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TRÊS SEMPRE É DEMAIS
UM MISTÉRIO TRIANGULAR
Augusto Cesar Pereira

Resumo:
É um relato policial que envolve um triangulo amoroso, em que a morte de uma mulher encontrada num motel, leva o delegado Silva a descobrir o verdadeiro culpado pelo crime. Um final inesperado neste mistério da vida policial.

TRÊS SEMPRE É DEMAIS...

Era o pior dia da semana para trabalhar, e o delegado Silva, estava sentado em sua cadeira quando recebe uma ligação de um motel. Do outro lado, o gerente do Motel Amor sem Limites, Adriano, 38 anos, fala ao Delegado.
_ Doutor estamos com um problema aqui.
_ Se acalme. Pode adiantar o que é.
_ Tem um corpo de uma mulher no quarto 23.
_ Estou indo pra ir agora. Diga o endereço. O delegado sabia onde era, mas não ficava bem falar, de todo jeito em segundos ouviu o endereço e foi com sua equipe para lá.
     Ao chegar ao motel, encontrou todos em alvoroço. Na portaria, já o aguardava, o gerente Adriano. Eles encaminharam para o quarto 23, um espaço ideal para os amantes do sexo. A equipe de perito observou a cena, na cama, estava o corpo de uma mulher de mais ou menos 30 anos, loira, bonita, com duas tatuagens nas costas. Chorando ao canto estava outra mulher, ela não conseguia olhar para ninguém. O delegado, perguntou ao gerente:
_ Quem é esta mulher?
_ Não sabemos bem, a recepcionista avisou que aqui entrou um casal.
     Enquanto isso a equipe de peritos fazia as imagens do cadáver. Não havia sinais de agressões, nem tiros, apenas um sorriso mórbido da defunta. Os peritos estavam acostumados. Era preciso chamar o IML. Teriam que levar a mulher para explicar o que fazia ali. O delegado Silva, tinha 20 anos de polícia, era um pouco psicólogo nestas horas. Chegou perto da mulher, perguntou seu nome. Ela respondeu que se chamava Do Carmo, tinha 25 anos, era garçonete, trabalhava num bar, na beira mar de Manaíra. Tudo bem respondeu o Delegado, vamos à delegacia, lá você me conta o que aconteceu. Levaram Do Carmo. Logo o corpo do cadáver seria levado para autópsia.
                                         II

     Na Delegacia, sentaram os dois. O escrivão já estava na máquina, preparado para o depoimento.
_ Gostaria primeiro de saber que horas vocês chegaram ao Motel.
_ Não sei bem, disse Do Carmo.
_ Quem estava com você, além da mulher que morreu.
_ Era o marido dela. Não sei o nome.
_ Como foi a um motel e não sabia o nome dele.
_ Dele eu não sabia, só dela, e não sabia que era casada.
_ Como assim. O delegado já ouvira de tudo e nado era para ele anormal.
_ Ela freqüentava o bar nos domingos a tarde, saia sempre a noite. Vinha sempre um carro pegá-la. Nunca perguntei o nome e quem era.
_ Você já a conhecia há muito tempo.
_ Sim. Éramos amantes. Há mais de um ano, a conheci no bar, e ela sempre vinha e depois do expediente caminhávamos na praia, até a chegado do carro que a vinha pegar.
_ O que aconteceu neste domingo.
_ Ela me convenceu a ir a este motel com eles. Disse-me que era o seu marido, que isso era uma fantasia dele, os três juntos na cama. Só que a achei diferente. Não conseguia falar nada com nada. Mesmo assim fui. Ao chegar lá, ela sentou na cama, beijou-me, falou que não esquecesse ela jamais. Ao poucos em meus braços foi adormecendo. Quando percebi, estava sozinha no quarto, e reparei que ela não respirava mais, já era duas horas da manhã, gritei e chorei, já não podia fazer nada. O senhor sabe como é, numa hora dessas, por mais que desejamos ajudar, não tem como. Deitei na cama, tirei sua roupa e fiquei admirando, nunca a tinha visto nua, embora tivéssemos esta relação ilícita. Ao ver o sol nascer, liguei para a portaria, e veio o gerente. Ele não sabia o que fazer. Eu que passara a noite chorando, disse-lhe que chamasse a polícia.
     O delegado recebe um telefonema do IML. Era o agente Jarbas. Informava que a mulher tinha tomado veneno. Cianureto. Mortal em pequena dose destrói as células do sangue, causa parada respiratória e debilita o sistema nervoso central. Não precisava falar mais nada. O delegado, informou a Do Carmo, a causa mortes, perguntou se ela podia informar mais alguma coisa e ela calada, começou a chorar.
     Agora era investigar. Precisava chegar ao marido. Pediu a Jarbas que providenciasse tudo. Pediu a Do Carmo, que ficasse numa cela, descansando, a tratou com carinho, seu jeito dócil, fazia com que chegasse sempre a solucionar os casos mais sinistros.

                                                       III

     Eram duas horas da tarde, quando Jarbas chega a Delegacia. Vai a sala do chefe. E encontra o chefe tomando um café.
_ Chefe. Era assim que falava sempre.
_ Diga Jarbas. Quais as novidades.
_ A mulher cujo nome é Gorete, tem 32 anos, mora no bairro de Cabo Branco. Seu marido o empresário João Santana, neste momento está no Japão, em visita a uma feira internacional. Quem podia está com ela era o seu amante. Como Jarbas sabia tudo isso. O delegado não perguntava. Sabia que ele nunca falhara em suas investigações.
_ E este amante Jarbas, onde está neste momento.
_ Na viatura é claro. Queria que ele ficasse um pouco no conforto que damos a todos os meliantes. Sorriu. O delegado não achou graça. Traga o homem Jarbas, antes que a imprensa se aposse do caso.
_ Ok chefe. Num instante estava na sala do delegado o homem, que Jarbas havia prendido. Aparentava ter uns trinta anos. Moreno e gordo. Seu nome era Paulo. O delegado pediu que sentasse. Mandou chamar Do Carmo. E logo que ela entrou, o delegado pediu para ela sentar.
_ Me conta Do Carmo. É este o homem que tava com vocês. É sim respondeu ela.
_ Então meu caro, como foi esta história, vocês três no motel. E como ela tomou este veneno. Foi de livre e espontânea vontade, ou você forçou a barra.
_ Não sei. Ontem quando a encontrei, ela não estava bem. Falava muitas bobagens. Que o marido sabia de tudo e ela tava perdida. Daí me chamou para ir ao motel com esta moça, que conversava com ela todas as noites. Eu não sei o que ela tomou. Sou inocente.
_ Você sabe que ela tomou alguma coisa.
_ Sim. Ela ao chegar ao motel, ficou abraçada a esta moça e a vi caindo nos braços dela, daí eu fui saindo e consegui fugir, pulando o murro.
_ O senhor vai ficar detido para averiguações. Temos que concluir este inquérito. Não se sinta preso, é uma forma de ajudar as nossas investigações. Está bem, senhor Paulo.
     Neste momento o delegado informou a Do Carmo. Preciso do seu endereço. Por enquanto você não tem culpa alguma. Precisa ir para casa. Ficou refletindo como iria avisar ao marido da mulher morta. Como ele iria digerir esta história triangular, e o pior ele nem estava no meio. Melhor nem pensar tanto, esta gente adoro se meter em encrenca e sempre sobra para a polícia resolver estes casos. Deu boa noite e Saiu. Precisava ver sua esposa e cuidar mais dela. Nunca se sabe o que pensa estas mulheres.

FIM



Biografia:
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