A NOITE emudeceu e a voz do vento
varre de manso a úmida madrugada.
De espaço a espaço soa a badalada
do sino lá da torre do convento.
Quebra o silêncio o pio agourento
da coruja no poste alcandorada.
Uiva distante um cão vadio e nada
há de mais triste que o triste lamento
dos chorões que gemem como alma penada...
E enquanto a noite tece nova trama,
debate-se a minha alma em velho drama :
desfila em minha mente em fúnebre parada
o cortejo dos que se foram um dia –
minha mãe, meu pai, tio Tonho, Welington, Bia...
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