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DEUS E O HOMEM/MULHER
CRIAÇÃO
Antonio Louro

Resumo:
O homem e a mulher procuram conhecer a DEUS, porem e infelismente ELE não se revela completamente, pois todos os que o buscam, ganham um pedacinho de entendimento de DELE, portanto é mentiroso aquele que dis conhece-lo.
































































































































Deus e o homem/mulher



PERGUNTA: - Porventura chegará o tempo em que o homem poderá identificar Deus com absoluta certeza e autenticidade, apesar de todos os insucessos dos investigadores humanos até hoje?

RAMATÍS: - Jamais a criatura humana conseguirá definir ou identificar racionalmente a Realidade Absoluta do Criador, embora ela seja também uma partícula divina. Caso o homem lograsse tal solução, então ele também seria outro Deus para ser descoberto, descrito e identificado! Assim como as folhas não podem sentir ou representar o arvoredo, e as gotas de água não conseguem descrever a natureza imensurável do oceano, a parte também não pode definir o Todo, nem o criado o seu Criador. As células do homem jamais poderão explicar os pensamentos, sentimentos e a verdadeira configuração do ser humano. “Só um outro Deus além ou semelhante ao que pretendemos demonstrar, é que poderia prová-lo”

PERGUNTA: - Porque não podemos definir ou explicar o Criador; quando também somos uma partícula divina? Não diz a Bíblia que “o reino de Deus está no próprio homem”?

RAMATÍS: - Deus, como a fonte original e incriada da Vida, preexiste antes de qualquer coisa ou ser; em consequência, jamais poderíamos explicar aquilo que já existe muito antes e independente de nós existirmos. Se considerarmos Deus simbolicamente por raios, que partem geometricamente de um centro e se perdem no infinito, a consciência do homem é sempre a figura de uma esfera limitada sobre o centro desses raios. Assim, embora essa consciência humana se amplie e se desenvolva incessantemente em todos os sentidos, em face de sua limitação relativa em cada fase ela jamais alcançará os raios infinitos.

PERGUNTA: - Mas se o reino de Deus está também no homem, por que não possuímos o entendimento subjetivo da Realidade Divina? Embora criados “à imagem de Deus”, não temos nenhuma miniatura correta além de nosso espírito imperfeito e ignorante, para avaliarmos a natureza do Criador” Que dizeis?

RAMATÍS: - Indubitavelmente, o reino do pinheiro está plasmado e esquematizado no seio do pinhão, assim como a bolota também é a imagem do futuro e gigantesco carvalho” No entanto , só podereis avaliar e abranger a totalidade do pinheiro ou do carvalho depois que o pinhão e a bolota são plantados na terra humosa, e cumprem todo o processo da metamorfose vegetal. Através das forças ocultas que lhe dormitam na intimidade vegetal, ambos precisam evoluir, pouco a pouco, partindo da simples semente pequena, limitada e pouco diferenciada na sua estrutura tecidual. Ativam e rompem a crosta da velha semente para brotar, desabrochar, crescer e buscar as alturas até configurar em definitivo e majestoso arvoredo existente em potencialidade no embrião. Depois de a semente sofrer o processo de adaptação ao solo nem sempre propício, ela ainda deve concentrar as forças íntimas no sentido de romper as membranas externas. Depois precisa sobrepor-se à agressividade dos germens do meio onde se sepultou; resistir à investida do quimismo tóxico da terra; sofrer a umidade infiltrativa em suas entranhas; cavar os sulcos para desenvolver-se; firmar as radículas para que o caule possa romper a superfície da terra, em busca de oxigênio e liberdade, onde vai enfrentar o ar gélido do inverno ou o calor esturricam-te do verão; sobreviver à chuva torrencial e curvar-se , humilde, à investida do vento tormentoso. Ainda deve defender-se da agressão ferina dos insetos que lhe exterminam os brotos imaturos; precisa renovar-se e persistir compondo a vestimenta nova de ramos e folhas. Há de investir sempre para o alto, malgrado a vizinhança da erva daninha, enquanto as raízes rebuscam no fundo do solo os elementos minerais para se desenvolver. Apesara dos inúmeros fatores agressivos do meio, a planta continua, atavicamente, a crescer sem poder desviar-se do esquema fundamental de compor, em definitivo, o majestoso arvoredo que aceitou a tarefa de plasmar no cenário da própria terra, malgrado tanta adversidade durante o seu desenvolvimento.

Considerando-se Deus, o Espírito Total Cósmico, como “Chama” ou “Luz” infinitas, acima e além do tempo e espaço, obviamente, os espíritos dos homens ou filhos de Deus serão apenas centelhas emanadas dessa eterna e infinita incognoscível energia ambiente a eterna luta pela vida até a sua real configuração.

PERGUNTA: - Os ateus asseveram que Deus não existe; que o Universo é apenas obra do Acaso, talvez, produto de um acidente inexplicável! Que dizeis?

RAMATÍS: - Respeitamos a convicção de cada homem; contudo crermos que o Acaso, ou um incidente imprevisível, possa produzir fenômenos e fatos inteligentes como é a Vida no Universo, é realmente um acaso ilógico. Um acidente não cria leis tão sensatas, lógicas e sábias, que tanto disciplinam de modo genial e correto o turbilhão de elétrons em torno do núcleo atômico, como também amparam e proporcionam racionalmente a coesão dos astros suspensos no Cosmo e girando em volta dos centros solares. Ademais, todos esses astros movem-se em direção a um objetivo correto e útil, como suas estruturas estáveis, perfeitas e complexas, demonstrando um plano de inteligência incomum e superior ao mais avançado índice de intelecto humano! Já dizia célebre filósofo persa: “Se Deus não fez o mundo, precisamos procurar com urgência o responsável por acontecimento tão sábio e lógico”.

PERGUNTA: - Mas se não podemos identificar Deus, também é de pouca valia mobilizarmos um estado de Fé absoluta e cega, que nos induz a crer naquilo que ainda não temos certeza de existir! Que adianta afirmar-se que o reino de Deus está no homem, se o homem não sabe quem é , ou como é o seu Criador?

RAMATÍS: - E qual seria a mudança do homem, caso ele pudesse descrever satisfatoriamente a forma e a essência do seu Criador? Porventura as criaturas fariam modificações instantâneas e louváveis na vida, abdicando de interesses subalternos e dignificando a experiência e as relações humanas, só porque alguém conseguiria descrever a Realidade Absoluta? Mas, evidentemente, esse desejo incessante de o homem conhecer ou sintonizar-se com o Criador, é que o impele e o estimula para a sua mais breve ascese espiritual!

Enquanto a criatura ainda vibra num estado espiritual primário, ela não se encontra preparada para entender Deus e a sua manifestação cósmica. O espírito do homem precisa emancipar-se do instinto primitivo através do cultivo de valores divinos adormecidos no seu próprio “eu”, se quiser principiar a entender a natureza real do Criador! E até que isso aconteça, só lhe resta uma atitude sensata e tranquila; procurar compreender os desígnios divinos através do respeito e amor a todas as criatura, manifestações palpáveis da Mente Criadora!

PERGUNTA: - Mas é censurável essa insatisfação e descrença do homem, quando ainda lhe faltam meios para definir ou compreender o próprio Deus?

RAMATÍS: - Que importa a aflição do homem em não poder comprovar corretamente a realidade de Deus, quando através das leis e dos fenômenos inteligentes da Natureza ele pode inferir quanto à existência do Criador?

