Login
E-mail
Senha
|Esqueceu a senha?|

  Editora


www.komedi.com.br
tel.:(19)3234.4864
 
  Texto selecionado
🔵 Uma estórinha de tristeza e lágrimas
Rafael da Silva Claro


Cães são mendigos sentimentais, portanto, após um afago, é difícil se livrar deles. Os gatos, pelo contrário, quase sempre ignoram os humanos e só concedem alguma atenção quando têm algum interesse num pires de leite ou num pedaço de peixe. Senhores do seu caminho e de uma arrogância quase humana, os gatos sentem um prazerzinho ao humilhar aqueles que pensam ser seus donos. Talvez também por isso um “pet” estranho foi muito bem-vindo.

Embora não demonstrassem qualquer emoção ou empatia quando ganhavam comida ou cafuné, nem mudassem a fisionomia, as tartaruguinhas eram retiradas do viveiro para apostar uma corrida compulsória. A disputa servia para dirimir a grande dúvida da humanidade quanto à velocidade do animal. Era um tanto excêntrico possuir os exóticos monstrinhos de estimação com aparência pré-histórica.

De casco tigrado, rajado e cara de quem está sempre de mau humor, os animaizinhos despertaram uma ensandecida e perigosa curiosidade. Tudo isso, num merecido estilo de vida frugal dentro de uma reprodução do habitat idílico de sombra e água fresca, embora artificial.

Entretanto, a alegria durou pouco. Certo dia, nossos pequenos anfíbios amanheceram todos mortos. As frequentes visitas de um rato, que havia sido visto na região, encerrou nossas incipientes dúvidas do autor daquele terrível ataque noturno. Sim, o roedor malvado, aproveitando a folga dos nossos bravos bichinhos, encontrou um banquete vivo e confinado, portanto, indefesos ao ataque.

Aquela cena sangrenta de filme barato de terror impressionou e não seria o tipo de coisa a ser esquecida; pelo contrário, aquilo tinha tudo para ser o roteiro de alguns pesadelos e o potencial para não ser esquecido pelo resto da vida.

A morte dos animais de estimação é o ideal para aprender empiricamente sobre os mistérios da vida e da morte. Mas observar aquela coleção de tartaruguinhas decapitadas foi uma forma muito traumática para aprender a lição. No entanto, pensando bem, uma chacina talvez seja a forma mais apropriada para ir se acostumando com a morte na Grande São Paulo.


Biografia:
Ensino secundário completo. Trabalhei em várias empresas, fora da literatura. Tenho um blog, onde publico meus textos: “Gazeta Explosiva” Blogger
Número de vezes que este texto foi lido: 32


Outros títulos do mesmo autor

Ensaios 🔴 Que ministro é esse!? Rafael da Silva Claro
Poesias 🔴 Nada como um dia após o outro Rafael da Silva Claro
Ensaios São só automóveis, satélites, foguetes e robôs 🔴 Rafael da Silva Claro
Ensaios 🔴 Oportunista, por que não? Rafael da Silva Claro
Crônicas 🔵 Uma estórinha de tristeza e lágrimas Rafael da Silva Claro
Ensaios 🔴 Decadência com elegância Rafael da Silva Claro
Ensaios 🔹 Warning (aviso) Rafael da Silva Claro
Ensaios 🔴 O socialista da Vila Madalena Rafael da Silva Claro
Ensaios 🔴 Os últimos serão os primeiros Rafael da Silva Claro
Ensaios 🔴 A volta dos que não foram Rafael da Silva Claro

Páginas: Próxima Última

Publicações de número 1 até 10 de um total de 510.


escrita@komedi.com.br © 2024
 
  Textos mais lidos
O DESAFIO DA INCLUSÃO - Simone Viçoza 60636 Visitas
A Importância da Educação Digital no Ensino Fundamental - FERNANDO JUNIOR PEREIRA 60508 Visitas
Minha Amiga Ana - J. Miguel 60435 Visitas
Os Hackers, os Crackers e Nós - Max Bianchi Godoy 60358 Visitas
🔵 Noite sem fim - Rafael da Silva Claro 59220 Visitas
Jazz (ou Música e Tomates) - Sérgio Vale 59016 Visitas
Sete sugestões úteis para advogados: - Professor Jorge Trindade 58792 Visitas
O CONTROLE É SEU - Vinicius Pereira Brito 58762 Visitas
🔵 Só se vive uma vez - Rafael da Silva Claro 58623 Visitas
Experiência com o Positivo Stilo One - Vander Roberto 58526 Visitas

Páginas: Próxima Última