O Mineiro e a Baiana
Era lá pela década de 90, sei lá, 94 ou 95; o quarto era pequeno, ela estava lá, aparentemente arrumando as unhas do pé esquerdo que se achava apoiado sobre a cama. Ao lado um pequeno banheiro, tornando o ambiente bem aconchegante, propício para a reza.
Ela ali, e eu ,chegando de mansinho,sem barulho para não alertar a dona da pensão, porém, com um volume de ruído que me fizesse presente para aquela baiana. A xícara estava lá.
Beirava ela uns 45 anos ou pouco mais, porém, vivíssima, espertíssima, muito limpa; a negra despertava um desejo louco em muitos homens da região, malgrado não tivesse um corpo vistoso ou mesmo um rosto bonito. Era uma pessoa comum, mas, de dentro de sua alma brotava um turbilhão de energia coral e vermelho- fogo, que açoitava aqueles que a olhavam nos olhos ou seguiam-lhes os movimentos no andar. E como ela gostava...
Esticou o braço como para cumprimentar-me e sua mão foi onde mais eu queria; não era chegada a instrumento de sopro, além disso a hora e o local também não eram apropriados. De sua boca brotou um sorriso maroto e uma pergunta meio maliciosa, quando entendeu a mensagem que meus olhos lhe lançaram; meio indecisa inquiriu: – precisa ?
O jornal já estava lido mesmo... Com a desculpa de levá-la a uma atividade alternativa, levei-a onde por obra e graça a obra que não era de graça e já estava uma graça, tornaria de graça a graça que receberia. Que maravilhosa graça! Por mais duas vezes mergulhei fundo naquele poço dos desejos e encontrei a graça tanto almejada. Uma vez aqui, outra ali, outra acolá e os anseios se fundiam; o fogo sempre mais fogo, a luz sempre mais luz e os gemidos, eternos gemidos. Que saudades!...
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Biografia: Administrador de Empresas, aposentado, 66 anos, pós-graduado em Met.Ensino Superior, formado pela Adesg ( Associação dos Diplom. da Escola Superior de Guerra ), 18 anos na Mobil e Ipiranga, 20 anos na M.Benz do Brasil, atualmente só rabiscando. |