A ideia de Deus e a certeza de sua existência são inatas no homem, porque o homem é um espírito, uma centelha de luz despertando e desenvolvendo-se incessante e conscientemente no seio do Espírito Eterno do Criador! Segundo Jesus, “o reino de Deus está no homem”, e, conforme assegura o Gênesis, “O homem foi feito à imagem de Deus”. Há alguns milênios os velhos mestres da espiritualidade, sediados no Oriente, já afirmavam que Deus é o macrocosmo, o mundo grande, e o homem o microcosmo, o mundo pequeno”. Ademais, sempre corroboravam os seus ensinamentos incomuns explicando: “O que está em cima está embaixo”, porque o átomo é tão-somente a miniatura perfeita de uma galáxia pulsando no Cosmo!

Em verdade, o homem sempre buscou Deus; os selvagens, embora ignorantes, já adoravam Tupã, o deus do trovão e do raio, certos de que existia um poder superior divino, isto é, além do homem. Os atlantes, astecas e os egípcios adoravam o Sol, identificando no Astro-Rei o centro da Vida Divina do Criador; os judeus louvavam Jeová, um Deus guerreiro e poderoso, que protegia a raça eleita; os católicos devocionavam a figura de um velhinho de barbas brancas, que vivia nos Céus e distribuía graças aos seus devotos, lançando no fogo do Inferno os hereges e pecadores!

PERGUNTA: - Porventura Deus não é fruto de uma necessidade psicológica do homem? Essa ideia da Divindade não se aprimora tanto quanto, também progride e se aperfeiçoa a criatura no seu mundo material?

RAMATÍS: - Não há dúvida de que a ideia de Deus sempre evoluiu conforme o progresso, entendimento e a cultura humana. Aliás, é grande a diferença entre a concepção divina do Tupã dos selvagens e a crença na Suprema Inteligência, que hoje os espíritas admitem sobre o Criador. Mas Deus não é apenas uma ideia e fruto das necessidades psicológicas humanas, que evoluiu conforme o próprio homem. Em verdade, à medida que mais compreendemos a Vida, o nosso psiquismo também mais se apercebe da Verdade Cósmica! Não é apenas a luta para ser livre da matéria, que nos fará sentir Deus, mas é o binômio “sentir” e “saber”, que realmente desvenda o panorama do Infinito, pois liberdade sem sabedoria é poder sem direção!

PERGUNTA: - Basta à crença em Deus, para o homem se salvar?

RAMATÍS: - Somente crer em Deus não é a vivência em Deus! O homem que não desenvolve em si mesmo os atributos divinos, é semelhante ao doente, que embora creia no medicamento não segue a prescrição médica, permanecendo o enfermo obstinado. Concebendo-se que Deus é a Verdade Absoluta, a busca dessa Verdade indescritível só é possível através da ampliação da miniatura divina, que todo ser possui em si mesmo.

A simples crença do homem em julgar-se no caminho da Verdade pode até significar a negação dessa mesma Verdade, pois simplesmente crer em Deus não é propriamente achá-Lo! Obviamente, se a Verdade ou Realidade é desconhecida, tanto a crença como a descrença não proporcionam o encontro autêntico de Deus. Comumente, essa crença não é uma auto realização, mas apenas uma simples projeção do próprio indivíduo no desconhecido. Como a crença traz no seu bojo uma recompensa extra material, milhões de criaturas têm na crença um motivo para viverem mais confiantes e esperançosas garantindo uma salvação, caso exista alguma coisa após a morte do corpo físico. Sem dúvida, trata-se de um mercado de redenção , em que os crentes investem algumas ações na expectativa dos dividendos da Divindade!

As igrejas católicas, os templos protestantes, os centros espíritas, os terreiros de Umbanda, as lojas teosóficas, os “tatwas” esotéricos, os cultos rosacrucianos e centenas de outras instituições espiritualistas ficam repletos de crentes, fiéis, discípulos ou associados, que ali cultuam certos postulados simpáticos e afins a uma ideia específica de Deus! No entanto, as criaturas condicionadas a essa crença sistemática e “estandartizada” não modificam o seu “eu” inferior, nem incorporam os valores incomuns do “EU” superior divino! Provavelmente, ignoram que isto é conquista individual através do estudo, pela abnegação, serviço ao próximo, e, sobretudo, ação independente de qualquer interesse egotista.

PERGUNTA: - Que podereis dizer-nos de mais explicativo, quanto a essa condição de o homem crer, mas não achar Deus?

RAMATÍS: - Evidentemente, se os atributos essenciais do Criador constituem-se numa Verdade, a qual sintetiza o Amor, a Sabedoria e equilíbrio infinitos, o homem deve ativar em si mesmo tais princípios a fim de lograr mais proximidade com Deus! Pouco adianta o homem crer em Deus, caso ele não desenvolva em si mesmo os atributos divinos, os quais possui latentes no âmago do seu espírito. A crença puramente intelectual e especulativa torna-se um atributo dispensável, caso não modifique a maneira de agir e sentir. O centro psíquico que sublima e sensibiliza o ser, embora seja o intelecto

que planeja através do poder mental, é a afetividade que vitaliza o crescimento divino através do Amor!

A crença em Deus é de pouca significação, no homem que ainda explora, maltrata, furta, destrói, e mata o próximo! Não é válida a crença do rico, se, apesar de ele glorificar Deus, ainda é homem astuto, avaro e egotista! Quem sob a proteção da fortuna especula a infelicidade alheia e junta moedas para si, cercado de comodidade, luxos, prazeres condenáveis, olvidando seu irmão que geme de dor, treme de frio e exaure-se de fome, jamais corresponde à crença em qualquer movimento religioso ou espiritualista. Não importa se devido à sua crença ele procura fortificar a fé construindo igrejas, mobiliando templos, contribuindo com tômbolas, listas e iniciativas de caridade, o que, geralmente, faz por medo de perder o céu! Porventura, é suficiente o envio do cheque filantrópico para a instituição espiritualista, maçônica, rosacruciana, teosófica, espírita ou umbandista, que atendem ao Natal dos pobres, para se justificar a crença em Deus?

PERGUNTA: - Seria preferível a descrença, antes de o crente enganar-se a si mesmo?

RAMATÍS: - Que importa o homem crer ou descrer, caso ele ainda não se modifique interiormente? No vosso mundo existem milhares e milhares de homens que creem veemente em Deus, frequentam templos e instituições espiritualistas, mas vivem de maneira tão censurável, que desmentem frontalmente a posse dos atributos do mesmo Criador, em que eles creem acreditar! São os ditadores cruéis, ministros interesseiros, governadores desonestos, comandantes desumanos, profissionais competentes, porém sem ética, religiosos fanáticos, sacerdotes luxuriosos, industriais de frigoríficos e matadouros, especuladores de casas de saúde, fabricantes de armas fratricidas, políticos maquiavélicos, embora todos crentes, excessivamente crentes! No entanto, eles exercem uma ação e interferência perniciosa nas vidas humanas, que justificam mais propriamente a existência do famigerado Satã, em vez de uma entidade divina, cujos atributos são em absoluto Amor, Sabedoria, Bondade e Justiça!

