Daqui da plataforma deste cais
eu vejo a embarcação que vai singrando
mar afora. Alguém fica indagando
se a nau à terra não retorna mais,
ou se algum dia acabará voltando.
É que num átimo cede a calmaria,
alteiam-se as vagas, a ventania
encrespa as águas, e o navio rumando
a linha do horizonte vai singrando...
Eu também penso se não são iguais
a este navio que partiu do cais,
aqueles sonhos que um dia deixando
os nossos corações, céleres voaram,
foram-se embora e nunca mais voltaram...
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