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A PESQUISA E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO
Construindo o conhecimento na escola
ELIANA FONSECA

Resumo:
A construção do conhecimento nas escolas requer dos docentes, intencionalidade,comprometimento e dos discentes desejo de aprender.

A PESQUISA E A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO

“Participar de um grupo que se interessa em pesquisar é antes de tudo confrontar pensamentos diversos, visões de mundo anacrônicas, modos de vida controversos, é perceber-se diferente, é tentar compreender as adversidades e saber acima de tudo construir a respeitabilidade na alteridade”.
Eliana Fonseca
Atualmente desenvolver a Pesquisa nas Escolas, não pode ser apenas um dever dos alunos para a busca de uma nota em determinada disciplina; é antes de tudo uma providência fundamental para conseguir do aluno a participação ativa, e natural, sua presença dinâmica na busca de um real e sábio conhecimento.

Concordo com John Dewey (1959,p.x),“quando a escola receber e preparar cada criança como membro de sua pequena comunidade, saturando-a de espírito de cooperação,(...), provendo-a, ao mesmo tempo, dos instrumentos necessários para a sua direção própria, teremos conseguido a mais profunda e cabal garantia de que a sociedade em geral será mais digna, mais bela, mais harmoniosa”; acrescentaria, pois somente através da construção humanitária de um conhecimento contextualizado e de uma aprendizagem sistematizada a partir da experiência é que poderemos edificar um mundo melhor para todos viver.

É imprescindível uma Escola preocupada em promover a qualificação diferenciada de seus educandos, que encarando situações cotidianas, simples ou não, possam, através de habilidades experimentadas e desenvolvidas, faze-las com êxito e acerto. Reside aí, o segredo do sucesso de nossos educandários seculares.
O Colégio La Salle Gonzaga, através da Diretora Maria Daisi Prietsch, promoveu, de forma inteligente e criativa, cursos de extensão, oferecidos aos alunos do Ensino Fundamental e Médio. Cada aluno, visto e atendido de forma individualizada, organizaria seu próprio currículo, o que o tornaria mais ou menos qualificado para seu futuro profissional.

Ao desenvolver tais cursos, nossa diretora tinha como objetivo colocar nossa Escola, através da ação comprometida de seus professores, no centro do desenvolvimento humano, ocupando um papel de destaque na edificação de um conhecimento singular e no âmago da competência humana, buscando modos de conhecer alternativos, promovendo a solidariedade, a democracia através da aprendizagem.

Os Cursos de Matemática Financeira, a Física Prática no Cotidiano, Aulas Práticas, de Física e Química, A Pesquisa Científica e A Construção do Conhecimento todos oferecidos em turno inverso, gratuitamente aos alunos a fim de interagir teoria e prática.

Temos consciência, enquanto educadores, que educar é crescer, no sentido pleno da palavra. Ensinamos e aprendemos a todo o momento, educamo – nos e educamos, o que faz de nossa vida algo mais rico, belo e humano.Por isso, “não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino”. FREIRE(1999, p.32).

“Pesquiso para constatar, constatando, intervenho, educo e me educo .Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade”FREIRE (1999, p.32). Foi com esse objetivo, de pesquisar para conhecer e conhecendo espalhar a boa nova, que evidentemente é a sabedoria na aprendizagem, que foi criado o Grupo de Pesquisa.

O G.P composto por alunos do Ensino Médio do Colégio La Salle Gonzaga, começou a ser concretizado no início do mês de maio.Os alunos foram selecionados a partir de uma justificativa escrita pelos interessados e analisadas por professores de português.

Devido a grande procura, fizemos dois grupos, um com alunos do Terceiro Ano e outro dos Primeiro e do Segundo Ano do Ensino Médio.

Nos primeiros encontros, conhecemo – nos uns aos outros através de diálogos abertos e francos. E num segundo momento ficamos descobrindo, sempre muito juntos, como organizar o Pré – Projeto de Pesquisa.

Após explicações simples, os alunos, em apenas uma aula, realizaram de maneira criativa e inteligente o pré – projeto, que foi mais fácil de realizar do que escolher o tema ser pesquisado.

A organização do Cronograma foi planejada e construída pelos componentes do G.P e de acordo com as datas efemérides da Escola.

Pesquisando, escrevendo, reescrevendo, conversando, confrontando dados nos livros de Metodologia Científica, escolhendo, selecionando, fomos construindo as etapas do Trabalho científico.

Em Agosto, os alunos já estavam com seus primeiros escritos. A Apresentação foi feita de maneira simplificada, começamos a dar maior importância à realização das fichas para organização das informações dos diversos temas escolhidos e da construção do desenvolvimento. Sendo o cerne da Pesquisa, os alunos individualmente ou em grupo começaram a perceber e percebendo, conscientizando –se da importância do conhecimento e percebendo conhecendo que o tema escolhido foi alargando e estreitando - se a todo o momento.

Pesquisas bibliográficas, entrevistas, visitas às bibliotecas, entrevistas, questionários foram sendo escritas e planejadas pelo Grupo.

No início de setembro os componentes do G.P, já estavam com a sua pesquisa na fase do desenvolvimento.Nos encontrávamos e cada um ia relatando o que estava descobrindo e descobrindo, encantando –se com o que viam.