Malgrado a crença em Deus e a filantropia em favor de igrejas e comunidades deístas, eles planejam massacres sangrentos do povo vizinho indefeso, comandam exércitos, flotilhas aéreas ou esquadras belicosas, que destroçam vidas sem piedade; arrasam metrópoles com bombas nucleares; incendeiam campos, matas e pomares com o terrível Napalm; incentivam dia e noite a produção de instrumentos de morte; denunciam, espionam e testemunham em falso até contra os chamados amigos já caídos em desgraça pública ou política. Muitos deles fariam corar de vergonha o próprio Diabo lendário, nessa hipócrita crença! Há os que rezam compungidos, antes de cometer as suas patifarias e massacres; os que dobram os joelhos e pedem perdão por terem de cumprir o dever homicida de fuzilamento, em tempo de guerra ou de paz, devidamente oficializado pela lei da Besta! Há os que abençoam armas e instrumentos de morte para os genocídios matando indiretamente crianças, mulheres e velhos indefesos; há os que chegam à insensatez de subverter os atributos divinos e suplicar a Deus o amparo às suas hostes destruidoras e aos seus exércitos guerreiros, a fim de aniquilarem os “inimigos”, isto é , outros povos, que por sua vez, também fazem a mesma rogativa para o Criador protegê-los na chacina destruidora!

Se os técnicos do mundo fizessem uma estatística honesta e autêntica, para verificar quais os homens que mais devastaram a face da Terra e contribuíram para a miséria e desdita humana, eles ficariam estarrecidos ao comprovarem que os religiosos fanáticos foram justamente os mais demoníacos destruidores da nossa própria escola física de educação espiritual. Em consequência, a crença em Deus pode ser tão enfermiça e devastadora, quando contraria e desmente os próprios atributos da Divindade, pelos crentes que ainda cultuam o ódio, a ignorância, maldade e injustiça, que são opostos aos valores divinos do Amor, Sabedoria, Bondade e Justiça! Considerando-se que 95% da humanidade terrícola crê em Deus, comprovando essa crença através de vários movimentos espiritualistas e congregações religiosas, é evidente que toda maldade e destruição pelas guerras fratricidas são da responsabilidade desses noventa e cinco por cento de crentes! Então seria preferível que os homens fossem quase todos ateus, porque, sendo descrentes, as suas patifarias, ignomínias e perversidades seriam consideradas manifestações normais da natureza inferior humana, em face de ignorarem a existência das leis divinas que regem o Cosmo, e emanadas do ser Supremo!

Sobre a face da Terra portanto, ficaria evidenciada uma notável Verdade; a infelicidade ainda pesaria no mundo, porque 95% da sua população era descrente e corrupta, enquanto os crentes bons nada poderiam fazer por se tratar da minoria de 5%.

PERGUNTA: - Sois contrário à crença dos homens, só porque eles ainda não podem viver integralmente o que percebem?

RAMATÍS: - Compreender Deus exige do homem uma realização interna de buscar sempre a sabedoria e o equilíbrio psíquico, e uma ação externa de renúncia e serviço fraterno a todos os seres da natureza. Somente assim ele comprova que é realmente regido pela inspiração sublime de sua crença. Jamais haverá autenticidade e fidelidade na crença do Amor de Deus, se o homem odiar, destruir, enganar e absorver-se num fanatismo separatista.

Os católicos, protestantes, budistas, muçulmanos, judeus, hinduístas, e confucionistas vivem separados, em vãs iniciativas ecumênicas, que mais disfarçam interesses particulares religiosos, sob o rótulo de universalidade. Mesmo os próprios adventistas derivados do protestantismo ou de outras fontes religiosas, ainda conflitam-se ente si, em tolas especulações das diferentes interpretações pessoais de conceitos, quiçá, até de erros tipográficos da Bíblia! Assim, de uma nascente original como o Protestantismo, surgiram novas seitas que se propagam de modo agressivo e se clamam portadoras da “verdadeira Verdade”! Eles se digladiam fanaticamente sob os rótulos de Batistas, Congregacionistas, Luteranos, Assembleias de Deus, Metodistas, Mórmons, Testemunhas de Jeová, Presbiterianos, Jesus dos últimos Dias, Episcopais, Pentecostes ou Adventistas do Sétimo Dia.

O Velho e o Novo Testamento têm produzido mais seitas, crenças diferentes e fanáticos perigosos, do que o bem que eles realmente deveriam produzir; em face da luta insana pela prerrogativa de liderança e divulgação dos seus postulados, às vezes usados contra o próprio homem inversamente aos próprios ensinamentos do Cristo. Não opomos qualquer protesto quanto à necessidade de o homem crer para se renovar, crer para se higienizar espiritualmente, crer para se aperceber do divino, crer para atender ao impulso íntimo de comunhão com Deus, na busca de ascese angélica. Mas é ignomínia a crença que divide homens e se transforma em fator de desavença, ruína, ódio e tragédia, com atos censuráveis que desmente frontalmente os valores autênticos da espiritualidade, o predomínio dos instintos inferiores da animalidade. Não se pode louvar uma crença em Deus, quando isso leva os homens a se desgraçarem em lutas antifraternas e religiosas, que aniquilam o próprio prazer espiritual de viver. Crer num Deus de Amor e Vida, e depois provocar a morte do próximo por motivos de raça, cor, costumes ou religião; crer na bondade de Deus e depois praticar torturas, massacres e destruição de aldeias, povos e cidades, é crime de lesa-majestade Divina. O crente que age de modo tão censurável e repelente nega a sua assimilação a qualquer postulado religioso de aspecto divino, e pecaminosamente demonstra o seu atraso espiritual!

PERGUNTA: - Mas se o homem foi feito à imagem de Deus e possui em si mesmo a miniatura do reino divino, não é evidente que a sua maldade também comprova a existência da malignidade herdada de sua fonte divina, original e criadora?

RAMATÍS: - O mal é tão-somente uma condição transitória , de cujo reajuste sempre resulta um benefício futuro ao próprio autor! Mesmo sob a perversidade humana que mata outro ser vivo, o criminoso só destrói o “traje” carnal provisório e subalterno da vítima, sem atingir-lhe o espírito imortal. Assim, o princípio de causa e efeito proporciona uma nova existência física para a vítima, ensejando-lhe mais proveito e compensação, porque foi perturbada no seu ciclo de evolução espiritual. O homicida, sob a mesma lei retificadora, então é recolhido à oficina do sofrimento, a fim de retificar o desvio mórbido, que o torna uma criatura ainda dominada pelas ações negativas. Depois ele retoma a mesma estrada de aperfeiçoamento espiritual, prosseguindo de modo a despertar os valores eternos da imortalidade e alcançar a sua própria ventura. O mal ou o sofrimento são etapas do mesmo processo evolutivo, cuja ação é transitória e tende sempre a um resultado superior. Poder-se-ia considerar que é um mal a agressividade dos insetos, vermes e aves contra a planta na sua luta para crescer; no entanto, tudo isso não passa de elementos que interferem e obrigam o vegetal à maior concentração de energias íntimas na defesa, culminando no sucesso do seu próprio desenvolvimento. O mal é tão somente acidente na escalonada evolutiva, a fase negativa que perturba mas se corrige, prejudica e depois compensa, e que desaparece tanto quanto o espírito firma a contextura definitiva de sua consciência.

Sob a lei de “cada um colhe o que semeia”, todo mal pode causar dor e sofrimento para o seu próprio autor, o que então não é injustiça, porque a mesma lei compensa a vítima. Contudo, disso resulta também a purificação do pecador e consequente melhoria de qualidade espiritual. São considerados “atos malignos”, porque eles causam prejuízos a outrem; mas se a vítima é ressarcida vantajosamente no curso de sua própria imortalidade, então desaparece o estigma detestável do “mal”, que é compensado pelo “bem” mais breve a que faz jus pelo seu sofrimento. O mal que foi feito a Jesus, há dois mil anos, prossegue libertando milhares e milhares de criaturas de todos os sofrimentos inimagináveis; o mofo que resulta do mal do apodrecimento das substâncias transformou-se na abençoada penicilina que restabeleceu a vida a incontável número de enfermos desesperados!

