infinitos em algumas letras no papel. A escrita é sim uma arte muito louvável.
É também em dias como este que nos perguntamos: o que significa ser escritor hoje em dia? Com a popularização da internet, surgiram inúmeros novos gêneros de texto: o e-mail, o chat, o blog e outros. Como você sabe (se esqueceu, vamos relembrar), um gênero de texto pode ir de romance, crônica, poema a uma conversa no telefone ou uma mensagem de celular. Nos novos gêneros que a internet criou é bem comum a invenção de palavras (o que chamamos de “neologismos”) e o encurtamento de outras, as gírias, etc. Ou seja, um novo jeito de escrever vai aparecendo. Até um jornal, que agora tem a internet como sua aliada, precisa se adequar ao máximo à nova forma de escrita para que, assim, atinja um público bem amplo. Eu, por exemplo, escrevo aqui no blog e tenho o maior cuidado de usar as palavras de maneira que você, leitor, vá entender.
Bom, se por um lado agora exista essa forma tão moderna e popular de escrita e também um novo perfil de escritor, por outro, o que é de papel está criando traças. Onde ficam os livros em meio a esse mundo cheio de internautices, imagens, vídeos e textos humorísticos? No armário, é claro.
Não que eu não dê valor aos novos escritores. Pelo contrário: acho que a cada dia se superam mais na criatividade. Além disso, acredito que toda essa mudança tenha estimulado fortemente algumas pessoas que antes não tinham muito contato com a escrita, na maioria das vezes por não gostar ou não se ver como um escritor em potencial, a escrever. Possivelmente, quem antes tinha preconceito com leitura também está lendo muito mais!
Toda novidade sempre tem seus prós e contras. Esse é o fato e não tem jeito. Embora as pessoas tenham lido e escrito mais, convenhamos, o conteúdo tem sido levado cada vez menos em conta. Por exemplo, hoje é comum vermos as pessoas ficando famosas por escreverem, na internet, curiosidades, bizarrices, fofocas, assuntos populares em geral e, muitas vezes, banais. Não podemos negar que é possível dar umas boas risadas e também absorver muitas informações (MUITAS informações mesmo!!). Mas, e aí? O que aconteceu com aquele hábito de leitura, aquele mais antigo mesmo, com que as pessoas já tinham um pouquinho de implicância? Hein? Tudo bem… não me esqueci que muitos ainda se mantém fieis leitores. Mas, mesmo com todas as novidades do mundo moderno, um pouquinho de arte, conteúdo e pensamento crítico é bom, não é, minha gente?
Enquanto isso, me pergunto meio saudosa: por onde anda o meu querido Carlos Drummond de Andrade? Tenho certeza que não está no armário. Ah, sim… talvez esteja sentado e esquecido à beira de algum rio, “contemplando” o nosso mundo moderninho e, inevitavelmente, a “ver navios” (os leitores ainda fieis me entenderão).
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