Ao perceber o quanto meus pupilos haviam aprendido, propus que desenvolvêssemos esse tipo de pesquisa nas séries iniciais.Todos acharam que a idéia era muito interessante, mas que precisava ser feito de forma gradual e simples, a fim de que os pequeninos pudessem aprender.

Conversamos com as professoras das primeiras sereis, explicamos nossos objetivos e todas encantaram - se com o proposto.

Danielle, Larissa, Maurício, Geórgia, Sérgio, os alunos do terceiro ano de ensino médio e Sthefania, Suelem, Cecília, Ricardo, Maria, Giovanna, Manuela, Cristina, Mariana, a encorajarem-se a realizarem tal atividade. Ensinaram como se fazia uma Capa com os principais dados de identificação e a Apresentação do trabalho, utilizaram uma aula em duas quintas feiras.

A experiência foi realizada com muita receptividade e alegria pelas crianças que mostraram –se muito dispostas a querer organizar um trabalho desse nível.Após a visita do G.P nas aulas, conversava com as professoras no recreio e as pinceladas pedagógicas eram encharcadas com ânimo e satisfação pelo trabalho desenvolvido com as crianças.Tínhamos acertado, estávamos elaborando a cidadania coletiva, transformadora.

“Torna –se cada vez mais evidente a proximidade entre conhecer e intervir, porque conhecer é a forma mais competente de intervir, a pesquisa incorpora necessariamente a prática e ao lado da teoria, assumindo marca política do início até o fim”(PAIVA apud DEMO, 2000, p.7). E foi assim, de maneira propedêutica, conhecendo e intervindo que iniciamos nosso trabalho de estender a pesquisa científica nas séries iniciais dentro de nossa Escola.

Na semana passada, resolvi continuar o trabalho já iniciado pelos alunos do G.P, e explicar às crianças como poderia ser feito o Desenvolvimento de um trabalho.

Ao entrar em sala de aula da professora Clori, Sérgio, Maurício e eu nos apresentamos e começamos as nossas explicações.Perguntei a eles se sabiam o que era uma pesquisa. Responderam em coro com veemência.

Olhei para Clori, Sérgio e Maurício, e com um sorriso cúmplice, terno e encantador ficamos orgulhosos do trabalho realizado pelas visitas do G.P à turma. Fiquei emocionada ao perceber-me dentro de uma sala de aula, com crianças de seis e sete anos que já tinha a noção de como fazer um trabalho científico.

Expliquei como se organizava o Desenvolvimento e saí dali visitar as professoras, Rosângela e Valdirene.

Organizei, então um manual, onde apresentava de forma simples como poderiam ser organizadas as primeiras pesquisas nas séries iniciais; do jardim às terceiras séries. Entreguei – o a coordenadora da tarde, Ione Mourão, que os repassou às professoras da Escola.

Percebi que o trabalho pedagógico só pode ocorrer, com plenitude, quando sujeitos engajados e objetivados coletivamente realizam com idealismo uma didática humanitária.

Não tenho certeza do que realmente vai acontecer até o final do ano como professora orientadora do G.P.,vem então à minha mente, uma frase que construí depois da leitura de um artigo sobre Educação, feito pela diretora de nossa escola em um encontro que tivemos no início do ano.
                    “Não temos certezas; também, não as queremos.
                    Desejamos apenas reinventar a Educação.”

Este artigo não tem objetivo conclusivo, está sendo apresentado, por ter sido uma experiência positiva em nossa escola e que poderá ser reaproveitado ou servir, com muita modéstia, a outras escolas que queiram reaproveita –la para que o ensino-aprendizagem possa através das Escolas lassalistas, edificar um sujeito ético - histórico fundado no conhecimento inovador e na intervenção social.


BIBLIOGRAFIA:
BUFFA, Éster; ARROYO, Miguel & NOSELLA, Paolo. Educação e Cidadania. 8ª ed. São Paulo: Cortez, 2000.
DEWEY, John.Vida e Educação.São Paulo, 5ª ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1959.
DEMO, Pedro. Educar pela Pesquisa. 4ª ed.Campinas, SP: Autores Associados, 2000.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia.-Saberes Necessários à Prática Educativa.São Paulo: Paz e Terra, 1996.
PAIVA,V.(org.).Transformação produtiva e eqüidade – A questão do Ensino Básico – Papirus: Campinas, 1993.
PRIGOGINE, Ilya.O fim das certezas - Tempo, Caos e as leis da Natureza. São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista, 1996.


Biografia:
Eliana Fonseca nasceu no interior do Rio Grande do Sul. Filha de Júlio Fonseca, agricultor e Eva Feijó da Fonseca, dona de casa. A infância viveu na vila e na pequena chácara da família. neste ir e vir foi construindo suas histórias, escondida entre os arbustos que marjeavam as plantações de milho, eucaliptos e dos pessegueiros que o pai plantava para alimentar a família de dez filhos. Dos causos que mãe relatava e os contos que o paiscontava foi construindo suas histórias e apaixonando-se pela literatura e pelas artes.Atualmente é professora e mora com a família na cidade de Pelotas.
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