PERGUNTA: - Qual seria um exemplo de que nos próprios massacres guerreiros da humanidade ainda pode advir um bem desse mal tão ignóbil?

RAMATÍS: - Os judeus que foram massacrados nos campos de concentração dos nazistas foram espíritos que, sob o comando de Davi, nos tempos bíblicos, praticaram toda sorte de crimes, rapinas e tropelias contra os povos pagãos amonitas e moabitas. Eles retardaram a ascese espiritual desses povos ao destruir-lhes prematuramente os corpos, que ainda lhes proporcionavam o ensejo de aprendizado espiritual na matéria. Os judeus então se estigmatizaram a si próprios pelo derramamento ignominioso do sangue dos irmãos mais fracos e ignorantes, fazendo jus às correções cármicas futuras, que a Lei lhes impôs no decorrer de novas existências carnais. Assim, o bárbaro sofrimento que eles enfrentaram no trucidamento e nos fornos crematórios dos nazistas, limpou-lhes as manchas do períspirito enfermiço, ensejando-lhes condições mais sedativas e agradáveis na vivência das próximas encarnações educativas.

Sem esse acontecimento purificador sob o guante dos nazistas, que em sua maioria foram espíritos vingativos daqueles mesmos pagãos amonitas e moabitas, trucidados pelas hostes de Davi, os hebreus teriam, ainda, de percorrer muitos milênios em marcha lenta e fatigante, através das sendas normais da ascensão humana. Graças ao recurso drástico e benéfico da Lei do Carma, que ajusta a “ação” a igual e idêntica “reação”, os espíritos desses judeus aproximaram-se mais rapidamente de sua ventura espiritual, ante as dores e a purificação compulsória pela aparente maldade de nazista nos campos de concentração. Sob a lei de que “os semelhantes curam os semelhantes”, e sem qualquer desforra ou punição divina, eles apenas foram submetidos à terapêutica eficiente e renovadora, embora dolorosa, que harmoniza fielmente o efeito à própria causa! Assim, na inconsciência da prática do mal, o espírito do homem aprende a consciência do próprio bem!...

PERGUNTA: - Gostaríamos de algum exemplo mais concreto sobre o assunto.

RAMATÍS: - Em todos os reinos da vida física, o sofrimento e a dor são características fundamentais do aperfeiçoamento e embelezamento das formas e dos seres, sob a égide da justiça verdadeira. Varia, no entanto, essa dor conforme a sensibilidade e o poder de comunicação daquele que sofre com o mundo exterior. Assim, enquanto o mineral sofre silenciosamente a dor que se produz em suas entranhas adormecidas, o vegetal já estremece sob a ação externa, conforme hoje já se pode registrar graças aos modernos recursos eletrônicos através de sensíveis aparelhos. O animal , no entanto, exterioriza a dor em gemidos ou ais lancinantes, enquanto o homem, emotivo e racional, chega a dramatizar o seu burilamento doloroso em estrofes trágicas, novelas melodramáticas ou epopeias heroicas.

PERGUNTA: - O progresso técnico e científico do mundo não pode causar prejuízos e enfraquecer a crença ou a ideia de Deus, quando a substituem cada vez mais por uma realidade palpável, controlada pela própria ciência do mundo?

RAMATÍS: - O progresso do mundo sob o avanço de ciências positivas e lógicas, como física, biologia, genética, química, astronomia, eletrônica e medicina, é meritório porque elimina mitos, crendices infantis, superstições e melodramas religiosos, ajudando o homem a distinguir e a separar o real físico da fantasia improdutiva. É evidente que sob tal processo e investigação cairão por terra dogmas obsoletos, tabus religiosos e adorações excêntricas, em consequência do melhor ajuste do homem a uma vivência cada vez mais autêntica e com melhor percepção da realidade exata da Criação! O certo é que a Verdade definitiva e imutável é expressa pelas próprias leis e princípios irrevogáveis do Cosmo.

As fórmulas, os ritos, dogmas, símbolos, emblemas, talismãs, mistérios e penduricalhos místicos ainda são consequências do primarismo espiritual do homem, que se utiliza de recursos e objetos físicos prosaicos, para traduzir o próprio sentimento religioso que lhe é inato na alma. São tentativas simbólicas para simbolizar o esforço do homem primário e relativo , e para ele se aperceber da autenticidade do Absoluto! Mas, tanto quanto o homem se espiritualiza, pelo amadurecimento e amplitude de sua consciência , ele também melhora a sua concepção sobre Deus e abrange maior área da manifestação Divina. É por isso que o Cristo-Jesus já advertia em seu sublime código evangélico: “Buscai a Verdade e ela vos fará livres”.

PERGUNTA: - Afirmam alguns cientistas, filósofos e psicólogos que a ideia de Deus é tão-somente um recurso intelectivo e explicativo do homem, para justificar a sua própria vivência humana. O criador então seria fruto de uma necessidade psíquica da criatura, jamais uma realidade! Que dizeis?

RAMATÍS: - É evidente que, se o homem existe, também existe o Universo que lhe ampara a vida; e, se existe como efeito de uma realidade endossada pela mente humana, há de existir, também, uma Causa primordial que plasmou o Universo, como é Deus! Pouco importa quanto à concepção, suposição ou natureza dessa realidade divina; o evidente é que Ele existe acima e além da concepção infantil mitológica ou da própria pesquisa científica. Todo efeito deriva-se de uma origem ou causa, e, afirma a própria ciência, que não há “efeito sem causa”! Assim, o pêssego provém da semente de pêssego, o rio caudaloso origina-se de um modesto fio de água da nascente pequenina, os astros procedem de certas nebulosas, que se materializam compondo as galáxias estelares do Universo! O homem é uma entidade criada; consequentemente e sob a premissa lógica de que o efeito tem causa, o homem é o efeito criado de uma causa criante – Deus!

A fim de satisfazer a sua mente, o homem não precisa pressupor a existência de uma entidade fantasista chamada Deus! O apercebimento da existência de Deus é pura questão de sensibilidade psíquica, pois quando a criatura sente que existe como individualidade ou consciência definida no seio do Cosmo, ela também sente no âmago de si mesma a natureza divina e criadora do Pai! O homem não é um ser estático e produto de um acaso acidental, que após compô-lo e criá-lo o abandonou, como efeito de uma causa sem inteligência e discernimento progressista. Mas é uma entidade em incessante elaboração, cuja linhagem inferior se apura e se eleva cada vez mais sobre a própria espécie animal, que lhe fornece a vestimenta carnal. Até onde parece não existir a vida e o progresso, a Lei ali opera determinando estágios de energia, que depois eclodem em novos campos de manifestações salutares.

Sob o esquema de que Deus está no próprio homem, o ser humano não precisa opor dúvida quanto à existência real do Seu Criador. Basta-lhe um pouco de percepção psíquica para verificar, em si mesmo, que a vida macrocósmica aciona-lhe incessantemente a mente e o coração, objetivando estados mentais cada vez mais superiores e emoções qualitativas incomuns. A faculdade de o homem apreciar e sentir o seu próprio poder criador, quando partindo do conhecimento comum da natureza ele ainda produz formas e aspectos mais belos e coerentes, deveria ser suficiente para provar-lhe a existência insofismável de uma fonte inteligente e conhecida tradicionalmente como Deus!

