Login
E-mail
Senha
|Esqueceu a senha?|

  Editora


www.komedi.com.br
tel.:(19)3234.4864
 
  Texto selecionado
🔴 Depende de nós (deles)
Rafael da Silva Claro

Quando acenderam o pavio, o atentado não tinha mais volta. O explosivo seria detonado naquele dispositivo destinado ao uso da Empresa de Correios e Telégrafos. Restaria àquela quadrilha de terroristas abandonar o local.

O parágrafo anterior é eivado de disfemismos para transformar uma molecagem num atentado terrorista. Antônimo de eufemismo, que abranda o sentido, o disfemismo recrudesce o impacto. E no caso de Brasília, a “brasa da sardinha” foi puxada para atender o viés de confirmação: só pode ter sido coisa do Bolsonaro.

É o que estão fazendo com o caso do sujeito que se matou na Praça dos Três Poderes. Imprensa, militantes esquerdistas, políticos e ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), na pressa de associarem o acontecimento ao 8 de Janeiro ou a qualquer coisa relacionada a Bolsonaro, precipitaram com interpretações tendenciosas e conclusões absurdas.

Lula, durante a campanha, quis atingir a memória afetiva das pessoas, prometendo trazer novamente os tempos felizes. Independentemente da conjuntura da época em que começou o seu primeiro mandato, éramos 21 anos mais jovens, portanto, não seria difícil lembrar de tempos felizes. Genial!

Entretanto, a bigorna do dia a dia pesou, e as recordações da juventude não foram suficientes para evitar o mau humor. Como infelizmente acontece no mundo inteiro, alguém cometeu suicídio. Para isso, ele escolheu um lugar símbolo de insegurança jurídica, inconstitucionalidades e obscurantismo: a frente do STF. Foi simbólico e dramático.

A quem interessava indexar o suicídio a uma narrativa e um espectro político, fogos de artifício viraram bombas; a explosão, atentado terrorista; e o suicida, homem-bomba. O mesmo emprego fora do contexto, que transforma qualquer um em nazista e fascista, surgiu com os homens-bombas de artifício. Lógico que isso tiraria a moral daqueles que, em nome de Alá, detonam um pente de dinamite amarrado à cintura, esperando encontrar 72 virgens no paraíso.

Como realmente foi a estórinha inicial: nos anos 80, uma turminha de pirralhos acendeu uma bombinha, jogou numa caixa de cartas e saiu correndo.


Biografia:
Ensino secundário completo. Trabalhei em várias empresas, fora da literatura. Tenho um blog, onde publico meus textos: “Gazeta Explosiva” Blogger
Número de vezes que este texto foi lido: 32


Outros títulos do mesmo autor

Ensaios Polícia e ladrão Rafael da Silva Claro
Crônicas Retrospectiva 2020 Rafael da Silva Claro
Ensaios Espiral do silêncio Rafael da Silva Claro
Ensaios Rodrigo Maia nunca mais Rafael da Silva Claro
Crônicas Ócio criativo Rafael da Silva Claro
Ensaios Tiro no pé Rafael da Silva Claro
Ensaios Corretor politicamente correto Rafael da Silva Claro
Crônicas TV feita a mão Rafael da Silva Claro
Ensaios Seus problemas acabaram Rafael da Silva Claro
Ensaios Carrefour Rafael da Silva Claro

Páginas: Primeira Anterior Próxima Última

Publicações de número 451 até 460 de um total de 528.


escrita@komedi.com.br © 2024
 
  Textos mais lidos
eu sei quem sou - 56137 Visitas
Descoberta de Mim - Maria Roseli Rossi Avila 56136 Visitas
🔴 “Vem ser feliz” - Rafael da Silva Claro 56135 Visitas
Militares como fator de risco a democracia - Caliel Alves dos Santos 56133 Visitas
Carros-fortes poluem e congestionam o calçadão - Galdino Mesquita 56132 Visitas
Cafés dizem Boa-Noite IV - Douglas Tedesco 56132 Visitas
O grande espetáculo - Onihara 56131 Visitas
Poema à consciência - Condorcet Aranha 56126 Visitas
Relaxamento - Siddhartha 56118 Visitas
Monologo do matuto - Dilcimar Ribeiro Fonsêca 56116 Visitas

Páginas: Primeira Anterior Próxima Última