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A paineira
Uma árvore encantando a vida.
ELIANA FONSECA

Resumo:
Uma árvore plantada pode ter diferentes significados. Plantada por alguém que partiu, de repente, pode ressignificar a vida de uma família inteira.


A PAINEIRA NA FRENTE DE MINHA CASA
Naquele dia, ele chegou muito alegre. Assobiou, bateu palmas e gritou meu nome. Levantei da cama, rapidamente. Não queria deixá-lo esperando. Desci as escadas e me aproximei da entrada.
     Quando abri a porta, ele estava esperando, sorrindo, por detrás das grades que protegiam minha moradia.
     Os olhos timidamente alegres, verdes como o mar em tardes de verão, demonstravam um carinho indescritível. O sorriso interior expandia - se pela face envelhecida, movimentava a boca e culminava nos lábios através dos dentes de resina.
     Balbuciou meu codinome infantil e sorrindo mais ainda disse:
—Que dorminhoca....Tem café nesta casa?
Sorrindo, fui abrir o portão para abraçá-lo com amor. Olhou firmemente em meus olhos de igual cor nos dele refletido e falou delicadamente:
—Trouxe dois presentes para ti. Um é esta muda de “alve” (ele não sabia pronunciar a palavra árvore). Tem a flor mais linda do mundo e é a “alve” mais forte de todas. O outro é este aqui – Puxou-me para perto do carro e mostrou-me dentro do porta-malas - uma panela de ferro enorme, quase não cabia no carro.
—Consegui lá fora (na colônia), com uns amigos. Eles disseram que os escravos faziam comida nela. Como sei que gostas de História, trouxe essa História para ti.
     Maravilhada com o momento e com o gesto de meu velho, abracei-o fortemente e sentindo o seu coração no meu, agradeci com muita ternura.
     Colocamos a panela de ferro em meu jardim e ali, plantei todos os tipos de flores pequeninas que encontrei nas floriculturas.
     A muda da “alve”, foi plantada por ele. Escolhemos um lugar para que quando ela crescesse pudesse trazer sombra à minha casa.
Lembro o que ele disse quando pegou a enxada para abrir o sulco na terra e colocar delicadamente a muda.
     —Vamos plantar juntos. Quando ela crescer e florir, vais perceber o quanto é bonita sua flor. Ela é como tu, a cor é tão linda e não tem como não notar. Mas ela é também muito frágil. Parece veludo! Quando sentires as pétalas nas mãos, precisas fechar os olhos para poder experimentar tal sensação.
E continuou... ela, (a alve) é também muito resistente, nós precisamos plantar longe do muro, senão ela quebra tudo, as raízes são muito fortes...são muito grandes – e com uma risadinha continuou – eu na te disse que ela era muito igual a ti!
     E mesmo ateu, usava expressões que denunciavam uma espiritualidade inigualável.
     —Nana, sentir essa flor é como estar de mãos dadas com Deus.
     Eu o observava e o compreendia. Ele era uma parte de meu ser.
     Na manhã de sábado florido e ensolarado, ainda mais colorido porque ele estava comigo, sentamos embaixo da araucária, também plantada por ele e começamos a lembrar do que fazia em sua juventude. Enfatizava o quanto era feliz quando nós, seus dez filhos, éramos crianças.
Lembro que peguei a bacia e com água morna, lavei os pés dele, limpei e cortei as unhas. Ele gostava que cuidasse dele. Eu também me sentia muito bem. Cuidar dos pés, com a maioria das unhas encravadas e das mãos calejadas, era como agradecer a ele por eu fazer parte daquela família maravilhosa.
     Dialogando, comecei a relembrar das ocasiões que ele nos colocava em seu caminhão de fretes, para irmos à chácara buscar os alimentos que juntos plantávamos, para não precisar comprarmos nas vendas de nossa vila.
     Quando era época de plantio de mudas de eucalipto ou de milho verde, os dez filhos subiam na carroceria do caminhão e, para que papai não fosse multado, nos escondíamos embaixo de uma lona até chegarmos ao Monte Bonito, distrito colonial da cidade onde eu ainda moro.
     Quando não ficava ao lado dele, apertada entre a porta e o seu corpo, ficava nas extremidades de uma lona que ele colocava estendida sobre nós, seus filhos, e mais algumas crianças da rua onde morávamos.. Quando o caminhão movimentava – se, eu retirava uma parte da lona de meu rosto e ficava admirando o céu. Analisava as formas das nuvens e as nuances de cores que se perfaziam no infinito.