Diante de uma rosa, o homem pode duvidar e até sofismar da existência inconteste da roseira que lhe deu forma, expondo qualquer teoria fantástica ou excêntrica , que lhe satisfaça a mente, para justificar a origem artificial da flor! No entanto, jamais o homem pode eliminar a realidade do solo, que é necessário para a floração da rosa, assim como não pode negar o terreno divino onde floresce a criatura humana!

PERGUNTA: - Muitos filósofos ainda defendem a tese de que a faculdade inteligente do homem é fruto natural da necessidade de sua incessante adaptação, sistemática e coerente, à multiplicidade de aspectos, fenômenos e ambientes onde vive.

RAMATÍS: - Infelizmente, o culto excessivo à personalidade humana transitória, inclusive a exaltação dos ascendentes biológicos de certas linhagens de homens, fruto de uma aristocracia em extinção, ou de uma burguesia endinheirada, envaidece a criatura e a impermeabiliza à sua própria realidade espiritual. O terrícola consagra-se demais ao aspecto passageiro da sua configuração carnal, e então inverte os valores da vida imortal. Após os conhecimentos e as descobertas científicas incomuns, os filósofos se deslumbram e confundem o efeito pela causa, passando a compor e expor teorias complexas e fatigantes, para explicar as coisas mais simples, ou o inexplicável para o nosso atual grau evolutivo.

Mas , em verdade, não existem dois princípios fundamentais e antagônico na Criação. O princípio regente da Vida é UNO, e só existe uma UNIDADE como centro e origem de todas as leis, regras e postulados disciplinadores do Universo! O cientista terreno sente-se eufórico ao pesquisar e perceber os elementos fundamentais da vida material, e as suas relações , na crença ingênua de ter descoberto a causa real e concreta dos seres! Envaidecido, julga superar o mistério das coisas, tão-somente pela extrapolação explicativa da solução dos fenômenos físicos.

Mas não é suficiente a ciência humana demonstrar que a matéria é energia condensada , ou abranger todas as particularidades do metabolismo da vida física, para então dispensar a presença de Deus! Isso é meramente transformação e não criação! Não opomos dúvida de que o homem é o ser mais valioso e inteligente da Criação, ou rege a maior expressão divina no planeta Terra. Aliás, segundo o próprio Gênesis, “o homem foi feito à imagem de Deus” e por esse motivo é, realmente, a “miniaturização” da Divindade operando e contribuindo para a metamorfose de um mundo primário em transformação para maior perfeição. O bípede humano, no entanto, deslumbra-se quando pode controlar e autopsiar os fenômenos que ocorrem em torno de si e através da instrumentação física transitória. Mas ele apenas interfere nos interstícios da matéria, porque é o participante ou a criatura mais avançada e inteligente do nosso mundo. Entretanto, vítima da própria cristalização personalista, confunde o potencial criador do Universo, que vibra em si mesmo, com a faculdade e a capacidade humana de descobrir o que Deus já criou!

Sob tal inversão de valores, então se justifica o fato de o homem crer e cultuar o Acaso, a guisa de um deusinho que lhe satisfaz a vaidade relegando a um plano inferior à própria inteligência e o raciocínio humano!

PERGUNTA: - Apesar de decorridos alguns milênios de civilização humana, ainda não possuímos provas definitivas e suficientes, para confirmarem a existência da entidade inteligente criadora do Universo, que é Deus!

RAMATÍS: - Sob a lógica da lei de “causa e efeito”, sempre podemos avaliar, pelo próprio efeito resultante, como há de ser a sua causa criadora. Basta o homem analisar e pesquisar as leis sábias, justas e coerentes que regem o Universo, para se aperceber da existência de um Autor inteligente, sábio e amoroso tradicionalmente aceito por Deus!

Os bilhões de astros infindáveis que transitam pelo Cosmo sem colisões, atropelamentos ou desarmonias, porém disciplinados sob a regência de leis que lhes ajustam o ritmo e a transladação lógica, seriam suficientes para comprovar às mentes racionais e sensíveis, a ação coerente e sábia da Lei Divina sob o controle de uma Suprema Inteligência governando o Cosmo. Submissos a sistemas sensatos e agrupados por afinidades magnéticas, os orbes intercambiam entre si as energias da própria nutrição da Vida, enquanto ajustam-se às temperaturas, pressões e estruturas geológicas, para atenderem ao serviço benfeitor planetário, como escolas dos mais variados tipos de seres em atividade em sua superfície física.

Indubitavelmente, só a existência de uma mente cósmica, sábia e justa pode se responsabilizar por todos os fenômenos e acontecimentos que ocorrem no Universo, sob incessante e implacável aperfeiçoamento. O homem sem presunção acadêmica, ao estudar as leis que regem a natureza, o destino do seu orbe e de si mesmo, sente que Deus existe como a causa das próprias leis atuantes, ainda, acima da capacidade e do entendimento humano.

PERGUNTA: - Os ateus ou negativistas, profissionais, cientistas, filósofos ou psicólogos, seriam todos impermeáveis à mensagem espiritual, uma vez que vivem em oposição a qualquer crença na alma ou em Deus?

RAMATÍS: - Não é a crença ou a descrença que proporciona ao homem o ensejo de perceber e transmitir mensagens do mundo espiritual. Evidentemente, o ateu bondoso, modesto, regrado, humilde e pacífico é, também , um veículo digno da revelação espiritual e capaz de iluminar os caminhos da ciência ou da filosofia, embora negativista. Não importa que o homem imponha ou defenda opiniões pessoais e opostas à vida imortal; a verdade é que “o Espírito sopra onde quer”, e atua em todo aquele que busca servir o próximo! É evidente que se Deus desabrocha flores nos pântanos malcheirosos, por que não iria transmitir mensagens pelos lábios de seus filhos ateus?

Assim, os bons ateus vibram em frequências espirituais superiores e descobrem, inventam e constroem em benefício da humanidade, enquanto os maus ateus, espécie de cientistas ou magos-negros, só prodigalizam ao mundo a descoberta de armas fratricidas, engenhos genocidas, medicamentos abortivos e afrodisíacos, requintes alucinógenos, e, principalmente, filosofias negativistas, derrotistas e mesmo fesceninas!

PERGUNTA: - Quais são as mais sérias desvantagens ou dificuldades específicas, para o ateu ou negativista, em confronto com o crente ou espiritualista?

RAMATÍS: - É uma questão de senso-comum; o ateu e o negativista operam contra si mesmos, desenvolvendo ou acentuando a sua incapacidade psíquica, em face do seu fanatismo exclusivo pelas formas do mundo físico. Embora se desenvolva satisfatoriamente o intelecto e os sentidos físicos, atrofia-se a faculdade de auscultação psíquica diminuindo o fluxo da intuição. A manifestação transcendental requer uma certa eletividade do homem, uma espécie de encontro simpático no limiar de ambos os mundos espiritual e material. A obstinação ateísta não desenvolve a faculdade psíquica de alta precisão, enquanto a crença ou admissão da sobrevivência do espírito é já comprovação de uma sensibilidade mais incomum, embora seja tachada de superstição, misticismo ou ingenuidade. O crente já se demonstra criatura com certa humildade, uma vez que confia em algo superior a si, ao admitir a existência do Criador além de sua reconhecida incapacidade humana! A humildade, portanto, não é propriamente uma virtude teológica, mas, sem dúvida, um eficiente estado de apercebimento da própria vida superior! O homem humilde ouve e aprende; o orgulhoso impõe e irrita!

