Já dizia o poeta:
– Nunca viram ninguém triste,
Porque não me deixam em paz,
As guerras são tão tristes
E não tem nada de mais.
Digo eu então:
– Olhar fixo, concentrado,
Quase morto,
Pois um vivo alienado.
E quando te vejo,
Nenhuma outra palavra,
Expressa o que sinto,
Senão desejo.
Sou um grão de areia,
No deserto.
Só um número,
Na sociedade.
Sou fosco sem a transparência,
Da sua presença.
E quando você não estiver aqui,
Cairá meu sorriso sobre a terra,
Subjulgado pela saudade.
E antes que eu possa,
Sentir os seus lábios novamente,
Meu fôlego será ressecado,
Pela distância,
Como o vento frio,
Que ainda corta os meus lábios.
Então me transformarei em pó,
E morrerei para o amor,
Que um dia existiu.
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