     Quando chegava perto da chácara, as árvores frondosas apareciam em minha visão e eu me imaginava um pássaro, solto, livre em vôo pleno, rumo a um infinito enigmático, misterioso, magnético. Via os pássaros, cada um diferente do outro, e eu ficava alegre. Nesse momento fechava os olhos, sentia – me como um deles. Imaginava-me uma ave com o poder de sobrevoar aquela natureza inigualável. O sentimento era de estranha força. Embaixo da lona, havia encantamento e em cima daquele caminhão, dirigido por meu pai, havia segurança.
     Ao chegar à chácara havia muito a fazer, mas sempre tínhamos tempo para cavalgar, tomar banho no arroio, colher as frutas da época e brincar com os patos e as galinhas. O pior era quando tínhamos que limpar os chiqueiros dos porcos.
     O melhor do dia era quando ele chegava e, embora muito cansado atendia a cada um de nós com um cuidado e uma atenção que somente um grande amor poderia dar.
Sabendo que eu gostava muito de pintar, me chamava para ver as folhas das árvores do pomar. Pegava da minha mão e mostrava os diferentes tipos de matizes que cada folha possuía. Enfatizava que se eu fosse desenhar ou pintar lembrasse que tanto as flores, as frutas e as folhas não possuíam apenas uma cor, era preciso enxergar o claro e o escuro das cores. Dizia que era preciso enxergar as diferentes formas e o arco-íris por trás de cada elemento natural.
À tardinha, ou no outro dia, ao anoitecer, terminávamos o serviço, e novamente subíamos na carroceria do caminhão.
Muitas vezes, de mãos dadas, deitávamos em cima das pilhas dos paus de metro, das caixas de pêssegos, dos ananás, dos sacos de bergamotas, laranjas, feijão, milho ou batatas e ficávamos,mesmo desajeitados, olhando para o céu. Era mágico. Era indescritível o aroma da natureza, a força que tínhamos.
Antes de seguirmos à vila, papai sempre parava em alguma mata nativa. Todos descíamos e saíamos a procurar as frutinhas silvestres que todos gostávamos, principalmente mamãe. Colhíamos os araçás e colocávamos em nossos bolsos ou fazíamos um tipo de sacola com os nossos casacos ou blusas e íamos comendo pelo caminho. Sempre guardávamos um pouco para mamãe e vovó Felícia.
Hoje, por onde vou, se encontro tal fruta, sinto necessidade de sentir seu cheiro, de prová-la, uma nostalgia toma conta de mim por inteiro. Lembranças inesquecíveis concretizam-se. É como se eu pudesse voltar ao passado e sentir minha mão pequenina lançar –se para apanhar a fruta e guardar algumas para dividir com papai, mamãe e vovó. Sentir o sabor da fruta em minha boca é rever mentalmente a juventude dos meus pais e a alegria de estar junto aos meus irmãos.
     Muitas vezes, trazíamos só madeira, que nós juntos havíamos plantado.
Papai pagava as contas da padaria entregando a madeira em troca do pão que era comprado fiado durante todo o mês.
Lembro que as irmãs mais velhas escondiam-se quando entrávamos na vila, carregados de metros de eucalipto. Elas não queriam que os garotos as vissem como caipiras.
Eu não tinha vergonha, adorava entrar na vila, triunfalmente ao lado de meu pai sempre imaginava uma bandeira de vitória em minhas mãos.
Quando chegávamos era uma festa. Todos os amigos corriam para a nossa casa. Papai sempre trazia uma surpresa no caminhão.
Ás vezes era uma cobra enorme, uma aranha gigantesca ou animais estranhos que levávamos para a escola a fim de estuda-lo.
Mamãe ficava apavorada com os animais e feliz com tanta fartura, afinal era muita gente para comer, fora os agregados que sempre ajudávamos.
Nossas lembranças foram cortadas com a chegada de minhas filhas Manuela e Ana Júlia. Abraçaram o vô e buscaram uma cadeira para sentarem-se ao nosso lado. Elas gostavam de ouvir os causos e as trovinhas inventadas por meu pai. Ele era muito criativo, sempre inventava poemas ou quadrinhas que rimavam.
As duas ficaram ali, escutaram com atenção, mas ficaram silenciosas. Apenas sorriram com as brincadeiras, ou palavras ditas de forma engraçada...
Quando terminei de limpar as unhas de meu pai, sequei suas mãos e fui preparar um café para ele.
Preparei a mesa, colocando tudo o que tinha e que ele gostava. Sentei ao seu lado e juntos com as meninas tomamos café.
Quando estava para terminar a refeição, baixou a cabeça e começou a chorar.
Olhei para minhas filhas que entenderam que deveriam me deixar a sós com ele.