PERGUNTA: - Mas as religiões não contribuem decisivamente para essa sensibilização psíquica, quando estimula os seus adeptos a crença em Deus?

RAMATÍS: - As religiões dogmáticas do mundo, em face de sua limitação sectária, ainda levantam barreiras e dificultam a sensibilização espiritual do homem, porque elas modelam concepções infantis e particularizadas da Divindade. Muitas vezes, dementem os mais singelos princípios e a própria ciência humana, e, por isso, desanimam e afastam os cientistas bem intencionados e ateus de passível conversão. Através de suas crenças infantilizadas, dos milênios extemporâneos moldados nas lendas bíblicas e das proibições divinas, impedem a dinâmica do livre pensar e aniquilam as pesquisas sensatas.

A consciência espiritual do homem profano, para maior e melhor entendimento , fica subordinada fanaticamente aos termos e às regras impostas pela mediocridade sacerdotal das religiões oficializadas em cada povo e raça. Os cientistas e intelectuais então se desinteressam das razões da existência de Deus e do espírito, uma vez que os próprios sacerdotes, pastores, profetas ou rabis, responsáveis pela autenticidade divina, divulgam conceitos e afirmações insensatas, tolas e infantis, sem aceitarem discussões esclarecedoras ou ponderações lógicas. .

Em consequência, as religiões ainda contribuem para piorar o conceito sobre a realidade de Deus, e seus postulados fracos, místicos, infantis e proibitivos são insustentáveis sob a mais simples argumentação científica. Acresce, ainda, que os homens sensatos, quando mais tarde apercebem-se de sua tolice e escravidão aos dogmas e “tabus”, que os afastavam da realidade técnica da vida espiritual, então se desforram dessa formação abdicando de qualquer princípio religioso. Eles depois preferem aderir de modo incondicional ao ateísmo, massacrando e hostilizando os ídolos e os princípios de sua submissão anterior. É quase uma desforra subjetiva, depois de se libertarem do cativeiro religioso e dos postulados primários, que lhes forneciam uma concepção do Criador contrária à própria lógica da Criação! Assim, impermeabilizam-se pela rejeição incondicional de quaisquer postulados espiritualistas, mesmo os de instituições e doutrina sensatas e avançadas, como são o Espiritismo, Esoterismo, Rosacrucianismo, Hinduísmo e a Ioga!

PERGUNTA: - Sob a vossa conceituação espiritual, quais os motivos por que as religiões ainda aumentam a descrença dos homens, em vez de convertê-los à realidade eterna?

RAMATÍS: - Na intimidade de todos os movimentos religiosos, entre os povos, sempre deve existir a mesma explicação iniciática, os mesmos postulados básicos. Isso deve ser fundamental, embora varie a simbologia e as interpretações mais apropriadas aos costumes e às tradições de cada povo ou raça. Deus e a Criação têm sido explicados sob as concepções humanas mais sábias e avançadas da época, isto é, são fundamentadas no melhor conhecimento da humanidade capaz de melhor configurar o Autor Divino! Assim, na época de Moisés e da gênesis bíblica, a Terra ainda era considerada o centro do Universo; o Sol e a Lua, e as estrelas eram astros incrustados no firmamento. Eram espécie de adornos festivos criados por Deus, apenas em razão da existência da humanidade terrena!

Mas a criação bíblica do Universo , plasmado em seis dias e com Deus fatigado no sétimo dia, só pôde satisfazer e exigir respeito na época de sua concepção! Hoje, graças ao progresso científico e técnico, ela se esfarela sob a crítica de um modesto aluno de 1º grau, e se torna aberrativa como fundamento de qualquer conjunto religioso ou instituição espiritualista. Em consequência, as religiões se debilitam, dia a dia, ante a obstinação dos seus responsáveis de ainda conservarem e divulgarem postulados anacrônicos, supersticiosos e místicos, que não resistem a mais diminuta análise científica. Os homens, ante os conceitos religiosos que já não satisfazem as exigências intelectivas atuais e não atendem às normas científicas modernas, tendiam em se precipitar sem qualquer amparo num abismo de descrença irremediável! Sob tal conjetura, a Administração Sideral então providenciou a codificação do Espiritismo, através do labor profícuo de Allan Kardec, codificando uma doutrina sem dogmas, e cujos postulados retomam os temas da Criação, da Vida e do Espírito Imortal, mas sem aberrar do senso do progresso, da Ciência e do avançado raciocínio do homem hodierno.

PERGUNTA: - O homem compreenderá Deus mais pela inteligência na atividade científica, ou pelo sentimento na atividade religiosa?

RAMATÍS: - A inteligência não é uma condição exclusiva do cérebro do homem, mas , realmente, consequência ou parcela da energia espiritual oculta que o aciona. Em consequência, o homem poderia encontrar satisfatória solução da Realidade Divina através da própria Ciência, transformada em filosofia transcendental, porém, com mais sucesso e precisão guiado nessa busca pelo sentimento intuitivo, que é o seu mais íntimo vínculo com a Mente Cósmica!

Por isso é mais fácil ao homem aperceber-se da Realidade Divina através da intuição, cuja sensibilidade aumenta quanto mais ele aufere e ausculta o mundo espiritual. Ainda é razoável existirem na Terra credos, seitas e religiões tão personalizadas por líderes, mentores e “salvadores” da humanidade, os quais se defendem através de dogmas, “tabus” e conceitos limitados pelas suas próprias ideias humanas. São movimentos que por lhes faltarem a unidade fraterna e a inspiração superior, ainda mais dificultam a busca e a compreensão de Deus. Aliás , as religiões dogmáticas tanto se guerreiam entre si, que chegam ao paradoxo criticável de pregarem o Amor pela guerra!

PERGUNTA: - Poderíeis demonstrar-nos a ação e os objetivos de algumas das leis do Universo, que agem sobre o nosso mundo, capazes de identificarem-nos a Sabedoria, Bondade, Justiça, Poder e Amor de Deus?

RAMATÍS: - De princípio, lembramos-vos a ação da lei do progresso, e de economia da Vida, que age e interpenetra tudo, comprovando que Deus opera incessantemente sobre todos os seres e as coisas, no sentido de maior sobrevivência e mais breve aperfeiçoamento da Criação!

Um exemplo é o singelo fenômeno botânico: o conhecido “tropismo”, como economia da Vida. Na luta incessante dos vegetais pela sobrevivência, o “instinto” dá-lhes a orientação certa para a continuidade da vida! Quando a planta nasce entre as pedras, ela luta obstinadamente até que as suas raízes encontrem um veio ou poça de água para sobreviver; a que viceja na sombra, espicha galhos e inclina-se para a luz do Sol, fenômeno de heliotropismo, ou na busca do alento de energia do Astro-Rei necessária para o seu metabolismo. O vegetal nascido num desvão de pedra emite cordões e cipós, que crescem e movem-se aflitivamente em direção ao solo nutritivo; as plantas mais débeis inexperientes grudam-se às árvores carnudas e fortes, para ali sobreviverem como parasitas. As plantas brotam nos monturos e nas imundícies, em miraculoso fenômeno de alquimia vegetal, extraem dali o “húmus” que as transforma em espécies atrativas e se abrem em flores perfumadas e vistosas; certas espécies vegetais produzem um perfume particular, que atrai insetos e gruda lhes o pólen nas patinhas, transformando-os em fecundadores pelo mundo afora. Outras carnívoras elaboram um perfume hipnótico, que atrai os insetos imprudentes e os aprisionam entre as pétalas das flores, a fim de os devorarem na sua alimentação excêntrica.

