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	 Observei num domingo, sentado sob o pergolado,
 o comportamento de um beija-flor junto ao bebedouro que lá coloquei.
 Todas as manhas a agua é renovada,
 numa quantidade muito acima do consumo semanal do beija-flor,
 Percebi que ele afugentava todos que ali vinham beber,
 e após fazer isso, pousava num lugar alto,
 onde poderia ficar na guarda do bebedouro.
 Me dei conta, 
 do quão semelhante o comportamento de nosso protagonista,
 é ao do homem.
 Ele dispende de muita energia, para proteger algo que ele não irá consumir,
 Somado a tensão, e ao confronto por algo que terá em abundância no dia seguinte.
 Nosso amiguinho acredita que a defesa daquele bem, trará segurança,
 Mas, o que não comentei, é que havia um outro tipo de pássaro,
 que usufrui do bebedouro, uma outra qualidade,
 e para minha surpresa, se colocava num outro ponto estratégico,
 ao suposto "juiz supremo" do bebedouro, 
 e todas as vezes que saia para afugentar o inimigo visto por ele,
 este outro pássaro se deliciava com a água adocicada.
 Como o "Juiz", não o via, ele não existia, e isso gerava no mesmo, 
 a sensação de estar seguro.
 Conclui que passamos a vida, num enfrentamento, buscando preservar a todo custo, algo que acreditamos ser limitado, nos estressamos e confrontamos, para garantir nossa gota diária. Sem percebermos, o universo cria maneiras além da capacidade de enxergarmos, para equilibrar todo ato de egoísmo, pois sempre haverá gotas suficientes a todos.
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