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AMY WINEHOUSE E A VIAGEM SEM VOLTA
DAYSI PACHECO/ andremansur.com

Dia 23 de julho de 2012 poderia ser um dia como os outros, mas hoje faz exatamente um ano que um mito desfalcou o universo da música e deixou vários fãs órfãos. Amy Winehouse morreu aos 27 anos depois de ingerir uma alta dose de álcool, após semanas de abstinência. Em seu quarto, foram encontradas três garrafas VAZIAS de vodka! Daí, uma pergunta inevitável: por que a alma de um artista muitas vezes pode ser tão auto-destrutiva? Tanto talento, mas tanta auto-destruição…
Todo artista é também um pouco louco e essa loucura, somada às suas dores, angústias e anseios, torna-se ingrediente essencial para a sua produção. Muitas vezes, o dilema é adaptar-se a um mundo tão objetivo, onde as pessoas pouco sentem e pouco dizem a respeito de sensibilidade. Por isso, todo artista é também um pouco perdido. Disso há, obviamente, quem discorde, além do fato de que ser artista, hoje em dia, está bastante confuso, já que o mundo anda saturado de tantos tchus tchachas, candy shops eoutras coisas mais.
O fato é que o [verdadeiro] artista, quando cria, expressa a sua dor, a sua euforia, as suas lembranças e a sua tristeza. Ali estão todos os seus traumas, todos os seus anseios, toda a sua história. Uma obra de arte – seja ela música, pintura, dança ou outra forma de arte – pode ser uma página de lágrimas secas. O artista busca incessantemente por alguma coisa. Anseia por novas viagens a um mundo diferente, que é onde acredita talvez encontrar o seu lugar, que não é “lugar-comum”. Isso o diferencia das outras pessoas e a criação é o seu grito. O problema é que as coisas podem fugir de controle. Muitas pessoas do meio artístico recorrem às drogas de uma forma excessiva: querem anestesiar a sua dor e viajar por outras bandas de criatividade. Na maioria das vezes, a própria pessoa não percebe que a vida está indo por água abaixo e, somado a decadência a inconsequências e escândalos, um fim trágico torna-se cada vez mais provável. A incessante busca pode ir longe demais.
Acredito que tudo isso tenha acontecido com Amy e todas as vezes que, em seu fascínio, abusava das drogas (e até mesmo do sofrimento), ou bebia muito, ou colocava a sua segurança em risco, a morte se tornava mais evidente. O problema dos seus relacionamentos e as próprias drogas eram inspirações principais para as suas músicas, como em Back to Black e Rehab. Além disso, o próprio pai (Mitch Winehouse) afirma que a sua separação, quando Amy tinha 9 anos, causou um impacto tão grande que nunca foi superado por ela. Segundo ele, após o seu divórcio, o comportamento de Amy teria mudando completamente. Então, esse seria um dos principais motivos para a sua inconsequente forma de agir. Se lembrarmos da repugnância com que Amy via o divórcio, a informação faz muito sentido. Alguém se recorda de quando ela dizia preferir a morte ao divórcio e quando fez um pacto com o marido, segundo o qual só a morte os separaria… literalmente?!
As pessoas se perdem e, de resto, permanecem apenas a tristeza e dor de quem fica aqui. O pai de Amy desabafa e, ao que podemos ver, ainda é difícil conformar-se: ainda manda mensagens para o celular da filha, pedindo que volte para a casa, embora saiba que ela não vai voltar.
Sim, infelizmente, Amy não vai mais voltar e entender o que se passa na cabeça de quem se auto-destrói pode ser impossível. Infelizmente, quando se chega a certo ponto, nem a ajuda dos outros é suficiente. Nas três garrafas de vodka vazias em seu quarto estavam toda a sua vontade frustrada de liberdade, toda a sua angústia e sofrimento, toda a sua frustração e, também, a sua vida. A perda pode ter sido difícil, mas, pelo que se sabe, pensamentos positivos reconfortam os corações de quem ficou. Janis Winehouse, mãe de Amy, não escondeu isso em uma entrevista ao jornal The Sun: “Eu tenho certeza que ela voltou como uma borboleta porque ela teria amado a liberdade de voar”.
Muita admiração e a ótima qualidade de suas músicas, fazem com que Amy não seja esquecida. Sua quantidade de fãs e todos os seus feitos mostram uma figura extremamente original e insubstituível. A grande estrela segue, assim, imortalizada.


Este texto é administrado por: ANDRE MANSUR BRANDAO
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