São princípios que atuam no mundo pequeno dos vegetais, porém que comprovam a ação de leis derivadas da Lei Suprema, manifestando-se com sábia coerência a inata criatividade! Indiscutivelmente, são leis impecáveis, sensatas e disciplinadas, que regem os fenômenos do mundo material, mas comprovam a presença oculta no Universo! Jamais essas leis causam surpresas, equívocos ou alienações, e qualquer crítica só pode provir da má interpretação ou ignorância humana! As próprias aberrações da Natureza, que poderiam despertar a censura dos homens contra um Criador imperfeito, não passam de importantes pesquisas e ensaios na busca de maior perfeição.

Há perfeita ordem e coerência em todos os fenômenos ocorridos na Natureza física do vosso orbe, os quais atestam o efeito inteligente, progressista e sensato, sob inflexível lógica que aperfeiçoa todas as formas e seres. Tudo é harmonioso, sensato e coerente, pois não há excentricidade ou qualquer aberração injustificável. Sob as leis sábias e imutáveis, os rios sempre correm para os mares e não retornam, jamais, para as suas cabeceiras; os vegetais surgem caracteristicamente de mudas e sementes afins, pois não se originam de fatos miraculosos, nem de acidentes atribuídos ao acaso. Eles nascem, brotam e crescem, dão flores e frutos no tempo adequado e justo de sua maturação botânica, e depois ainda germinam as sementes que lhes propagam a espécie.

Assim, os pinheiros dão pinhões e não cocos, as figueiras dão figos e não alfaces, as macieiras dão maçãs e não repolhos. Mesmo no caso de enxertos praticados pelos botânicos entendidos , que são possíveis somente quando sejam atendidas as regras ou leis que disciplinam a vida de tais espécies. Não é o cientista humano que inventa ou esquematiza leis para lograr sucesso da enxertia de frutos ou cereais; ele apenas descobre-as e faz o uso conveniente. As leis ocultas de Deus comandam e dominam desde a geração do vírus nas células animais até o crescimento do filho do hipopótamo na floresta africana. Atuando em todas as latitudes geográficas do planeta e operando em todos os níveis de vida, há perfeita distribuição do principal elemento da vida física, que é o oxigênio. Aqui, o Condor recebe a sua cota necessária para respirar no cimo dos picos mais altos da Terra; ali os peixes sobrevivem extraindo o oxigênio de ar do seio da própria água onde vivem; acolá, a minhoca sobrevive com uma pitada de oxigênio soterrada no subsolo. Na própria intimidade do corpo humano, a Lei Divina atua coerentemente visando de modo fundamental a sobrevivência correta do ser, pois substitui células gastas, corrige e modifica órgãos, sensibiliza o sistema nervoso, desenvolve a criança num padrão harmônico e dinamiza todos os recursos para recuperar a saúde humana. Acentua o tato e audição no cego, e, quando o homem opera um rim ou pulmão, a Lei dinamiza o poder do órgão sobrevivente e estimula o seu metabolismo para compensar o que foi extraído.

Na realidade, o homem nada cria de original, mas só descobre e aproveita as coisas que já existiam, ou seja, colhe os frutos de um criador-Deus! Os civilizados deslumbram-se com o rádio e a TV, mas isso só é possível devido à existência de campos eletromagnéticos que envolvem o Cosmo antecipadamente à descoberta ou realização humana! A cápsula Apolo conseguiu o sucesso de pousar na Lua, consagrando um dos maiores feitos humanos, graças ao uso da lei da gravidade universal, que une os astros e regula as órbitas siderais. Os computadores eletrônicos aliviam o cérebro humano e operam os mais complexos cálculos graças aos metais que permaneciam em bruto, no seio da terra, e depois serviram para produzir e modelar a instrumentação cibernética.

PERGUNTA: - Mas em face de tanta complexidade e acontecimentos inexplicáveis que surpreendem ou confundem ante a nossa compreensão, como poderíamos identificar algo da bondade divina através da própria obra de Deus?

RAMATÍS: - A bondade de Deus manifesta-se intencionalmente até nas coisas mais repugnantes e aparentemente inúteis no mundo. Há um sentido benfeitor de proteção ao equilíbrio natural em qualquer fato da vida, sem que se precise de muito talento e erudição para o homem vislumbrar o fenômeno tão simples. Porventura, a eclosão do lírio ou do lótus no seio dos lençóis de lama fétida a configurar a flor na sua mais pura virgindade e perfume, não é também uma das mais sublimes demonstrações da Bondade Divina, que ensina o Amor em todas as expressões de vida?

Basta à criatura sensível e sem premeditações perscrutar a intimidade dos acontecimentos desagradáveis ou trágicos, considerados inúteis e onerosos, para ela descobrir sob o véu do que é asqueroso ou daninho, a mensagem de uma inteligência oculta que atua no mundo espiritual modelando na matéria as futuras formas de estesia angélica! É o caso do capim, por exemplo, vegetal até pouco tempo julgado como sem importância, e que surpreendeu a ciência, quando esta descobriu que ele possui todas as vitaminas! É fácil de se comprovar essa realidade, porquanto o cavalo, o boi e outros animais, embora se alimentem especificamente de capim, são mais sadios e robustos do que os homens preferencialmente carnívoros. Na guerra de 1918, os médicos descobriram que não eclodia a gangrena nos soldados feridos onde pousava mosca-varejeira, provavelmente por produzir as bicheiras. Aliás, a própria penicilina descoberta por Fleming é oriunda de um vegetal simples em sua organização, como é o fungo! O urubu, ave tão repulsiva e um renitente devorador de cadáveres, hoje é considerado um excelente sanitarista do globo, na sua tarefa inglória de limpar a carniça do solo, enquanto a própria ciência já suspeita de que em sua moela existe certa enzima favorável à cura do câncer. Além disso, o urubu vive quase 250 anos, e, paradoxalmente, goza de ótima saúde e sua alimentação execrável jamais o contagia ou o infecciona!

As feias e vorazes lagartas, tão condenadas por darem cabo das lavouras, são depois devoradas pelos sapos, que se encarregam do controle do excesso de proliferação desses bichos destruidores. Mas a bondade de Deus também se estende sobre as lagartas, pois as que sobrevivem à destruição empreendida pelos sapos, mais tarde se transformam em irisadas borboletas, na missão elogiável de distribuir o “pólen” das flores por todos os recantos do mundo. As inexplicáveis minhocas, cuja vida parece tão sem propósito sensato, lembram verdadeiros engenheiros, que abrem sulcos e galerias no solo para a ventilação necessária às plantas das lavouras; o mosquito anófeles produz a maleita, mas, graças às pesquisas da Medicina, o soro dos maleitosos curou casos de paralisia geral sifilítica. E a fim de o mundo não se tornar um hospital de impaludados, os morcegos, à noite, liquidam os mosquitos anófeles transmissores da maleita, para evitar a malária incontrolável... E a quina, que é o remédio específico da maleita, também nasce prodigamente no mesmo litoral onde grassa a enfermidade, evidenciando sempre os cuidados que Deus tem para com os seus filhos!