Abracei-o carinhosamente e pedi a ele que me dissesse o que estava acontecendo. Chorou um pouco mais e olhando profundamente balbuciou:
—Não tenho mais forças. Não sou mais o mesmo!
Tentei falar, mas a garganta apertava-se. Involuntariamente. Lágrimas rolavam, silenciosas pelo meu rosto.
Arrumei o quarto de hóspedes e o coloquei na cama. Fechei as cortinas para não entrar o sol e acendi a luz de um pequeno abajur. O ambiente ficara aconchegante, nostálgico e com uma tênue luminosidade. Queria que ele se sentisse protegido. Desejava que ele descanssasse...
Anos depois ele partiu, tornou-se grão luminoso no universo mágico e infinito.
Ainda o vejo no portão de minha casa gritando:
—Eliana, Eliana....e observo a raízes da paineira quebrando as calçadas de minha casa, se estendendo e quase quebrando os muros.
Como eu, ela resiste. Resiste ao denso, ao conservador, à normalidade, ao senso comum, ao prosaico. Como eu, ela quer a luz, ela quer o brilho, o novo, o devaneio...Como eu ela resiste à morte, quer a vida...quer o diverso, o singular, o diferente...
Mas como eu, ela também sofre. Sofre quando suas raízes, para não quebrar, nem o muro nem a calçada, são cortadas e novamente ela .. e eu também voltamos ao escuro, e por debaixo dos entulhos, começamos invisivelmente a nos refazer, a tentar quebrar as calçadas e os muros, a estender fronteiras, a buscar novos espaços...a buscar a vida na diversidade...
.....de olhos fechados em um quarto cheio de vozes, percebo que alguém se aproxima do meu rosto e diz:
—    Que sobrancelha bonita ela tem. Parece que está muito branca. Já medistes a febre? E a pressão como está?
Ao abrir meus olhos, vi duas enfermeiras. Estavam muito próximas de mim. Olhavam-me com olhos curiosos. Tão curiosos que me fizeram ficar assustada.
Com minha mão esquerda toquei meu rosto e não notei nada alterado. Meu braço esquerdo estava imobilizado. Havia um tubo perto de meu seio direito que bombeava o sangue para uma espécie de sanfona...
Sorri para os anjos que cuidavam de mim e perguntei onde estava. Disseram que estava na sala de recuperação e que não demoraria para ir ao quarto.
Tudo veio à mente. Estava no hospital.
Dois anos após a morte de meu pai, realizei uma mamografia e diagnosticaram câncer invasor no seio direito.
Quando soube do diagnóstico, fiquei não sei como.
Não era medo o que sentia, era um sofrimento inexplicável. Só conseguia lembrar que em minha vida havia acontecido muita coisa boa. Que não tinha o que me queixar.
Sei que me percebi pequenina, desprotegida, sendo nada num tudo. Lembrar de minha infância com meus pais e irmãos era muito bom. Pensava que se a morte era assim, então, viveria ou morreria, para viver ou morrer no paraíso.
Dois dias depois, voltei para casa. A Nilza ajudava-me sempre que eu me encontrava frágil.
Quando cheguei, todos me esperavam sorrindo. Parecia uma festa. Manuela, Ana Júlia e Tomás estavam lá, de braços abertos. Nesse momento pensei como a vida pode ser tão efêmera? Como um sorriso pode fortalecer tanto a gente?
Desci do carro devagar e fui descansar em meu quarto. Ainda estava tonta por causa dos remédios...
Não quis deitar, apenas recostei meu corpo ao travesseiro. Nilza cobriu meu corpo com um lençol perfumado.
Pedi a ela que abrisse a janela. Ela calmamente obedeceu meu pedido e sorrindo disse: ___Agora tu vai melhorá. Olha só o que vais ver....
O dia estava ensolarado, da cama eu via o céu, azul, claro, não havia nuvens, só o cheiro do verão e o canto dos pássaros.
E lá estava ela. A alve plantada há anos por ele. A Paineira olhava-me e eu a ela. O que eu via? A flor aveludada. A enxada sulcando a terra, as raízes carinhosamente arrumadas...O tronco, forte, cheio de grandes espinhos..., a flor, rósea-branca, a flor. Eu a via, ela-ele me fitavam e eu ouvia: Te fortalece...., eu estou contigo, descansa! Recomeça! Vive a VIDA...!
Não demorou muito para que eu voltasse ao trabalho.
A radioterapia fazia às tardinhas. Realizava a quimioterapia normalmente às sextas feiras. Nos finais de semana me fortalecia e na segunda voltava a trabalhar.
