Olhe por esta janela.
Veja este verde, que conheces de um lápis de cor ou da parede.
Tente dai, sentir o aroma daquelas flores, que se acostumou a sentir nos produtos de limpeza ou desodorizadores de armário.
Olhe novamente pela janela, calcule a altura, e arrisque um salto,
quanto vale uma fratura,
mais que uma zona de conforto,
menos de uma realidade.
Quando se recuperar do salto,
sinta o ar, aromas e sabores reais.
Pela primeira vez, sinta o suor descer em sua fronte,
que os anos refrigerados na geladeira gigante que habitava impediu de existir,
Caminhe pelas matas,
veja além dos olhos covardes que lhe foram doados,
e compreenda que ao temer o desconhecido,
você abriu mão do novo.
Não tenhas medo de apostar,
a sensação de poder perder algo, vai surpreender você.
A verdade, é que o voo se torna real,
quando o ultimo fio for cortado.
Toda esta segurança de que precisa,
está endurecendo sua mente e coração.
Sinta-se numa montanha russa,
no momento da descida,
a única coisa entre você e a morte,
é o funcionamento correto de uma máquina,
Concluindo, faça tudo isso,
e quando sentir o sol na face,
e seu coração não tiver mais receio,
por favor, venha até o Condomínio Comodidade,
bloco Medo, apto 7,
procure por mim, Senhor Covarde,
e me mostre como o fez.
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