Descansei meus olhos
num sonho inexplicável:
Árvores esguias,
melodias
de ondas de mar cinzento
e o vento
trazia ou levava
um pensamento,
um beijo,
uma folha de papel branco,
um grão de terra,
cheiro mofado
de Passado
irrecuperável...
As rua vagas,
as casas velhas
se constrangiam
da solidão.
A noite fria
vencia espaços
e horizontes,
criando abraços
de céu e terra,
astros e frutos.
Em cada esquina
eu encontrava
novos abismos,
e te chamava
e me perdia.
E o abismo
que nada sente
dizia : ausente !
Então teu nome,
num deradeiro grito,
atravessou a noite
ao seu limite extremo.
E o vento,
e o mar cinzento,
a árvore e o pensamento,
o papel branco e o Passado
e o horizonte afogado
responderam em sequência
de ecos -
a tua ausência
Rio 04/07/64
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Biografia: Nasci em Itaqui, no Rio Grande do Sul e resido no Rio de Janeiro desde o final de 1958. Nunca publiquei nada do que escrevo, por que sempre o fiz para consumo próprio e, principalmente, por falta de talento. Agora, acho que perdi a vergonha. Gostaria imensamente de receber as críticas dos meus eventuais leitores peoo e.mail anibalbonorino@superig.com.br. |