A aula era o meu espaço com os jovens. Como eles, eu não entendia a vida. Parecia tudo tão contraditório. A vida, a morte, a juventude, a velhice, o trabalho, o ócio...
Apesar do pouco tempo que tinha, voltei a comprar telas e tintas e pinceis. Voltei a pintar. As frutas, as folhas, as flores, a paineira...o claro, o escuro, as diferentes matizes...
Com o tempo, tudo foi passando...só a dor ficou, ficou também a saudade, ficou a pai-neira, com o tronco forte, a flor perfumada e aveludada.
Hoje sei que foi amor incondicional. O meu amor pelo meu pai e o dele por mim foi sem exigência, não havia nenhuma condição, só a amorosidade.
Só senti medo de deixar esta terra, em um dia de Natal. Estava sozinha e arrumava-me para o jantar familiar.
Depois de pronta, desci as escadas devagarzinho e as salas iam aparecendo gradualmente. Com elas surgiam a imagem e o cheiro forte do pinheiro natural, via o contraste claro escuro dos enfeites, os presentes, a luz dos abajures, tudo trazia lembranças nostálgicas.
Ao passar pelo quarto de hóspedes, lembrei daquele dia que papai havia estado ali. Os risos e gargalhadas nas cavalgadas e banho de arroio. Da colheita do milho...
Papai organizava umas sacolas de milho e dava para cada filho sair a vender, de casa em casa. Era assim que conseguia comprar balas. Quando plantávamos o milho já sabíamos que com a colheita viriam as balas. Era maravilhoso....
De pé ante a sala, percebi-me só. Admirei a nostalgia da sala e senti-me um pouco de tudo que ali estava. Os objetos, cada um com sua história, as almofadas, os tapetes, a árvore de natal, as cortinas e o “aparelho de injeção” de papai... em cima da mesa..., tudo parecia mágico...lembranças vivas, realidade virtual?
Após a viagem definitiva de papai, minha mãe chamou-me e deu-me o antigo aparelho de injeção que meu pai usava (ele era enfermeiro no quartel e na vila onde morávamos todos chamavam por ele para fazer as injeções em quem estivesse doente, ele nunca cobrava, era muito popular entre os vizinhos...).
Observei tudo na sala. Fiquei muito tempo sozinha. Passei os dedos pela caixa metalizada, fechei os olhos...Tudo: sonhos, fantasias, gargalhadas, doenças, morte, alegria, despedida... vinha ao pensamento...
Absorta em mim e em tudo o que me rodeava não percebi meu filho chegando ... Por trás de mim ele enlaçou seus braços em minha cintura e disse:—minha mãezinha querida...
Eu o olhei com muita ternura e abracei-o muito forte!
Ele me abraçou também e me puxou pela mão até a porta central da casa.
Antes de abrí-la pediu para que eu fechasse os olhos. Disse que ele e o pai haviam preparado uma surpresa para mim.
Puxou-me devagarzinho até a frente da grande área e pediu para que eu abrisse os olhos.
—Olha o que eu e papai preparamos pra ti!!
Foi como se uma bomba estivesse explodido em meu peito. Lá estava ela. A alve!!!! Toda iluminada com pequeninas luzes de natal.
E lá estava ela. A alve plantada há anos por ele. A Paineira olhava-me e eu a ela. O que eu via? Mesmo não sendo época, eu via a flor aveludada. A enxada sulcando a terra, as raízes carinhosamente arrumadas...O tronco, forte, cheio de grandes espinhos..., a flor, róseo-branca, a flor. Eu a via, ela - ele me fitavam e eu ouvia: Eu via as raízes resistindo, quebrando a calçada e o muro e eu me via nele e ela em mim.Te fortalece.... eu estou contigo, relaxa, a vida é tênue! Recomeça! Vive a VIDA...!
Ela estava viva. Eu estava viva!!!!!! A PAI- neira me fortalecia novamente, e eu ouvia baixinho. VIVE A VIDA, vida, vida, vi...Sê.




Biografia:
Eliana Fonseca nasceu no interior do Rio Grande do Sul. Filha de Júlio Fonseca, agricultor e Eva Feijó da Fonseca, dona de casa. A infância viveu na vila e na pequena chácara da família. neste ir e vir foi construindo suas histórias, escondida entre os arbustos que marjeavam as plantações de milho, eucaliptos e dos pessegueiros que o pai plantava para alimentar a família de dez filhos. Dos causos que mãe relatava e os contos que o paiscontava foi construindo suas histórias e apaixonando-se pela literatura e pelas artes.Atualmente é professora e mora com a família na cidade de Pelotas.
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