Até o momento, eu tenho percorrido uma estrada longa e tortuosa, cheia de obstáculos. Paus, pedras, espinhos... Esforcei-me intensa e desesperadamente pela paz em meu íntimo e neste esforço, acertei, errei; fiz algumas coisas que causaram-me honra, mas por muitas outras, sofri humilhante vergonha...
Entretanto, não desisti. Segui adiante, enfrentando o tempo inclemente: sol e chuva, areia e lodo. Quase afundei no mais sórdido lamaçal. Quase perdi a esperança. Quase.
Mas, eis que você surgiu para caminhar ao meu lado. Estendeu a sua mão e consolou-me. Não me permitiu seguir sozinho. Na verdade, você chegou na hora certa. Consegue entender o que digo?
Apesar dos maus momentos – eis que repito, não foram poucos – bem lá no íntimo, eu sabia que um dia meu coração e minha mente encontrariam a paz e o amor tão almejados. Seu sentimento uniu-se ao meu sentimento e ambos tornaram-se único, ímpar, distinto de tudo.
Não obstante, paus e pedras continuaram a assolar-me. Você mesma, ao caminhar ao meu lado, também se expôs a eles. E eis que hoje, intensificamos o nosso passo contínuo e sincronizado. E à medida que nossos pés avançam, os projéteis parecem menores, talvez nem existam...
É por isso que neste dia, diante dos olhos que nos seguem com empatia e discernimento, e diante, principalmente, dos olhos do Único e Verdadeiro Deus, cuja capacidade de inspecionar corações ultrapassa incomparavelmente em muito, a do mais sábio dos homens – se é que este último realmente esteja entre nós – digo-lhe com toda a intensidade do meu ser: Eu te amo. Obrigado por caminhar ao meu lado.
A estrada já não parece tão assustadora. Consigo observar o colorido do outono e o vislumbre de todas as demais estações que virão, pelo tempo que Jeová, nosso Deus, nos possa permitir...
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