Amor
O início de tudo. De onde surgem as águas que inundam os vales e os ventos que roçam a alfombra e com as vergastas, conduzem os grãos que florescerão em outros lugares ao nascer do sol. Descrendo nos descompassos da vida, chega o momento de raiar a encantada sensação de ver nascer, avistar a luz. Tropológicamente, o amor assim brota. Com o olhar que fratura as crostas do sentimento, o beijo que faz arraigar, os toques que solidificam ainda mais a plantinha e a convivência, que alonga o tamanho, avultam os gomos de flores, que dão lugar aos rebentos de mimos, de mais amor. A excelência da natureza não se contradiz, e mesmo que plantas daninhas apareçam, ou foices venham lhe ferir as vigas, há sempre de rebrotar, renascer e reviver o amor.
(Rafael B. Sanches)
|