Há sempre indícios benéficos no âmago das coisas e dos seres bons ou maus, belos ou feios, sadios ou enfermos, e que se pode evidenciar, aos poucos , à medida que se investiga e conclui sobre os fenômenos da própria vida! Aqui, o marimbondo agressivo nos enxames furiosos é quem protege o bicho-da-seda dos ataques das lagartas destruidoras; ali, a barata repugnante e desesperada sob incessante e implacável guerra doméstica, é o inseto que possui a preciosa “quitina”, ou seja, a mais cobiçada substância para firmar-se a base do plástico moderno; acolá, as cobras, lacraias e escorpiões venenosos, graças ao estudo e à aplicação médica do seu tóxico, na produção dos soros , já produziram mais benefícios à humanidade do que os próprios males causados pelas sua picadas!

Enfim, são fatos que se sucedem num encadeamento ordeiro e inteligente, mas a convergir sempre para um fim proveitoso e benfeitor da humanidade. Isso comprova-nos os princípios e as regras que fundamentam a Bondade de Deus, e, ao mesmo tempo, o amparo recíproco, que existe entre todos os seres e as formas a serviço da conscientização do espírito imortal encarnado na matéria!

PERGUNTA: - Muitos filósofos e cientistas afirmam que não existe uma sabedoria incomum orientando o Universo, mas tudo é apenas fruto de um “instinto global” a manter a coerência dos fenômenos da Natureza!

RAMATÍS: - Quando Jesus assim advertiu: “Aquele que tiver olhos de ver que veja; pois muitos homens têm olhos mas são piores do que cegos”, é provável que ele também tivesse refletido sobre esses filósofos e cientistas, que ainda são incapazes de identificar a Sabedoria de Deus manifesta e comprovada perfeitamente no equilíbrio, na lógica e no progresso de todos os fenômenos do mundo. Os mínimos acontecimentos sucedidos no vosso orbe são disciplinados incessantemente por leis, cuja finalidade é o equilíbrio e a ordem que visam sempre o aperfeiçoamento do ser! Não se trata de nenhum instinto global sustentando a coesão das formas que se atritam e se modificam sob qualquer impulso mecânico. As almas argutas podem perceber que essa ação oculta é mais sábia do que instintiva, é mais previsível do que acaso, mas ação do que passividade. Não é difícil percebermos do psiquismo matriz da vida, de onde provém toda a substância do mundo, amparando a sobrevivência dos insetos, répteis , aves, animais e dos próprios homens em incessante progresso.

PERGUNTA: - Quais os exemplos mais concretos dessa vossa conceituação?

RAMATÍS: - No reino animal, por exemplo, os coelhos, animais cuja proliferação tão fértil já teria saturado a superfície da Terra, graças à lei do equilíbrio e da sabedoria divina, também morrem com a mesma facilidade e sob o toque mais descuidado. No entanto, dos condores dos Andes, aves gigantescas, que podem apanhar um novilho nas garras e por isso dariam cabo da vida de todos os animais de pequeno porte, o controle divino inteligente e sensato só deixa vingar um ovo em cada postura de cem! As pródigas sardinhas, que não tardariam a assolar os mares são engolidas às toneladas pelas baleias, na mais perfeita equação de equilíbrio; no entanto , as corpulentas baleias, que também poderiam abarrotar os oceanos, são restringidas na sua procriação, pois só lhes vingam alguns baleotes após a costumeira gestação.

PERGUNTA: - Tendes feito referência ao sentido de orientação dos insetos, aves, répteis e animais, como outra manifestação da sabedoria divina atuando no mundo físico. Poderíeis dar-nos alguns exemplos disso?

RAMATÍS: - Embora os sábios do mundo aleguem que o sentido de orientação das espécies inferiores atua de modo instintivo, isso é realmente consequência do mesmo principio inteligente da Consciência Espiritual de Deus, quando mobiliza os recursos adequados à sua sobrevivência.

Assim, as andorinhas emigram no inverno para lugares mais quentes, e, graças a esse sentido inteligente de orientação, calculam previamente até a quilometragem em que devem voar sobre o mar e na medida de sua resistência física. Sob tal determinismo sábio e oculto, os cães apenas farejam um retalho de pano e logo se orientam a seguir os rastros de alguém que lhes é incitado; os gatos, embora degredados a longa distância, depois sabem retornar ao seu antigo lar através do próprio rastro “etereomagnético”, que deixam no caminho anterior; as formigas, sob aviso oculto e estranha faculdade de previsão, abandonam as margens do rio Amazonas dois dias antes das enchentes, em que o próprio povo às vezes é apanhado de surpresa pelas águas revoltas. Aliás, certo estudioso terreno, em suas pesquisas sobre a comunidade das formigas tipo mineiras ou cortadeiras, certa vez lançou 500 grãos de açúcar na proximidade de um formigueiro, e, para seu espanto, surgiram, aos poucos, 500 formigas, que transportaram a quantidade exata de açúcar ali depositada, mas sem restar uma só formiga ou um só grão de açúcar!

O pássaro “joão-de-barro”, por exemplo, possui avançado sentido de meteorologista, pois constrói a sua casa, antecipadamente, com a porta em oposição ao sentido dos ventos fortes e das tempestades; as abelhas, além de prodigiosas pela argúcia dos cálculos matemáticos com que edificam as divisões de sua colmeia, também parecem entender de medicina, pois matam o besouro intruso na comunidade, e, depois, o mumificam sob um paredão de substância “antisséptica”, a fim de evitar a infecção que poderia estragar-lhes a reserva de mel! Embora se considere como inata a astúcia da raposa na sua luta pela sobrevivência, ela às vezes revela um senso de habilidade e inteligência bastante incomuns; com um maço de capim na boca, entra na água e vai mergulhando, aos poucos, até que as pulgas do seu corpo ali se alojem para se protegerem; em seguida, deixa o capim infestado pelas pulgas rodando sobre a água do riacho! O percevejo, na sua habilidosa estratégia para sobreviver, fere a vítima e safa-se, em seguida, deixando-lhe na pele uma substância química pruriginosa e de efeito anestesiante, que ao ser esfregado ativa a circulação; depois ele retorna para sugar o sangue ali acumulado pela fricção. As aranhas, além de avançado conhecimento de engenharia, cujas teias nenhum engenheiro humano conseguiria construir sob tal escala e resistência, às vezes constroem um barco de gravetos, acrescentam-lhe um mastro de capim impregnado de algum perfume selvático atrativo e depois descem pequenos riachos na caça de insetos imprudentes e atraídos pelo odor vegetal. Os elefantes viajam o mês inteiro para certa região da África, onde consomem um tipo de erva terapêutica, que os vacina contra as epidemias periódicas.

Se fosse viável supormos que Deus às vezes pratica alguma travessura na criação, que nem tudo é tão sisudo e melodramático, não seria difícil verificarmos algum fato ou acontecimento que trai certo humorismo ou excentricidade divina! O burro, por exemplo, malgrado o estigma de retardado mental, jamais entra no atoleiro, onde o cavalo mais inteligente se afunda; o besouro, devidamente analisado, lembra uma piada do Criador, pois é um inseto que devido ao seu volume e sua configuração anatômica desmente as mais rudimentares leis e regras aerodinâmicas para o voo; o besouro é um inseto absolutamente antiaéreo e incapaz de elevar-se do solo e não pode voar! Mas o besouro voa, porque não sabe desse impedimento! O morcego, por exemplo, é cego, mas voa velozmente enxergando pela ponta dos dedos no fenômeno conhecido de “sonar”, o que é mais próprio do submarino guiado pelo “radar”!




















O Senhor te abençoe e te guarde; O Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; O Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz. Livro de Números, Capítulo 6, Versículos 22 ao 27.









   


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