Canto Vago |
Emil de Castro |
CANTO VAGO
Os cantos da parede
são punhais
na carne
dedos na tentativa
de entornar azul
no assoalho
mãos cerradas no rosto
de angústia mordem
a papoula sexual
o canto dos homens
no canavial
de foice à mão
os gestos na mesa posta
trituram a fruta
e a essência escorre
punhos golpeando o vazio
gravam a fogo
a tatuagem da mulher
os cantos da parede
são agulhas e o
silêncio só nos rói por dentro.
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Biografia: |
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